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Verticalidade e ingovernabilidade
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Verticalidade e ingovernabilidade
Custa ver líderes políticos que integram a coligação das esquerdas chantagear o Governo e este deixar-se aprisionar por um apoio parlamentar de interesse e de mera sobrevivência recíproca.
Esta semana fomos confrontados com a apreciação no Parlamento do Plano de Estabilidade e do Plano Nacional de Reformas, documentos que constituem peças essenciais para a apreciação do desempenho expectável do país e instrumentos fulcrais para a visualização do que o Governo pretende, estrutural e estrategicamente, para o nosso futuro próximo.
Trata-se assim de uma oportunidade determinante que não pode ser apresentada de forma leve ou leviana. Ao contrário do que se podia esperar, não foram documentos estratégicos que foram apresentados, nem tão pouco se buscou algum tipo de consenso em matérias tão relevantes a médio prazo. Antes se assentou num conjunto de generalidades onde, o que se definia num documento não encontraria resguardo no outro, como foi assinalado pelo insuspeito Conselho de Finanças Públicas.
E se estes instrumentos nada trouxeram de novo ao debate político e à definição do nosso futuro coletivo, ficamos a perceber os receios (e as incapacidades) do Governo em se assumir como construtor de um modelo de desenvolvimento próprio e autónomo, em simultâneo com a improbabilidade de conseguir adequar o seu discurso interno como o convencimento externo de alcançar metas e objetivos positivos.
Tivemos ainda a confirmação da hipocrisia que rodeia o discurso da coligação das esquerdas. PS, PCP e Bloco de Esquerda não podiam ser mais claros na sua divergência. Enquanto os partidos radicais de esquerda assumem uma oposição – clara, firme e absoluta – ao Plano de Estabilidade, o PS tenta fugir da sua paternidade, mais uma vez alijando responsabilidades e empurrando consequências.
O PSD, mais uma vez chamado à responsabilidade, perante a desistência de uns e a hipocrisia de outros, não pactua com estes malabarismos embora tudo faça para evitar uma crise política. Pedro Passos Coelho bem alertou para este comportamento do Governo, mas sabe que qualquer atitude de rutura lançará o país numa situação de ingovernabilidade ou de eleições antecipadas, que estarão sempre presentes na cabeça daqueles que se preocupam mais consigo do que com o país.
Custa ver líderes políticos que integram a coligação das esquerdas chantagear o Governo e este deixar-se aprisionar por um apoio parlamentar de interesse e de mera sobrevivência recíproca, condicionadora do futuro e de uma política que promova o desenvolvimento.
Este é o caminho que Catarina Martins e Jerónimo de Sousa traçam a António Costa. Acossar o Governo com bancos e sindicatos, invocando a purificação do sistema financeiro e reclamando a reposição de direitos, com a ameaça de regresso à rua ou a retirada de apoio no parlamento. O PS tudo aceita, na falta de coluna vertebral política a que nos tem vindo a habituar, onde tudo cabe, desde que não lhe retirem o poder.
Até onde resistirá a falta de verticalidade dos socialistas e até onde se esticará a corda das esquerdas é a pergunta que legitimamente se pode deixar.
O autor escreve ao abrigo do novo acordo ortográfico.
00:05 h
António Rodrigues, Advogado
Económico
Esta semana fomos confrontados com a apreciação no Parlamento do Plano de Estabilidade e do Plano Nacional de Reformas, documentos que constituem peças essenciais para a apreciação do desempenho expectável do país e instrumentos fulcrais para a visualização do que o Governo pretende, estrutural e estrategicamente, para o nosso futuro próximo.
Trata-se assim de uma oportunidade determinante que não pode ser apresentada de forma leve ou leviana. Ao contrário do que se podia esperar, não foram documentos estratégicos que foram apresentados, nem tão pouco se buscou algum tipo de consenso em matérias tão relevantes a médio prazo. Antes se assentou num conjunto de generalidades onde, o que se definia num documento não encontraria resguardo no outro, como foi assinalado pelo insuspeito Conselho de Finanças Públicas.
E se estes instrumentos nada trouxeram de novo ao debate político e à definição do nosso futuro coletivo, ficamos a perceber os receios (e as incapacidades) do Governo em se assumir como construtor de um modelo de desenvolvimento próprio e autónomo, em simultâneo com a improbabilidade de conseguir adequar o seu discurso interno como o convencimento externo de alcançar metas e objetivos positivos.
Tivemos ainda a confirmação da hipocrisia que rodeia o discurso da coligação das esquerdas. PS, PCP e Bloco de Esquerda não podiam ser mais claros na sua divergência. Enquanto os partidos radicais de esquerda assumem uma oposição – clara, firme e absoluta – ao Plano de Estabilidade, o PS tenta fugir da sua paternidade, mais uma vez alijando responsabilidades e empurrando consequências.
O PSD, mais uma vez chamado à responsabilidade, perante a desistência de uns e a hipocrisia de outros, não pactua com estes malabarismos embora tudo faça para evitar uma crise política. Pedro Passos Coelho bem alertou para este comportamento do Governo, mas sabe que qualquer atitude de rutura lançará o país numa situação de ingovernabilidade ou de eleições antecipadas, que estarão sempre presentes na cabeça daqueles que se preocupam mais consigo do que com o país.
Custa ver líderes políticos que integram a coligação das esquerdas chantagear o Governo e este deixar-se aprisionar por um apoio parlamentar de interesse e de mera sobrevivência recíproca, condicionadora do futuro e de uma política que promova o desenvolvimento.
Este é o caminho que Catarina Martins e Jerónimo de Sousa traçam a António Costa. Acossar o Governo com bancos e sindicatos, invocando a purificação do sistema financeiro e reclamando a reposição de direitos, com a ameaça de regresso à rua ou a retirada de apoio no parlamento. O PS tudo aceita, na falta de coluna vertebral política a que nos tem vindo a habituar, onde tudo cabe, desde que não lhe retirem o poder.
Até onde resistirá a falta de verticalidade dos socialistas e até onde se esticará a corda das esquerdas é a pergunta que legitimamente se pode deixar.
O autor escreve ao abrigo do novo acordo ortográfico.
00:05 h
António Rodrigues, Advogado
Económico
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