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Lisboa, não sejas francesa!
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Lisboa, não sejas francesa!
É sabido de todos os que me conhecem o amor que tenho a Lisboa. O que me permite também ser o mais crítico dos seus cidadãos uma vez que, para mim, esta cidade merecia ser perfeita! Por isso também estou sempre atento ao que nela seria possível melhorar, aos erros estratégicos e até estruturais, tentando sempre formular a minha opinião mediante as características próprias, mas também os erros que se vão cometendo, sejam eles do domínio público ou privado.
Com as vagas turísticas crescentes e cada vez mais constantes, é fundamental ter em atenção duas coisas muito importantes. Existem pessoas que por cá vivem e trabalham e a quem é fundamental assegurar as melhores condições de vida, para que possam também receber os que vêm de fora da melhor forma. É fundamental instigar e alimentar as nossas tradições e aspetos socioculturais, que nos distinguem e tornam um povo tão especial, sempre muito querido e acarinhado por todos.
Acho que nenhum dos dois tem sido bem assegurado mas, centrando-me no segundo ponto e deixando a parte política para outras núpcias, acho sinceramente que não estamos a apoiar o que é nosso. Exemplo disso é que, hoje em dia, vamos à Baixa e já temos alguma dificuldade em comer um pastel de bacalhau, um arroz de feijão e outras iguarias tão nossas, só para dar um exemplo. Os restaurantes tradicionais estão a ser substituídos por conceitos internacionais com comida do mundo e estamos a esquecer--nos que o que nos distingue, para além da simpatia, são os apontamentos que não se encontram em lado nenhum, desde o fado aos petiscos.
Parece-me a mim que um turista que aterra no aeroporto da Portela quer ver os nossos espaços mais pitorescos, quer percorrer o Bairro Alto e o Cais do Sodré, ir ao Castelo e sentir a calçada até Belém. Não está muito interessado, por muita qualidade que eles tenham, em ir comer o mesmo tipo de pratos que come na sua terra. E hoje em dia já tem dificuldade em arranjar bons restaurantes tradicionais no tão famoso Chiado ou na Baixa Pombalina. Acho, logicamente, que cada comerciante deve abrir o que quer, mas podíamos fazer mais para incentivar a manutenção de alguns espaços históricos que estão a fechar.
Ainda há pouco tempo desloquei-me a Espanha, à feira de Jerez, e também ali me surgiram ideias de como fazer de uma forma mais esplendorosa as nossas Festas da Cidade. Lá tratam as sevilhanas e outras tradições com orgulho e isso sobressai de uma forma bem vincada, dando outro charme e alegria à feira. Esse que podia ser um ex-líbris e um cartão-de-visita nosso para o mundo fica, no meu entender, circunscrito às marchas, aos restaurantes a servirem sardinhas e febras e a meia dúzia de manjericos na rua.
Agora que estamos na moda e tão bem vistos nas publicações internacionais, devíamos aproveitar estes momentos tão nossos para criarmos momentos de verdadeira magia que possam envolver e divertir mais quem por cá vive, e ser mais rentáveis para os comerciantes e mais marcantes para quem vem. Neste ponto de equilíbrio estará o sucesso, sendo certo que para isso é preciso estratégia e visão.
20/05/2016
José Paulo do Carmo
opiniao@newsplex.pt
Jornal i
Com as vagas turísticas crescentes e cada vez mais constantes, é fundamental ter em atenção duas coisas muito importantes. Existem pessoas que por cá vivem e trabalham e a quem é fundamental assegurar as melhores condições de vida, para que possam também receber os que vêm de fora da melhor forma. É fundamental instigar e alimentar as nossas tradições e aspetos socioculturais, que nos distinguem e tornam um povo tão especial, sempre muito querido e acarinhado por todos.
Acho que nenhum dos dois tem sido bem assegurado mas, centrando-me no segundo ponto e deixando a parte política para outras núpcias, acho sinceramente que não estamos a apoiar o que é nosso. Exemplo disso é que, hoje em dia, vamos à Baixa e já temos alguma dificuldade em comer um pastel de bacalhau, um arroz de feijão e outras iguarias tão nossas, só para dar um exemplo. Os restaurantes tradicionais estão a ser substituídos por conceitos internacionais com comida do mundo e estamos a esquecer--nos que o que nos distingue, para além da simpatia, são os apontamentos que não se encontram em lado nenhum, desde o fado aos petiscos.
Parece-me a mim que um turista que aterra no aeroporto da Portela quer ver os nossos espaços mais pitorescos, quer percorrer o Bairro Alto e o Cais do Sodré, ir ao Castelo e sentir a calçada até Belém. Não está muito interessado, por muita qualidade que eles tenham, em ir comer o mesmo tipo de pratos que come na sua terra. E hoje em dia já tem dificuldade em arranjar bons restaurantes tradicionais no tão famoso Chiado ou na Baixa Pombalina. Acho, logicamente, que cada comerciante deve abrir o que quer, mas podíamos fazer mais para incentivar a manutenção de alguns espaços históricos que estão a fechar.
Ainda há pouco tempo desloquei-me a Espanha, à feira de Jerez, e também ali me surgiram ideias de como fazer de uma forma mais esplendorosa as nossas Festas da Cidade. Lá tratam as sevilhanas e outras tradições com orgulho e isso sobressai de uma forma bem vincada, dando outro charme e alegria à feira. Esse que podia ser um ex-líbris e um cartão-de-visita nosso para o mundo fica, no meu entender, circunscrito às marchas, aos restaurantes a servirem sardinhas e febras e a meia dúzia de manjericos na rua.
Agora que estamos na moda e tão bem vistos nas publicações internacionais, devíamos aproveitar estes momentos tão nossos para criarmos momentos de verdadeira magia que possam envolver e divertir mais quem por cá vive, e ser mais rentáveis para os comerciantes e mais marcantes para quem vem. Neste ponto de equilíbrio estará o sucesso, sendo certo que para isso é preciso estratégia e visão.
20/05/2016
José Paulo do Carmo
opiniao@newsplex.pt
Jornal i
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