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Traficantes de bloom
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Traficantes de bloom
Naqueles saquinhos estavam produtos registados como sendo fertilizantes, mas queimaram o cérebro a muita gente, mataram e destruíram como qualquer droga. Mas eram legais, porque alguém encontrou um buraco na lei, uma zona cinzenta em que se poderia navegar. A tragédia do bloom foi apenas mais um dos casos em que só a legalidade está em causa, a moral, essa, há muito que quem vende estas drogas perdeu ou nunca teve. É apenas uma questão de poder fazer, porque não é proibido.
É exactamente a mesma coisa com as praças off-shore, organizações de terroristas económicos que produziram a crise monstruosa em que vivemos, criaram legiões de desempregados em todo o mundo, mataram e destruíram. Como qualquer outro traficante de droga, armas ou pessoas. Quem lá opera, quem as promove, não é melhor do que um vendedor de bloom. Mas também está, até uma investiação mais profunda, dentro da legalidade. A moral, essa, também já a perdeu.
Foi esta monstruosidade, que todos sabiam existir mas que ninguém tinha conseguido quantificar, que um trabalho jornalístico à escala mundial mostrou e está a mostrar. A dimensão da fuga aos impostos para paraísos fiscais é de tal ordem que facilmente se perceberá que, a não existir, estariam resolvidos todos os défices públicos e seriam evitadas as medidas de austeridade que atingiram todos os que nem sabem o que é um off-shore. Mas que pagam para esses traficantes viverem à grande.
Como sempre, a desculpa será a de que todos fazem e só quem é burro não foge aos impostos. Burro ou honesto, é a mesma coisa para essa gente.
E como no mundo das drogas, há as duras e as leves. Na fuga aos impostos, responsável por descapitalizar países e destruir um dos expoentes máximos da democracia, o Estado social, há paraísos fiscais e zonas de fiscalidade reduzida. Os primeiros dão para tudo, para lavar dinheiro e fugir à lei, porque ninguém sabe (sabia) quem por lá anda. Nos segundos, como é o caso do nosso Centro Internacional de Negócios, há controlo, leis para cumprir e até fiscalização, mas o objectivo de quem lá cria empresas é simples: não pagar impostos nos países de origem.
É uma forma mais transparente de fazer as coisas – a Holanda e o Luxemburgo, por exemplo, desviam os impostos de todos os parceiros europeus às claras – mas não é uma coisa bonita.
Mais uma vez, a resposta é... se todos fazem, também fazemos. Até pode ser verdade e na situação de desespero em que nos encontramos, fruto de desvarios de décadas, os remédios extremos não podem ser rejeitados. Mas não sabem bem.
Jorge Freitas Sousa
Actualizado há 10 horas e 7 minutos
Diário de Notícias da Madeira
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