Desígnio até 2020: Duplicar peso da Economia do Mar via "financiamento" e "simplificação administrativa"

Numa entrevista concedida ao 'Jornal de Negócios', a Ministra do Mar, Ana Paula Vitorino revelou expectativas positivas quanto à possibilidade de ser realizado investimento chinês em Portugal. No rol de objectivos do Ministério do Mar está a duplicação do peso da Economia do Mar até 2020: para tal, o país terá de captar investimento internacional e aprofundar a simplificação admnistrativa. 

"A percentagem da economia do mar no VAB (valor acrescentado bruto) tem-se mantido persistentemente nos 2,4%, 2,5%, se considerarmos a parte da ciência. O nosso desafio é passar do potencial para a realidade", revelou Ana Paula Vitorino, sublinhando o potencial e fixando o objectivo de aumentar a preponderância desse sector na economia lusa - "Fixámos como objectivo desta governação duplicar o peso da economia do mar até 2020", declarou a ministra ao 'Jornal de Negócios'.

Para atingir esse objectivo, Ana Paula Vitorino explicou que a abordagem deverá dividir-se em três partes: "as indústrias tradicionais, as indústrias emergentes e aquilo que tem que ver com a nossa componente geoestratégica", começou por destrinçar, afirmando que as duas primeiras necessitam, essencialmente, de "mecanismos de financiamento" e de "simplificação administrativa" - através de exemplos no domínio da aquacultura, a ministra retratou a complexidade dos licenciamentos, alguns deles com processos morosos de 3 anos.

A Ministra do Mar abordou ainda o Oceans Business Week, caracterizando-o como um evento que interliga vários interesses gerais, como "o de dar mais visibilidade aos oceanos a nível internacional", sublinhando ao mesmo tempo que "a boa economia que podemos fazer é a economia sustentável", rumo, assim, a "uma economia florescente", onde o reconhecimento internacional é vital. Nesse capítulo, entra em cena o protocolo assinado com a China, analisando a fundo pela ministra.

"O segredo do sucesso da nossa economia está em aliarmos sempre ciência e inovação à industrialização. E fazermos parcerias ao nível científico é meio caminho para as transformarmos em parcerias e investimento empresarial, podendo ser nos dois sentidos. Nós podemos atrair investimento, mas também podemos internacionalizar as nossas empresas", explicou Ana Paula Vitorino ao jornal, esperançada que tal acordo potencie, ainda mais, a chance de "investimento na área portuária" e na logística. 

20/06/2016
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