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E que tal mudar a cidade de lugar?
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E que tal mudar a cidade de lugar?
Que bom seria se fosse possível mover de lugar algumas horrendas terras.
Na primeira vez que estive em Kiruna não imaginava que debaixo daquela imensidão branca, e muitos graus abaixo de zero, o chão estivesse a desmoronar-se. A cidade mais setentrional da Suécia – localizada 200 quilómetros a norte do círculo polar ártico – tem aspeto firme, mas está a ser comida pela indústria que a alimenta há um século.
Perante tal canibalismo subterrâneo só restavam duas opções aos seus autarcas. Ou encerravam as minas de ferro que estão a abalar os alicerces do município ou mudavam a cidade de lugar. Optaram pela segunda hipótese e depois da empresa de minério ter decidido pagar 125% dos valores de mercado pelas expropriações começou a ser construída uma nova pequena metrópole para acolher os 20 mil moradores.
Da antiga Kiruna só seguirá para a nova cidade a velha igreja de madeira que os suecos votaram em 2001 como o edifício mais bonito do país. O resto, que até nem é feio, será demolido numa operação que vai custar perto de mil milhões de euros. O processo vai durar 20 anos e, para já, sem protestos ou não estivéssemos perante um plano com o rigor nórdico.
Por esta altura, estará o leitor a pensar que bom seria se fosse possível mover de lugar algumas das mais horrendas terras portuguesa – sem citarmos nomes para não desencadear aqui violentas polémicas regionais como as que envolveram Henrique Raposo ou José Cid.
É certo que não temos o dinheiro dos suecos nem o seu pragmatismo, mas se tivéssemos serviria de pouco. Neste canto atlântico preferimos quase sempre nada mudar (a transferência de lugar de uma cidade inteira por cá seria sempre metafórica…) a beliscar o fervor regionalista patético que tantos cega de norte a sul.
ALFREDO LEITE
Jornalista
03.06.2016 01:45
Correio da Manhã
Na primeira vez que estive em Kiruna não imaginava que debaixo daquela imensidão branca, e muitos graus abaixo de zero, o chão estivesse a desmoronar-se. A cidade mais setentrional da Suécia – localizada 200 quilómetros a norte do círculo polar ártico – tem aspeto firme, mas está a ser comida pela indústria que a alimenta há um século.
Perante tal canibalismo subterrâneo só restavam duas opções aos seus autarcas. Ou encerravam as minas de ferro que estão a abalar os alicerces do município ou mudavam a cidade de lugar. Optaram pela segunda hipótese e depois da empresa de minério ter decidido pagar 125% dos valores de mercado pelas expropriações começou a ser construída uma nova pequena metrópole para acolher os 20 mil moradores.
Da antiga Kiruna só seguirá para a nova cidade a velha igreja de madeira que os suecos votaram em 2001 como o edifício mais bonito do país. O resto, que até nem é feio, será demolido numa operação que vai custar perto de mil milhões de euros. O processo vai durar 20 anos e, para já, sem protestos ou não estivéssemos perante um plano com o rigor nórdico.
Por esta altura, estará o leitor a pensar que bom seria se fosse possível mover de lugar algumas das mais horrendas terras portuguesa – sem citarmos nomes para não desencadear aqui violentas polémicas regionais como as que envolveram Henrique Raposo ou José Cid.
É certo que não temos o dinheiro dos suecos nem o seu pragmatismo, mas se tivéssemos serviria de pouco. Neste canto atlântico preferimos quase sempre nada mudar (a transferência de lugar de uma cidade inteira por cá seria sempre metafórica…) a beliscar o fervor regionalista patético que tantos cega de norte a sul.
ALFREDO LEITE
Jornalista
03.06.2016 01:45
Correio da Manhã
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