Olhar Sines no Futuro
BEM - VINDOS!!!!

Participe do fórum, é rápido e fácil

Olhar Sines no Futuro
BEM - VINDOS!!!!
Olhar Sines no Futuro
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.
Procurar
 
 

Resultados por:
 


Rechercher Pesquisa avançada

Entrar

Esqueci-me da senha

Palavras-chaves

2011  cais  2015  2016  2014  cmtv  tvi24  2010  2017  2012  2019  2018  2013  2023  

Últimos assuntos
» Sexo visual mental tens a olhar fixamente o filme e ouvi fixamente
Papéis do Panamá, Cartas da Madeira EmptyQui Dez 28, 2017 3:16 pm por Admin

» Apanhar o comboio
Papéis do Panamá, Cartas da Madeira EmptySeg Abr 17, 2017 11:24 am por Admin

» O que pode Lisboa aprender com Berlim
Papéis do Panamá, Cartas da Madeira EmptySeg Abr 17, 2017 11:20 am por Admin

» A outra austeridade
Papéis do Panamá, Cartas da Madeira EmptySeg Abr 17, 2017 11:16 am por Admin

» Artigo de opinião de Maria Otília de Souza: «O papel dos custos na economia das empresas»
Papéis do Panamá, Cartas da Madeira EmptySeg Abr 17, 2017 10:57 am por Admin

» Recorde de maior porta-contentores volta a 'cair' com entrega do Maersk Madrid de 20.568 TEU
Papéis do Panamá, Cartas da Madeira EmptySeg Abr 17, 2017 10:50 am por Admin

» Siemens instalou software de controlo avançado para movimentações no porto de Sines
Papéis do Panamá, Cartas da Madeira EmptySeg Abr 17, 2017 10:49 am por Admin

» Pelos caminhos
Papéis do Panamá, Cartas da Madeira EmptySeg Abr 17, 2017 10:45 am por Admin

» Alta velocidade: o grande assunto pendente
Papéis do Panamá, Cartas da Madeira EmptySeg Abr 17, 2017 10:41 am por Admin

Galeria


Papéis do Panamá, Cartas da Madeira Empty
novembro 2024
DomSegTerQuaQuiSexSáb
     12
3456789
10111213141516
17181920212223
24252627282930

Calendário Calendário

Flux RSS


Yahoo! 
MSN 
AOL 
Netvibes 
Bloglines 


Quem está conectado?
364 usuários online :: 0 registrados, 0 invisíveis e 364 visitantes :: 1 motor de busca

Nenhum

O recorde de usuários online foi de 864 em Sex Fev 03, 2017 11:03 pm

Papéis do Panamá, Cartas da Madeira

Ir para baixo

Papéis do Panamá, Cartas da Madeira Empty Papéis do Panamá, Cartas da Madeira

Mensagem por Admin Qua Abr 13, 2016 11:10 am

Os países europeus não podem lamentar que os seus impostos fujam para o Panamá quando ao mesmo tempo permitem que os impostos dos outros fujam para os seus próprios paraísos fiscais.

Uma coisa destas seguramente não acontecia em Portugal. Imagine-se, um centro offshore, onde por tuta-e-meia se montam empresas de fachada, sem outro propósito que não o de fugir aos impostos, com total opacidade e beneplácito das autoridades. Coisas destas só noutras latitudes, dizem-nos a partir da Madeira, por cá cumprimos os mais rigorosos padrões dessa indústria que são os “centros internacionais de negócios”.

Honestamente, no mundo dos paraísos fiscais, o Panamá é o que há de mais simpático. Povo encantador, paisagem maravilhosa, culinária estupenda e uma economia a crescer de forma pujante durante anos a fio. A capital é espelho disso mesmo, uma cidade vibrante que tem sabido transformar um negócio obscuro em progresso real. Decididamente, há ali toda uma dinâmica que continua a escapar ao Caniçal.

