Felicidade

Diz um estudo da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) - avaliem lá a leviandade de um tipo escrever isto, assim mesmo, como se os estudos falassem - que o português é o mais triste entre uns quantos povos, os 34, concretamente, que integram aquela coutada de nações. Aqui, à minha volta, está tudo bem-disposto, em fase de descompressão, com as tarefas quase encerradas e a ganhar coragem (vontade não falta) de despachar uma sande de leitão. Lá em casa, após um telefonema que fiz agorinha mesmo, os ares também estão tranquilos, com os habituais humores, amores e desamores próprios de quem atravessa ou convive com a adolescência. A uns (poucos) quilómetros desta torre, está prestes a começar mais uma noite à Porto, com música junto à Ribeira, e o fim de semana reserva-nos o Serralves em Festa. Nem vou dissecar o estudo, não me merece a pena. Haverá, certamente, muita gente triste, tanta, gente a mais, mas a nuvem não paira apenas sobre Portugal. Triste, parece-me, é acreditar que tudo se mede em números, como se a felicidade fosse uma equação matemática. E, por acaso, até conheço duas das pessoas mais felizes do Mundo, por estes dias. São portuguesas - um beijo, com abraço e tudo, de Matosinhos a Ílhavo.

Vítor Santos
04 Junho 2016 às 00:03
Jornal de Notícias