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O que importa agora é a Brexit. Tudo o resto é paisagem
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O que importa agora é a Brexit. Tudo o resto é paisagem
Neste momento há muitos assuntos que podem influenciar economicamente as nossas vidas, mas quanto a mim, o mais importante é a possível saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit). No dia 23 de Junho, dentro de cerca de 2 meses, os Ingleses vão ser chamados a dizer se querem ou não continuar na União Europeia. Muito se tem discutido sobre o custo da saída para o Reino Unido, mas quase ninguém fala do mais importante: que independentemente da decisão dos Ingleses, este referendo vem por mais uma vez em causa a solidez do euro.
A entrada do Reino Unido na União Europeia (EU) sempre foi muito contestada internamente. A sua permanência é um tema muito recorrente e causador de muita fricção na politica interna. Mas o grande passo para esta possível rutura tem origem em maio de 2015, quando o primeiro ministro David Cameron ganhou as eleições com a promessa de fazer este referendo. Foi na legislatura anterior que o primeiro ministro inglês começou a perceber que não conseguia negociar melhores condições comerciais nem fazer valer as suas pretensões a nível social relativamente à emigração, com os restantes membros da UE. Por isso, escolheu o referendo como forma de pressionar a UE. Nos últimos anos, o Reino Unido também se tem vindo a queixar de ter o seu crescimento económico muito comprometido pelo resto dos seus parceiros europeus e sempre teve muitos receios relativamente à livre circulação de pessoas entre os estados membros e aos benefícios sociais a pagar aos emigrantes.
Neste momento as probabilidades de saída são de praticamente 50/50, o que mostra que os Ingleses estão muito divididos, porque as vantagens são quase tantas como as desvantagens. A vantagem mais popular é o fim das contribuições para a UE, que custa cerca de 7% do orçamento anual do país, e o ganho de alguma da independência que os Ingleses dizem ter perdido ao aceitarem as regras da UE. Mas também é preciso contabilizar as perdas decorrentes da perda dos acordos comerciais. Tendo em conta que o Reino Unido exporta para a UE cerca de 45% das suas exportações totais e que os acordos comerciais com resto do mundo pressupõem que o Reino Unido faz parte da UE, a sua saída significaria a renegociação de todos esses acordos, com prováveis desvantagens para o Reino Unido. Mesmo assim, parece-me que os Ingleses preferem perder no campo comercial, do que ter de levar com as condicionantes sociais da permanência na UE. A principal arma do Reino Unido contra as perdas nas exportações eram novos acordos com os Estados Unidos da América e com a Noruega, mas segundo as mais recentes declarações dos presidentes desses países, parece-me que não vão conseguir tirar vantagens por essa via.
No entanto, as desvantagens não são só para o Reino Unido. Com a Brexit, a união europeia ficaria claramente mais frágil e menos competitiva. Por outro lado, a Eurozona ficaria demasiado influenciada pela França no que se refere a politicas e gestão do projeto europeu e pela Alemanha ao nível financeiro. Neste sentido, o Reino Unido tem tido um pragmatismo muito útil relativamente à liderança Francesa e à disciplina financeira Alemã. Por outro lado, ganhariam impulso as forças politicas nacionalistas e eurocéticas com as eleições presidenciais em França e federais na Alemanha nos meses seguintes ao referendo do Reino Unido. Toda esta instabilidade significaria um aumento significativo do risco país para todos os membros da EU, gerando uma nova crise financeira aos países mais frágeis, cujos problemas ainda não foram todos resolvidos.
Luís Pedro Branco Gestor Financeiro
Diário de Notícias da Madeira
Quarta, 27 de Abril de 2016
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