Ao longo dos últimos anos temos combatido os paraísos fiscais através de dois instrumentos essenciais: o reforço da troca de informações e a criação de normas anti-abuso que penalizam os rendimentos e transacções associados a estes territórios. A troca de informações tem o potencial para ser um game-changer nos próximos tempos, à medida que a troca automática se generaliza e substitui a troca a pedido. A adopção de normas anti-abuso tem-se generalizado também, tornando menos atraente do ponto de vista fiscal o recurso a territórios que se possam dizer de tributação privilegiada.

Mas há nisto limitações evidentes. A troca de informação, mesmo automática, exige administrações bem apetrechadas com recursos técnicos e humanos, capazes de tratar grandes volumes de dados e de agir em consequência. A aplicação de normas anti-abuso pressupõe que se cataloguem estes territórios de forma abrangente e que se tenha a coragem de reconhecer que paraísos fiscais não são os centros de negócios dos outros.

Nada disto é fácil. Logo que estalou o caso do Panamá, levantaram-se consultores e deputados a defender a Zona Franca da Madeira, com aquela distinção entre “centros de negócios” e praças offshore que releva da literatura infantil. Está claro, os milhões de contribuintes que perdem com os paraísos fiscais são um universo largo e inorgânico; os poucos que ganham com eles são um grupo coeso e bem organizado. O que nos leva a manter o offshore da Madeira é o mesmo que tem mantido o Panamá ou as Ilhas Caimão.

A luta contra os paraísos fiscais torna-se hoje mais difícil ainda por força de algo bem patente neste caso do Panamá. Cada vez mais, são empresas e indivíduos originários das economias emergentes a recorrer a paraísos fiscais para dissimular proveitos ilícitos e fugir aos impostos. As elites do Azerbaijão ou da Nigéria têm pouco interesse em fazer do combate aos centros offshore uma prioridade de governo. As administrações fiscais destes países têm pouca ou nenhuma capacidade para lidar com as subtilezas do transfer pricing ou do beneficial ownership, ainda que para isso tivessem algum incentivo.

Ainda assim, há muito que podemos fazer e podemos fazê-lo sem esperar pelos outros.

Dentro de casa, impõe-se rever o quadro regulatório da Zona Franca da Madeira, garantir um mínimo de transparência quanto à actividade das empresas aí licenciadas e devolver competências de fiscalização à administração central. Os países europeus não podem lamentar que os seus impostos fujam para o Panamá quando ao mesmo tempo permitem que os impostos dos outros fujam para os seus próprios paraísos fiscais.

Mais além, impõe-se criar obrigações de divulgação pública para as empresas que conduzam operações através destes paraísos fiscais e para os profissionais que se dediquem à sua montagem. Se uma empresa recorre a centros offshore para realizar as suas actividades, deve divulgá-lo publicamente para que possamos decidir se queremos ser seus clientes. Se um escritório se dedica à montagem de empresas de prateleira na Madeira ou em offshore mais distantes, importa que isso seja conhecido publicamente pois há com certeza muitos clientes que preferirão lidar com outros profissionais.

Muito dos ganhos que se têm feito nos últimos anos no combate aos paraísos fiscais têm passado precisamente por aqui, pela criação de custos reputacionais claros para as empresas que os utilizam e para os profissionais que intermedeiam nestas operações. E estas são medidas que dependem exclusivamente da nossa vontade, que podemos adoptar em Portugal sem ficar indefinidamente à espera que todos os outros o façam. Vão ver, não custa assim tanto.

Professor da Universidade Católica Portuguesa

SÉRGIO VASQUES 
13/04/2016 - 00:20
Público
Admin
Admin
Admin

Mensagens : 16761
Pontos : 49160
Reputação : 0
Data de inscrição : 07/12/2013
Idade : 37
Localização : Sines

http://olharsinesnofuturo.criarforum.com.pt

Ir para o topo Ir para baixo

Ir para o topo

- Tópicos semelhantes

 
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos