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Mensagem por Admin Seg maio 02, 2016 3:36 pm

No decorrer da terceira revolução industrial, a automação, massificação da produção e deslocalização de centros produtivos tiveram um papel-chave na optimização de custos e níveis de eficiência, promovendo a sustentabilidade de modelos orientados para a produção.

Contudo, a crescente diversidade de consumidores e respectivas expectativas, bem como a imprevisibilidade de volumes gerada pela crise económica, põem em causa o actual modelo industrial (sustentado numa oferta padronizada) e a sua capacidade de criação de valor.
 
Deste modo, surge o conceito de "Industrie 4.0" baseado na transformação digital do tecido industrial, garantindo a flexibilização e desconcentração da produção para junto dos centros de procura.
 
A 4.ª revolução industrial poderá gerar 420 biliões de euros na Europa Ocidental
 
A transição do sector industrial para "Industrie 4.0" ultrapassa a questão tecnológica. O seu impacto não será apenas sentido em estratégias corporativas individuais, mas também ao nível da economia nacional e política de emprego.
 
O princípio subjacente a esta revolução industrial prende-se com a orientação ao cliente e consequente maximização da flexibilização da produção. Pretende-se uma produção "on demand", preditiva e autocorrectiva, optimizando a utilização do capital empregado e minimizando o custo da complexidade.
 
De acordo com um estudo realizado pela Roland Berger, a evolução do processo produtivo na Europa Ocidental irá criar cerca de 10 milhões novos postos de trabalho para todos os níveis de qualificações. Adicionalmente, segundo o mesmo, o desenvolvimento de sistemas e processos inteligentes e digitalmente interligados permitirá a diminuição de capital empregado e o aumento de lucros, libertando cerca de 420 biliões de euros.
 
Como evoluir para um modelo "Industrie 4.0"?
 
Este novo modelo simboliza o surgimento de uma quarta revolução industrial global baseada em três inovações tecnológicas-chave - automação, inteligência artificial e a "Internet das Coisas" - no sentido de criar modelos económicos e industriais disruptivos.
 
Neste sentido, a evolução industrial assenta na implementação de cinco vectores-chave:
 
1. Fábricas virtuais - fabrico virtual de novos produtos antes de criar disrupção no sistema físico;
 
2. Fluxos automatizados - criação de um sistema flexível e ágil, executando tarefas que excedem a capacidade humana (por exemplo, através de cobotos - robôs que interagem fisicamente com pessoas);
 
3. Equipamentos inteligentes - operação apenas com supervisão humana, estando aptos para se corrigirem autonomamente e interagirem com outros equipamentos;
 
4. Manutenção preditiva - maximização da utilização de equipamentos, através, por exemplo, da diminuição dos tempos de paragem;
 
5. Sistemas ciberfísicos - maximização da capacidade de customização e reajuste do processo produtivo em função das variações da procura. 
 
Como se posicionará Portugal nesta nova etapa industrial?
 
Diversos países já desenvolveram iniciativas políticas para apoiar empresas nacionais a evoluírem as suas unidades de produção, nomeadamente  Alemanha, França, Estados Unidos, Japão, China, entre outros.
 
Para Portugal, o progresso em direcção à "Industrie 4.0", com estratégias de digitalização disruptivas, será uma oportunidade de revitalizar o tecido industrial nacional, tornando-se um núcleo industrial digital de referência a nível internacional. 

ROLAND BERGER CONSULTANTS | 01 Maio 2016, 17:27
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