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Mensagem por Admin Seg Abr 17, 2017 10:45 am

Serão múltiplos os níveis de interesse de seguir na ilharga de Miguel Torga nesta viagem pelo retângulo de 89 mil quilómetros quadrados a que podemos chamar pátria ou terra ou apenas país. Desde logo se percebe que não há preocupação científica deste guia de eleição, antes o derramar, umas vezes suave, outras irónico, outras ainda desgostado, com aquilo que vai vendo no seu percurso. Há, isso sim, uma observação que, em vários casos, passa ao lado da lógica e recorre a intuições e a ideias de quem não aceita compromissos nos seus juízos e relatos. Depois, há outra particularidade assinalável: os 67 anos que decorreram sobre a edição original deste volume, que não se aproxima do Torga-poeta (apesar do lapidar poema que serve de porta de entrada à "excursão"), nem fica nos terrenos do Torga-contista. No limite, tendo em conta a itinerância própria de algo que vai do Minho a Sagres, talvez este seja um Torga chegado ao que se vai encontrando nos diários que escreveu e editou ao longo da vida.

Ora, este é um daqueles autores que, salvo momentos de exceção, sempre preferiu a pedra à renda, a fala inteira aos rodriguinhos, o autêntico ao dissimulado. Nesse quadro, não espanta que dê conta, sem pruridos, das suas preferências: "Em Portugal, há duas coisas grandes, pela força e pelo tamanho: Trás-os-Montes e o Alentejo. Trás-os-Montes é o ímpeto, a convulsão; o Alentejo, o fôlego, a extensão do alento. Províncias irmãs pela semelhança de certos traços humanos e telúricos (...)." Chega aqui depois de não mostrar pejo nem temor em chamar "bovino" ao excesso de verde do Minho, a que ressalva a presença de Camilo, ainda assim insuficiente para uma redenção. Do Litoral, deixa cair outra síntese que, no mínimo, nos deixa a pensar: "O litoral português devia formar uma província à parte, esguia, fresca e alegre, só de areia e espuma. Eu, pelo menos, assim o vi sempre, comprida e lavada franja de renda da variegada colcha lusitana. (...) Passada a foz do rio Minho, até à embocadura do Guadiana, é sempre Atlântico e praia aberta. (...) Sempre uma onda a desfazer-se na proa dum barco carregado de homens que esperam uma aberta para largar. E que seja em Viana, Póvoa, Espinho, Mira, Buarcos, Pedrógão, Nazaré, Peniche, Cascais, Sesimbra, Lagos, Olhão ou Tavira, é sempre a mesma mão que semeia a rede sobre o azul ondulado. É certo que de cada popa se vê um Portugal diferente, conforme a latitude: verde e gaiteiro em cima, salino e moliceiro no meio, maneirinho e a rilhar alfarroba ao fundo."

Torga hierarquiza: se Trás-os-Montes - onde nasceu - merece mais de dez páginas, a Estremadura, o Ribatejo e o Algarve são sumariamente "despachados" com quatro páginas para cada. Torga escolhe, sem subterfúgios: a importância que concede ao Porto ("como aqueles nossos velhos solares que, limpo das teias de aranha, fazem corar de vergonha qualquer arranha-céus de cimento construído ao lado, o Porto só precisa de ser espanejado do pó do tempo para competir com qualquer terra que se lhe queira medir") ultrapassa as dúvidas face a Coimbra, onde viveu, e a sua desconfiança face a Lisboa, sede do poder, objeto de centralização e privilégios.

Talvez um quinhão de Portugal fosse mais difícil de assimilar, hoje, por Miguel Torga, face a todos os outros: o Algarve, que não mudou só as espumas de superfície. E fica-se com pena de que esta digressão se não estenda aos Açores, que poderiam ombrear com Trás-os-Montes e com o Alentejo. Mas, quanto a ilhas, o autor fica-se, com estrépito, pelas Berlengas. Já não é mau.´

17 DE ABRIL DE 2017
00:00
João Gobern
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