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Agricultura 4.0
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Agricultura 4.0
A agricultura é cada vez mais uma actividade económica intensiva em conhecimento, I&D e inovação. Afigura-se por isso natural que, a par de modelos de negócio mais tradicionais, surjam ‘startups’ inovadoras no sector agrícola.
O Governo, e bem, lançou incentivos à indústria 4.0, de modo a criar condições para que o setor manufatureiro português seja mais competitivo no quadro da 4.ª revolução industrial baseada na internet. Idêntica política de estímulos devia, pelas mesmas razões, ser direcionada para o setor agrícola, que, apesar do crescimento recente, está longe de aproveitar plenamente o seu potencial económico. Por outro lado, e tal como na indústria 4.0, a introdução de tecnologias no setor agrícola gera oportunidades de negócio para ‘startups’ inovadoras.
Para ser competitiva hoje, a agricultura deve assentar no conhecimento tecnológico e científico. Esta é uma condição essencial para a mecanização da produção, para a introdução de técnicas agrícolas sofisticadas – fertilizantes, sistemas de irrigação, correção dos solos, uso de estufas, seleção de sementes, manipulação genética de plantas e animais, conservação de produtos, apuramento de raças, etc. –, para a ligação à indústria (o que exige produtos de qualidade, capacidade de produção, meios logísticos, transportes, etc.) e para a internacionalização.
Em suma, a agricultura é cada vez mais uma atividade económica intensiva em conhecimento, I&D e inovação. Afigura-se por isso natural que, a par de modelos de negócio mais tradicionais, surjam ‘startups’ inovadoras no setor agrícola. ‘Startups’ essas que, com as suas soluções tecnológicas e científicas, possibilitam a otimização do sistema de produção. Ou seja, permitem aos agricultores ganhar competitividade e criar valor eliminando custos, aumentando a produtividade, melhorando a qualidade dos produtos e agilizando os processos de produção, tal como acontece numa unidade industrial.
Apesar do sucesso já alcançado por ‘startups’ portuguesas no setor agrícola, é verdade que faltam no nosso país quer agricultores com uma cultura empresarial mais moderna, quer empreendedores com competências tecnológicas. No primeiro caso, a renovação geracional ajudará a mitigar algum atavismo na gestão dos negócios agrícolas, sendo de assinalar que muitos jovens qualificados investiram na agricultura nos últimos anos como fuga ao desemprego ou como opção profissional consciente. O apelo do campo sentido por estes jovens trouxe para a agricultura portuguesa capital humano com noções de gestão, visão de mercado, sentido de negócio e conhecimento dos apoios comunitários.
No segundo caso, importa fazer com que os empreendedores com competências tecnológicas vejam na agricultura um setor com boas oportunidades de negócio e potencial para atividades de inovação. Ora, para que isso aconteça, são necessários programas públicos que, em paralelo com incentivos dirigidos ao setor, promovam a divulgação das potencialidades empresariais da fileira agrícola, a sensibilização dos empreendedores para as vantagens de investir na agricultura e a demonstração de que o empreendedorismo inovador faz todo o sentido nas atividades económicas tradicionais.
O autor escreve ao abrigo do novo acordo ortográfico.
00:05 h
João Rafael Koehler, Presidente da ANJE
Económico
O Governo, e bem, lançou incentivos à indústria 4.0, de modo a criar condições para que o setor manufatureiro português seja mais competitivo no quadro da 4.ª revolução industrial baseada na internet. Idêntica política de estímulos devia, pelas mesmas razões, ser direcionada para o setor agrícola, que, apesar do crescimento recente, está longe de aproveitar plenamente o seu potencial económico. Por outro lado, e tal como na indústria 4.0, a introdução de tecnologias no setor agrícola gera oportunidades de negócio para ‘startups’ inovadoras.
Para ser competitiva hoje, a agricultura deve assentar no conhecimento tecnológico e científico. Esta é uma condição essencial para a mecanização da produção, para a introdução de técnicas agrícolas sofisticadas – fertilizantes, sistemas de irrigação, correção dos solos, uso de estufas, seleção de sementes, manipulação genética de plantas e animais, conservação de produtos, apuramento de raças, etc. –, para a ligação à indústria (o que exige produtos de qualidade, capacidade de produção, meios logísticos, transportes, etc.) e para a internacionalização.
Em suma, a agricultura é cada vez mais uma atividade económica intensiva em conhecimento, I&D e inovação. Afigura-se por isso natural que, a par de modelos de negócio mais tradicionais, surjam ‘startups’ inovadoras no setor agrícola. ‘Startups’ essas que, com as suas soluções tecnológicas e científicas, possibilitam a otimização do sistema de produção. Ou seja, permitem aos agricultores ganhar competitividade e criar valor eliminando custos, aumentando a produtividade, melhorando a qualidade dos produtos e agilizando os processos de produção, tal como acontece numa unidade industrial.
Apesar do sucesso já alcançado por ‘startups’ portuguesas no setor agrícola, é verdade que faltam no nosso país quer agricultores com uma cultura empresarial mais moderna, quer empreendedores com competências tecnológicas. No primeiro caso, a renovação geracional ajudará a mitigar algum atavismo na gestão dos negócios agrícolas, sendo de assinalar que muitos jovens qualificados investiram na agricultura nos últimos anos como fuga ao desemprego ou como opção profissional consciente. O apelo do campo sentido por estes jovens trouxe para a agricultura portuguesa capital humano com noções de gestão, visão de mercado, sentido de negócio e conhecimento dos apoios comunitários.
No segundo caso, importa fazer com que os empreendedores com competências tecnológicas vejam na agricultura um setor com boas oportunidades de negócio e potencial para atividades de inovação. Ora, para que isso aconteça, são necessários programas públicos que, em paralelo com incentivos dirigidos ao setor, promovam a divulgação das potencialidades empresariais da fileira agrícola, a sensibilização dos empreendedores para as vantagens de investir na agricultura e a demonstração de que o empreendedorismo inovador faz todo o sentido nas atividades económicas tradicionais.
O autor escreve ao abrigo do novo acordo ortográfico.
00:05 h
João Rafael Koehler, Presidente da ANJE
Económico
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