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Morangos amargos
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Morangos amargos
A noite de ontem foi melhor do que as anteriores para os 23 nepaleses que o SEF resgatou em Almeirim, em estufas de morangos. Dormiram em casas de abrigo onde lhes foi devolvido o estatuto de pessoas que lhes fora negado pelos traficantes que os trouxeram para Portugal. Não há outra designação para esta gente que trafica pessoas em condições de escravatura, uma realidade teimosa: segundo as Nações Unidas, no final do ano passado calculava-se em 21 milhões as vítimas de trabalho escravo a nível mundial; todos os anos 2,4 milhões são apanhadas por redes de tráfico, em grande parte para exploração laboral. Dir-se-á que num problema a esta escala é irrisório falarmos de 23 homens. Mas nem que fosse apenas um ser humano a viver nas condições agora reveladas, seria sempre de mais. Pessoas que percorreram 8,3 mil quilómetros à procura de trabalho pago e se viram confinadas a instalações sem água nem eletricidade, quartos minúsculos sem janelas. Diz o relatório do SEF que lhes tinham sido prometidos salários de 500 euros mais subsídio de alimentação, e afinal a comida a que tinham acesso reduzia-se a massa, batata, cebola e arroz. Que assinaram contratos às escuras sem saber a língua, sem meios para se defenderem. Que o alojamento lhes era descontado no reduzido valor que recebiam. Escravatura, não há como adoçar a questão. Na operação foram presos três homens, dois deles estrangeiros que se preparavam para fugir. As vítimas foram acolhidas por uma equipa multidisciplinar especializada do SOS Seres Humanos, da Associação para o Planeamento da Família, e ficaram alojadas em casas da Segurança Social. Enfraquecidas pelos maus tratos, têm agora um tempo de pausa para recuperar forças e contar às autoridades o que se passou. Com o estatuto de vítimas, terão direito a uma proteção legal. O SEF avisa que há indícios de que o fenómeno está a aumentar entre nós. Não podemos ignorar esta realidade, mesmo se sabemos que existe legislação e meios para combater este crime em Portugal. Vinte e três pessoas escravizadas dormiram abrigadas nesta noite e esta é uma boa notícia.
Editorial
06 DE JULHO DE 2016
00:00
Ana Sousa Dias
Diário de Notícias
Editorial
06 DE JULHO DE 2016
00:00
Ana Sousa Dias
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