Portugal está na moda!

“Portugal está na moda. Tal facto não se constata apenas ao passear pelas ruas das principais cidades", a opinião de Mariana Corte-Real.

Portugal está na moda, não há dúvidas! Tal facto não se constata apenas ao passear pelas ruas das principais cidades. As constantes notícias, estudos, estatísticas e publicações relacionados com o turismo em Portugal também o confirmam.

As companhias aéreas low-cost vieram abrir as portas do nosso país a milhares de turistas que têm mostrado um interesse, cada vez maior, em conhecê-lo. Este aumento do fluxo de passageiros proveniente de voos internacionais tem, por sua vez, contribuído bastante para o crescimento do setor hoteleiro português, que está em clara ascensão.

Nos últimos anos, não só a taxa de ocupação dos hotéis portugueses tem aumentado, como a receita por quarto disponível também tem revelado uma evolução positiva.

Em 2014, o turismo representou cerca de 6% do PIB nacional, tornando-se naturalmente um dos setores mais importantes e estratégicos da economia portuguesa. A sua crescente expansão tem vindo a promover programas de incentivos financeiros e fiscais, nomeadamente o Portugal 2020, com o objetivo impulsionar e apoiar o crescimento do setor.

Paralelamente ao crescimento da procura por parte dos turistas, tem-se verificado também o aumento da oferta. Nos últimos anos, surgiram inúmeros novos empreendimentos turísticos, intensificando a competição na indústria hoteleira portuguesa. Por outro lado, as plataformas online de alojamento local, como a Airbnb ou a Homeaway, lançam novos desafios a nível mundial, pois vêm alterar os comportamentos dos consumidores.

Contudo, é importante salientar que a atual conjuntura, bastante favorável para o setor do turismo, poderá ser apenas passageira e própria dos ciclos económicos e sociais, pelo que os hotéis deverão ser capazes de redefinir as suas estratégias de crescimento. Para garantir a manutenção da sua rentabilidade futura, os hotéis deverão ganhar escala e apostar na sua diferenciação através da inovação e investimento em novos produtos e serviços, procurando responder àquilo que os seus clientes realmente procuram.

Por um lado, o mercado valoriza cada vez mais a oferta ampla e diversificada de serviços e geografias, bem como a capacidade de chegar a todos os targets. Por outro, as empresas de maior dimensão tendem a ter uma melhor capacidade de resposta perante questões abrangentes da indústria como, por exemplo, a perda de quota de mercado.

A consolidação do mercado hoteleiro através de fusões e aquisições torna-se fundamental para garantir a competitividade e crescimento dos hotéis portugueses. Os hotéis deverão procurar também estabelecer parcerias estratégicas que ofereçam vantagens ao nível da diferenciação e que permitam reduzir os custos e beneficiar de sinergias, nomeadamente ao nível da administração, equipas de vendas e de marketing, arquitetura digital e plataformas de reserva (como por exemplo o “booking”), etc.

Em 2015, as transações no setor hoteleiro português superaram os 250 milhões e, em 2016, espera-se que este tipo de negócios se exceda quer em número, quer em valor e, acima de tudo, que cruzem fronteiras. De acordo com o “Hotel Investment Outlook” da JLL, os grandes investidores internacionais estão particularmente atentos aos mercados secundários da Europa Ocidental, em busca de oportunidades de grande rendimento. Naturalmente, Portugal é apontado como um dos principais alvos por parte dos investidores em imobiliário hoteleiro, em 2016. Aliás, o início do ano tem-se pautado pela agitação do mercado, com grandes investimentos de capital nacional e internacional.

É, sem dúvida, o momento para olhar para o futuro e consolidar estratégias de crescimento, sem deixar escapar as oportunidades existentes em todos os setores do turismo em Portugal.

Mariana Corte-Real,
Senior Analyst da Baker Tilly

Publicado em: 13/05/2016 - 0:01:01
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