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FENÓMENOS PARANORMAIS?
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FENÓMENOS PARANORMAIS?
Fenómenos paranormais ou fenómenos para (ou de) anormais? Se eu fosse sociólogo em vez de economista, fazia um estudo sobre as redes sociais, o tempo que se perde nelas (assim como em emails) e sobre as discussões que por lá grassam…
Há uns meses atrás, apareceu um senhor de seu apelido Raposo a falar mal do Alentejo e dos alentejanos. O Raposo caiu no esquecimento (sítio do qual nunca deveria ter saído) e agora a malta, mais a Norte, virou-se para o José Cid (ainda que com uns aninhos de atraso, coisa que por acaso até dá fama a nós alentejanos…).
Atenção que eu não defendo nem o que o Raposo disse nem defendo o que disse o José Cid. Aliás, na altura do Raposo, até tive oportunidade de escrever uma crónica sobre isso. E só não me dedico a fundo ao tema do Cid se calhar porque não sou transmontano. O que acho intrigante são as reações de algumas pessoas tanto num caso como no outro. Ameaças de pancada, de morte, de linchamento… e sempre tudo por detrás de um teclado, como convém!
Será que as pessoas não percebem que assim perdem totalmente a razão? Será que não se compreende que há outras formas muito mais inteligentes e sensatas de tratar o problema? Na apresentação do livro do Raposo, surgiu um grupo de cantares alentejanos. No caso do José Cid, uma autarca onde o cantor ia dar um concerto cancelou-o. E estes são apenas dois exemplos de como acho que as coisas devem ser feitas.
Mas desengane-se o leitor se achar que este tipo de questões é um problema só das redes sociais. Esta semana, numa instituição de ensino superior, houve uma discussão acalorada entre membros da mesma. Não vale a pena falar do motivo da discussão, mas sim do facto de que as respostas que foram sendo dadas são de fazer rir o mais sisudo dos mortais. Houve de tudo: gente que mistura alhos com bugalhos; pessoas que acham que a estrada da beira é o mesmo que a beira da estrada; hortelões, tratadores de gado, burros, porcos e porcas; malta que elabora enormes discursos sem que se diga nada de jeito. E, repito, tudo dentro de uma instituição de ensino superior, onde algumas das pessoas envolvidas deveriam ter idade para ter juízo e onde, supostamente, se deveriam dedicar a atividades de ensino e investigação.
O que eu gostava mesmo de estudar (ou que alguém estudasse), quer no caso das redes sociais, quer no caso do último episódio aqui narrado, era quanto é que se conseguiria produzir a mais se as pessoas passassem menos tempo nas redes sociais a alimentar ódios e se passassem menos tempo enviar emails de caráter duvidoso…
E já agora, para que não persistam dúvidas, a instituição de ensino superior não é aquela onde eu dou aulas…
Paulo Ferreira
Professor do Ensino Superior
15 Junho 2016 11:27
Tribuna Alentejo.pt
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