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O ilustrador enigmático
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O ilustrador enigmático
Figura de culto em todo o mundo, Edward Gorey (1925-2000) ainda é pouco conhecido em Portugal. Entre nós, só um livro seu foi publicado- e aparentemente com pouco sucesso
Não sou, em geral, um grande fã de banda desenhada e de livros ilustrados. Acho que a convivência entre a palavra e a imagem raramente é pacífica e que uma e outra disputam entre si a atenção do leitor. Mas para todas as regras há uma exceção e, neste caso, a exceção chama-se Edward Gorey.
Descobri-o por acaso através de um baralho de tarot com figuras enigmáticas que ele batizou de ‘Fantod Pack’. Em vez das tradicionais figuras (o Louco, o Enforcado, A Torre, a Morte, etc.) Gorey criou vinte cartas com previsões pouco simpáticas para aquele a quem estiver a ser ‘revelado’ o futuro, que vão desde a queda de cabelo a espasmos e maleitas terríveis.
Figura de culto no mundo da ilustração, Edward St. John Gorey (1925-2000) produziu milhares de ilustrações e capas para obras de outros autores, mas também escreveu as suas próprias histórias. Embora alguns pensem tratar-se de contos para crianças, facilmente se perceberá, pela estranheza, melancolia e requintes de crueldade ali revelados, quão longe isso está da verdade. De resto, Gorey nunca teve filhos e, ao que se sabe, não dedicava uma especial afeição aos filhos dos outros. Em compensação, era um grande protetor dos animais e, quando morreu, deixou a maior parte dos seus recursos a um fundo para ajudar gatos, cães, morcegos (pelos quais tinha uma predileção especial) e até insetos.
Em 1979 comprou uma casa de madeira com 200 anos que pertencera a um antigo marinheiro, em Cape Cod, perto do mar, e ali viveu os últimos anos de vida. Elephant House é hoje um museu dedicado a cultivar e manter viva a memória do seu proprietário.
Tanto quanto sei, só uma obra de Gorey foi publicada em Portugal - “Quatro Estórias” (Errata Edições, 2003) - e não creio que tenha sido um sucesso. Quando recebi este livro de um amigo, expliquei-lhe que ele conhecia tão bem os meus gostos que eu até já tinha um exemplar em casa. “Olha, faz o que quiseres”, disse-me ele, dando-me a entender que não se importaria que eu desse, vendesse, trocasse ou deitasse fora o seu presente. E eu fiz o que quis, ou seja, fiquei com ele. Há livros que são tão bons que não me importo de os ter em repetido.
9 de junho 2016
SOL
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