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A arraia-miúda
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A arraia-miúda
No 10 de junho Marcelo declarou amor ao seu povo. À arraia-miúda, à gente que sempre defendeu Portugal quando as elites apenas se defenderam a elas próprias. Ele sabe que há coisas que estão para acontecer.
"Quando a pátria é posta à prova, é o povo que assume sempre o papel determinante". Assim sintetizou o Presidente da República o espírito nacional português. "O povo é melhor que as elites", disse Marcelo às orelhas quentes de uma plateia, feita precisamente de elites, antes de distinguir, cidadãos simples e anónimos, por atos de coragem e bravura.
Pertencendo a uma elite antiga e tradicional - no tempo de Salazar o seu pai, Baltazar Rebelo de Sousa, foi deputado e governador de Moçambique - o Presidente da República, fala para o povo como se lhe pertencesse, ou melhor, querendo pertencer-lhe. Mas este aparente paradoxo não é mais que pura inteligência política, ou se quisermos, precisamente, cultura de elite. Ele sabe que não é do povo e é por isso lhe quer pertencer.
Marcelo pensa naturalmente, o que as novas elites, nascidas com a democracia e no caldo da revolução, aprenderam artificialmente. Possui um sentido de estado e de missão próprios de quem não precisa da luta política para se afirmar. Tem uma visão estratégica para o país que não enferma da cultura tática dos recém-chegados. Para ele o exercício do poder é uma coisa natural que lhe vem do berço.
No seu primeiro discurso do Dia de Portugal, o presidente não podia ser mais claro. Enumerou, um a um, os grandes momentos históricos onde a elite falhou e à pátria sobrou apenas o seu povo. "Foi o povo, a arraia-miúda, quem valeu ao Mestre de Avis, foi o povo quem não se vergou durante sessenta anos até chegar o primeiro de dezembro, foi o povo, soldados e não soldados quem também fez frente às invasões do princípio do séc. XIX" ... e por aí fora até a revolução de Abril, até às dificuldades da crise.
A década de Marcelo está apenas a começar. Será a década das maiores mudanças da modernidade. Daqui a 10 anos nada será como dantes. Basta olhar para o que acontece em Espanha e França (países que curiosamente Marcelo não quis nomear como invasores no seu discurso) onde os sistemas partidários já não conseguem dar estabilidade aos seus países. Marcelo sabe que a sua presidência será mais relevante que todas as anteriores. Sabe que entre ele e o povo a distância vai ser cada vez mais curta.
Por isto Marcelo se liga ao povo. Como um rei de antigamente.
*Especialista em media intelligence
José Manuel Diogo
Hoje às 00:00
Jornal de Notícias
"Quando a pátria é posta à prova, é o povo que assume sempre o papel determinante". Assim sintetizou o Presidente da República o espírito nacional português. "O povo é melhor que as elites", disse Marcelo às orelhas quentes de uma plateia, feita precisamente de elites, antes de distinguir, cidadãos simples e anónimos, por atos de coragem e bravura.
Pertencendo a uma elite antiga e tradicional - no tempo de Salazar o seu pai, Baltazar Rebelo de Sousa, foi deputado e governador de Moçambique - o Presidente da República, fala para o povo como se lhe pertencesse, ou melhor, querendo pertencer-lhe. Mas este aparente paradoxo não é mais que pura inteligência política, ou se quisermos, precisamente, cultura de elite. Ele sabe que não é do povo e é por isso lhe quer pertencer.
Marcelo pensa naturalmente, o que as novas elites, nascidas com a democracia e no caldo da revolução, aprenderam artificialmente. Possui um sentido de estado e de missão próprios de quem não precisa da luta política para se afirmar. Tem uma visão estratégica para o país que não enferma da cultura tática dos recém-chegados. Para ele o exercício do poder é uma coisa natural que lhe vem do berço.
No seu primeiro discurso do Dia de Portugal, o presidente não podia ser mais claro. Enumerou, um a um, os grandes momentos históricos onde a elite falhou e à pátria sobrou apenas o seu povo. "Foi o povo, a arraia-miúda, quem valeu ao Mestre de Avis, foi o povo quem não se vergou durante sessenta anos até chegar o primeiro de dezembro, foi o povo, soldados e não soldados quem também fez frente às invasões do princípio do séc. XIX" ... e por aí fora até a revolução de Abril, até às dificuldades da crise.
A década de Marcelo está apenas a começar. Será a década das maiores mudanças da modernidade. Daqui a 10 anos nada será como dantes. Basta olhar para o que acontece em Espanha e França (países que curiosamente Marcelo não quis nomear como invasores no seu discurso) onde os sistemas partidários já não conseguem dar estabilidade aos seus países. Marcelo sabe que a sua presidência será mais relevante que todas as anteriores. Sabe que entre ele e o povo a distância vai ser cada vez mais curta.
Por isto Marcelo se liga ao povo. Como um rei de antigamente.
*Especialista em media intelligence
José Manuel Diogo
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