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A ficção eleitoral

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Mensagem por Admin Ter Abr 11, 2017 11:14 am

No último debate antes das eleições legislativas de 2015, perguntados sobre como pretendiam governar e com que possíveis parceiros parlamentares, tanto Pedro Passos Coelho como António Costa responderam que apenas equacionavam cenários de maioria absoluta. Se tomarmos as respostas de ambos literalmente, não havendo maioria absoluta de um ou do outro, qualquer solução parlamentar não teria legitimidade política, uma vez que não foi explicada aos eleitores. O PS nunca disse que poderia governar com o BE e a CDU, porque sempre disse que esperava uma maioria absoluta. Mas o PSD-CDS também nunca disse que poderia governar com o PS, porque também sempre insistiu que só se comprometia com uma maioria absoluta. Mais recentemente, quando perguntada se ficaria como vereadora, Assunção Cristas respondeu que só pensava num cenário de vitória, aproveitando, aliás, para anunciar que o CDS teria outro candidato a primeiro-ministro, uma vez que ela estaria dedicada à presidência da Câmara Municipal de Lisboa. Há uns dias Teresa Leal Coelho, interpelada sobre as eleições em Lisboa, anunciou que seria presidente da Câmara Municipal de Lisboa dentro de poucos meses. Este fenómeno repete-se de eleição para eleição, seja a nível nacional seja a nível autárquico. Perguntado sobre as intenções de governo ou programa de governabilidade, o candidato responde numa ficção paralela que está muito longe da realidade eleitoral e recusa informar os eleitores dos seus planos reais.

No último debate antes das eleições legislativas, era já claro que nenhum dos dois candidatos teria uma maioria absoluta, mas ambos decidiram fingir que sim. A possibilidade de Cristas ou de Leal Coelho derrotar Medina (ou de Álvaro Almeida derrotar Rui Moreira) é meramente académica, mas vamos viver meses a fingir que não é assim. Como acredito na racionalidade estratégica dos atores políticos, interpreto que os vários lideres partidários acham que, eleitoralmente, compensa mais fazer uso de uma ficção (que todos sabem ser irrealista) do que discutir publicamente cenários eleitorais realistas, mas menos otimistas. Por outras palavras, os estrategas dos partidos entendem que os eleitores gostam mais da mentira óbvia e da ficção irrealista em detrimento de respostas sérias e realistas.

Em Portugal, eleitores, eleitos e mensageiros (comunicação social) aceitam que se possa discutir a propaganda partidária num quadro político completamente irrealista. Voltemos ao último debate eleitoral antes das legislativas. É obviamente impossível que dois partidos tenham maiorias absolutas na mesma eleição. Nenhum dos entrevistadores fez o favor de confrontar os dois líderes com essa impossibilidade. Depois do debate, nenhum órgão de comunicação social ou comentador salientou essa patente e óbvia falsidade. Tudo indica que os eleitores também não se molestaram por tamanha irresponsabilidade. Pois tratava-se apenas da questão mais importante de todas - quem e como vamos ser governados depois das eleições, caso nenhum dos partidos tenha uma maioria absoluta, como apontam as sondagens?

Parece-me, pois, que o irrealismo e a irresponsabilidade dos políticos naquilo que deveria ser uma questão que não admite falsidades - esclarecer os eleitores sobre como pretendem governar caso o resultado da dispersão de votos seja um quadro parlamentar complicado - só é compreensível pela colaboração da comunicação social, especificamente do jornalismo político, e pela apatia dos eleitores. O jornalismo político alimenta o irrealismo e tolera as falsidades porque perdeu, em grande parte, o distanciamento saudável. Preso de compromissos e labirintos, torna-se incapaz de confrontar os candidatos com a realidade. Neste momento, os eleitores de Lisboa têm o direito de saber se Cristas, Medina, Leal Coelho e restantes candidatos (como os eleitores do Porto têm o direito de saber se Almeida, Moreira e restantes candidatos; e assim pelos outros 306 municípios) pretendem cumprir os seus mandatos de vereadores, caso não ganhem as eleições. E, sendo vereadores da oposição, devem esclarecer se pretendem acumular com outros cargos políticos (para justificarem a falta de assiduidade). Tolerar respostas em que os candidatos fogem sistematicamente a esclarecer essa questão é mau jornalismo político. Fingir que esse assunto nem existe já roça mesmo a negligência profissional.

E, finalmente, temos os eleitores. O eleitorado que vota tem vindo a reduzir-se (entre 5 e 5,5 milhões). Uma fatia muito importante (cerca de 4,5 milhões) vota sempre no mesmo bloco ideológico, enquanto o eleitorado flutuante está a desaparecer. Consequentemente, a comunicação política pretende, cada vez mais, mobilizar os fiéis (para quem admitir cenários derrotistas é mau), em vez de se preocupar com os infiéis (para quem argumentos realistas valem mais do que cenários irrealistas). Assim sendo, penso que a ficção se vai aprofundar ainda mais nos próximos anos em função do aumento da abstenção. Um triste ciclo vicioso.

11 DE ABRIL DE 2017
00:00
Nuno Garoupa
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