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O futuro de Portugal
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O futuro de Portugal
De hoje a um ano? Que Europa vamos ter? Que Portugal pode existir? Vivemos até agora uma paz de 70 anos. Exatamente o tempo da construção europeia. Numa geografia onde antes sempre houve guerra, uma paz duradoura trouxe progresso e desenvolvimento. A Europa das rivalidades tornou-se na Europa da união.
Por isto, independentemente das razões dos ingleses, o Brexit é um sinal de retrocesso civilizacional que apenas encontra paralelo histórico na queda do Império Romano. Nessa altura, uma civilização brilhante única até então, vitimada pela discórdia entre os seus líderes, transformou-se numa era de trevas que durou quase mil anos. Era o princípio da Idade Média, também conhecida como a idade das trevas.
Então como agora, tudo aconteceu da mesma maneira. O enfraquecimento e o desaparecimento dos estadistas deram lugar a uma elite tecnocrata afastada do povo e muitas vezes corrupta. Uma classe em que o povo deixou de se rever e de respeitar.
Foi assim também agora, quando um bem estratégico - a paz - foi alienado por um pormenor de natureza tática - uma simples vitória eleitoral. Cameron convocou o referendo para se manter no poder e depois oscilou. Apoiou primeiro a saída, para logo a seguir, percebendo o seu erro, fazer campanha pela permanência. Mas era já tarde demais. Quando o povo se sente instrumentalizado reage assim, com nojo e repugnância, e, mesmo contra si próprio, prefere a possibilidade do caos à manutenção da corrupção.
Daqui a um ano, que Europa vamos ter? É uma resposta difícil. Precisamos que a sorte nos defenda e nos ajude a perdoar os muitos políticos que vêm agora a terreiro, com um discurso inflamado, às vezes nacionalista, reclamar o seu quinhão tático, prejudicando o bem comum em nome das suas pequenas vitórias eleitorais.
Mais uma vez, a história chama o povo a ser melhor do que as suas elites, como ainda há poucos dias defendia o nosso presidente da República.
É por isso que há sempre esperança. Primeiro na globalização, capaz de pôr todos os homens em contacto. Pode ser que impeça os cidadãos de se deixarem instrumentalizar no caminho da guerra. Segundo, na visão histórica da missão de Portugal no Mundo, onde o fim de uma era de alinhamento continental nos pode ajudar a descobrir de novo a nossa vocação atlântica.
ESPECIALISTA EM MEDIA INTELLIGENCE
JOSÉ MANUEL DIOGO
Hoje às 00:00
Jornal de Notícias
Por isto, independentemente das razões dos ingleses, o Brexit é um sinal de retrocesso civilizacional que apenas encontra paralelo histórico na queda do Império Romano. Nessa altura, uma civilização brilhante única até então, vitimada pela discórdia entre os seus líderes, transformou-se numa era de trevas que durou quase mil anos. Era o princípio da Idade Média, também conhecida como a idade das trevas.
Então como agora, tudo aconteceu da mesma maneira. O enfraquecimento e o desaparecimento dos estadistas deram lugar a uma elite tecnocrata afastada do povo e muitas vezes corrupta. Uma classe em que o povo deixou de se rever e de respeitar.
Foi assim também agora, quando um bem estratégico - a paz - foi alienado por um pormenor de natureza tática - uma simples vitória eleitoral. Cameron convocou o referendo para se manter no poder e depois oscilou. Apoiou primeiro a saída, para logo a seguir, percebendo o seu erro, fazer campanha pela permanência. Mas era já tarde demais. Quando o povo se sente instrumentalizado reage assim, com nojo e repugnância, e, mesmo contra si próprio, prefere a possibilidade do caos à manutenção da corrupção.
Daqui a um ano, que Europa vamos ter? É uma resposta difícil. Precisamos que a sorte nos defenda e nos ajude a perdoar os muitos políticos que vêm agora a terreiro, com um discurso inflamado, às vezes nacionalista, reclamar o seu quinhão tático, prejudicando o bem comum em nome das suas pequenas vitórias eleitorais.
Mais uma vez, a história chama o povo a ser melhor do que as suas elites, como ainda há poucos dias defendia o nosso presidente da República.
É por isso que há sempre esperança. Primeiro na globalização, capaz de pôr todos os homens em contacto. Pode ser que impeça os cidadãos de se deixarem instrumentalizar no caminho da guerra. Segundo, na visão histórica da missão de Portugal no Mundo, onde o fim de uma era de alinhamento continental nos pode ajudar a descobrir de novo a nossa vocação atlântica.
ESPECIALISTA EM MEDIA INTELLIGENCE
JOSÉ MANUEL DIOGO
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