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Um caso muito estranho
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Um caso muito estranho
Tudo isto é muito estranho. O facto de a TAP se congratular efusivamente por estar a conseguir taxas de ocupação de 65 por cento ao fim de um mês de voos na ponte aérea entre o Porto e Lisboa não pode deixar de suscitar apreensão.
Sobretudo quando o argumento invocado para suprimir rotas internacionais a partir do Porto ter sido o da falta de rentabilidade. Rotas essas, convém recordar, que registavam uma taxa de ocupação média na ordem dos 90 por cento. Em suma: muito menos do que era mau em ligações a Milão ou a Barcelona passa a ser ótimo e maravilhoso em voos domésticos. Aparentemente, a TAP perde passageiros e ainda entende publicitar o sucesso que alega estar a ter. Transparência, como sempre, é o que se reivindica na atuação da transportadora aérea que diz nacional.
Se não for pedir muito, era bom que mostrassem as contas e que explicassem quais os critérios que levaram à secundarização do Aeroporto do Porto e ao desvio de passageiros para Lisboa. Os cidadãos e os agentes económicos do Norte do país, vítimas diretas e imediatas dos prejuízos causados por esta decisão, merecem uma justificação. Os inúmeros relatos de passageiros que veem as suas vidas pessoais e profissionais completamente transtornadas, só pode levar-nos a considerar que os responsáveis da TAP tinham tais consequências como objetivo.
O Porto é conhecido pela neblina que embeleza o Douro. A neblina só está aí. Esta cidade sempre pugnou por transparência e rigor nas contas, sejam públicas ou privadas. Daí que promover uma ponte aérea, única e exclusivamente para alimentar um aeroporto à custa de outro e justificar investimentos na capital em detrimento da região mais exportadora do país, seja motivo para confirmar dúvidas e adensar suspeitas. Disse-o em tempo útil e nos locais próprios. Até ao momento, não conheço quem tenha ouvido qualquer tipo de explicação minimamente satisfatória. Mais obrigatória ainda quando temos o Estado a regressar à estrutura acionista da empresa.
Valha-nos que as regras do mercado e a sã concorrência continuam a funcionar. A Ryanair, por exemplo, colocou aviões novos a operar na base do Porto, naturalmente conquistando muitos clientes à TAP, também na ligação a Lisboa. E há perto de duas dezenas de companhias que estão a reforçar as ligações à cidade. Seguramente com mais de 65 por cento de ocupação. E, mais importante ainda, trata-se de empresas privadas. Que tomam decisões em função da rentabilidade e do lucro. Ao contrário de uma empresa semipública mais conhecida por fazer muito bem duas coisas: perder dinheiro e prejudicar o Porto. Estranho.
*EMPRESÁRIO E PRES. ASS. COMERCIAL DO PORTO
NUNO BOTELHO*
04 Maio 2016 às 00:06
Jornal de Notícias
Sobretudo quando o argumento invocado para suprimir rotas internacionais a partir do Porto ter sido o da falta de rentabilidade. Rotas essas, convém recordar, que registavam uma taxa de ocupação média na ordem dos 90 por cento. Em suma: muito menos do que era mau em ligações a Milão ou a Barcelona passa a ser ótimo e maravilhoso em voos domésticos. Aparentemente, a TAP perde passageiros e ainda entende publicitar o sucesso que alega estar a ter. Transparência, como sempre, é o que se reivindica na atuação da transportadora aérea que diz nacional.
Se não for pedir muito, era bom que mostrassem as contas e que explicassem quais os critérios que levaram à secundarização do Aeroporto do Porto e ao desvio de passageiros para Lisboa. Os cidadãos e os agentes económicos do Norte do país, vítimas diretas e imediatas dos prejuízos causados por esta decisão, merecem uma justificação. Os inúmeros relatos de passageiros que veem as suas vidas pessoais e profissionais completamente transtornadas, só pode levar-nos a considerar que os responsáveis da TAP tinham tais consequências como objetivo.
O Porto é conhecido pela neblina que embeleza o Douro. A neblina só está aí. Esta cidade sempre pugnou por transparência e rigor nas contas, sejam públicas ou privadas. Daí que promover uma ponte aérea, única e exclusivamente para alimentar um aeroporto à custa de outro e justificar investimentos na capital em detrimento da região mais exportadora do país, seja motivo para confirmar dúvidas e adensar suspeitas. Disse-o em tempo útil e nos locais próprios. Até ao momento, não conheço quem tenha ouvido qualquer tipo de explicação minimamente satisfatória. Mais obrigatória ainda quando temos o Estado a regressar à estrutura acionista da empresa.
Valha-nos que as regras do mercado e a sã concorrência continuam a funcionar. A Ryanair, por exemplo, colocou aviões novos a operar na base do Porto, naturalmente conquistando muitos clientes à TAP, também na ligação a Lisboa. E há perto de duas dezenas de companhias que estão a reforçar as ligações à cidade. Seguramente com mais de 65 por cento de ocupação. E, mais importante ainda, trata-se de empresas privadas. Que tomam decisões em função da rentabilidade e do lucro. Ao contrário de uma empresa semipública mais conhecida por fazer muito bem duas coisas: perder dinheiro e prejudicar o Porto. Estranho.
*EMPRESÁRIO E PRES. ASS. COMERCIAL DO PORTO
NUNO BOTELHO*
04 Maio 2016 às 00:06
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