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O falso oráculo
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O falso oráculo
Gutenberg inventou a prensa em 1440 e a partilha de informação nunca mais parou. Até aí, a transmissão de conhecimento era extremamente difícil, os livros eram manuscritos e copiados, os erros e as gralhas repetiam-se, pioravam de edição para edição. Eram também empreitadas caras. Copiar cinco páginas custava o equivalente a 200 euros de hoje. Reproduzir um livro não ficava por menos de 20 mil euros. Gutenberg resolveu o problema com a sua fabulosa máquina. Reduziu o custo dos livros em cerca de 300 vezes, o preço caiu para os 70 euros de hoje e multiplicaram-se as publicações. A encabeçar a lista de bestsellers, a Bíblia, claro, mas com o tempo vieram a pseudociência e a manipulação. Nunca faltou apetite por estas coisas. E assim chegamos aos dias de hoje, em que a internet dispensou de vez a impressão e espalha tudo ainda mais depressa - o bom, o mau e o péssimo. Por exemplo, dentro do género mau, é possível destacar o relatório do Goldman Sachs sobre a banca, o que anteontem desvalorizou uma série de instituições financeiras num par de horas, em particular o BCP (acionista minoritário do DN). O Goldman não é novo nisto. O que espanta é a sua força destrutiva. Um banco que esteve por trás da manipulação das contas públicas da Grécia (etc., etc.) mantém, ainda assim, uma reputação que lhe permite prosperar de um lado e do outro da barricada. O problema é este: sendo um banco de investimento, o maior de todos, o Goldman Sachs publica estudos para dar aos seus clientes o seu ponto de vista sobre o mercado. Mas além deste trabalho, recomenda a compra de ações e também vende serviços de aconselhamento a outros bancos, estimula, negoceia e fecha fusões e aquisições. Ou seja, mistura inúmeras funções debaixo do mesmo teto, funções que se contaminam e se alimentam umas das outras. Anteontem o Goldman pôs em causa o BCP, mas amanhã talvez tenha uns serviços a vender ao mesmo BCP. Por exemplo, se o banco liderado por Nuno Amado quiser comprar o Novo Banco, lá virão uns tubarões de Nova Iorque para despachar o assunto e então amigos como dantes. A perversidade é evidente. Já não é pseudociência, é pseudoinformação, pseudofinança. Cinco séculos depois, a mesma ilusão, agora em bits e bytes.
Editorial
03 DE JUNHO DE 2016
00:53
André Macedo
Diário de Notícias
Editorial
03 DE JUNHO DE 2016
00:53
André Macedo
Diário de Notícias
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