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Internacionalização de negócio: "Heads up!"
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Internacionalização de negócio: "Heads up!"
Com o consumo interno a teimar em não subir, apesar das políticas mais expansionistas do atual executivo, as exportações são a única forma para as empresas conseguirem manter bons níveis de crescimento.
O baixo consumo interno leva muitos empresários a olhar para novos mercados, para assim conseguirem garantir alguma sustentabilidade do negócio. No entanto, é natural que, quanto menor for uma empresa, maior seja a sua dificuldade em exportar. Ora, todos sabemos que as nossas empresas são pequenas, ou melhor, "micro".
Com a nossa soberania a definhar – política cambial cedida, autonomia orçamental atada e mercados internacionais desconfiados - e dado que a maior parte (cerca de 96%) das empresas portuguesas são micro, urge criar e promover mecanismos que estimulem estas organizações a procurar mercados externos, sob pena de estarmos perpetuamente com a economia nacional "à tona de água", na melhor das hipóteses.
Esta realidade não se concretiza apenas porque há vontade política, ou porque é a melhor opção para a economia. As micro e pequenas empresas exportam menos porque têm constrangimentos de várias ordens. Estes obstáculos, típicos das empresas de menor dimensão, são suscetíveis de gerar ciclos negativos que as mergulham numa gestão de dia a dia, sem capacidade de projetar uma estratégia.
Um dos obstáculos mais óbvios é a escassez de recursos. A reduzida dimensão destas organizações leva a que seja usual a inexistência de quadros técnicos em número suficiente ou com formação e experiência em comércio internacional para desenvolver um processo geográfico de expansão. Por outro lado, estas empresas costumam apresentar estratégias comerciais pouco agressivas e lacunas nas competências em gestão e marketing, essenciais para a penetração em novos mercados. De facto, quando os problemas mais comuns são atrasos de pagamentos, dificuldades de tesouraria e acesso a financiamento, as abordagens estratégicas ficam para segundo plano. Sem "cash flow" não há atividade que resista. Sem estratégia, vai-se aguentando enquanto se pode.
Com efeito, é já um lugar-comum afirmar que o grande problema das empresas em Portugal é a falta de acesso ao financiamento. O setor bancário tem fechado a torneira às empresas, especialmente às de menor dimensão e, para a maior parte dos empresários, o Portugal 2020 não é uma opção elegível. Por mais que sucessivos governos refiram que têm o objetivo de simplificar o processo de candidaturas a fundos europeus, este processo continua a justificar a contratação de consultoras especializadas na maior parte das vezes. Ora, as empresas mais pequenas não têm recursos para esse tipo de investimentos (ou apostas).
Há, no entanto, um recurso que é menos explorado pois não tem a tradição de um empréstimo bancário, nem a máquina publicitária oficial do Portugal 2020: o "factoring" à exportação. Apesar de não ser tão conhecido pelos empresários, o "factoring" pode ajudar a atenuar vários obstáculos à exportação, não apenas a falta de fundos. Além de dar a possibilidade de acesso ao financiamento de uma atividade de exportação, o "factoring" pode agilizar a cobrança dos créditos, pois estes passam a ser cobrados pela empresa de "factoring" localizada no país do cliente (devedor/comprador), tirando assim partido do conhecimento local dessa empresa, eliminando barreiras linguísticas e libertando os escassos recursos humanos e financeiros das PME com vocação exportadora.
Com tantas requisições, seja para conhecer novos serviços, seja para tratar de aspetos burocráticos inerentes à gestão do seu negócio, é natural que um empresário não seja permeável a formas menos tradicionais de alavancagem financeira. Um primeiro olhar, desinformado, pode catalogar o "factoring" como mais um serviço a onerar um balanço já por si "à tona de água". Quando se está aflito não se pensa estrategicamente, e facilmente se criam os ciclos negativos. Os mesmos em que têm afundado muitas empresas portuguesas. É necessário levantar a cabeça para pensar e agir com base nas opções que existem no mercado.
Diretor-geral da Eurofactor Portugal
Este artigo está em conformidade com o novo Acordo Ortográfico
RUI ESTEVES | 25 Julho 2016, 21:08
Negócios
O baixo consumo interno leva muitos empresários a olhar para novos mercados, para assim conseguirem garantir alguma sustentabilidade do negócio. No entanto, é natural que, quanto menor for uma empresa, maior seja a sua dificuldade em exportar. Ora, todos sabemos que as nossas empresas são pequenas, ou melhor, "micro".
Com a nossa soberania a definhar – política cambial cedida, autonomia orçamental atada e mercados internacionais desconfiados - e dado que a maior parte (cerca de 96%) das empresas portuguesas são micro, urge criar e promover mecanismos que estimulem estas organizações a procurar mercados externos, sob pena de estarmos perpetuamente com a economia nacional "à tona de água", na melhor das hipóteses.
Esta realidade não se concretiza apenas porque há vontade política, ou porque é a melhor opção para a economia. As micro e pequenas empresas exportam menos porque têm constrangimentos de várias ordens. Estes obstáculos, típicos das empresas de menor dimensão, são suscetíveis de gerar ciclos negativos que as mergulham numa gestão de dia a dia, sem capacidade de projetar uma estratégia.
Um dos obstáculos mais óbvios é a escassez de recursos. A reduzida dimensão destas organizações leva a que seja usual a inexistência de quadros técnicos em número suficiente ou com formação e experiência em comércio internacional para desenvolver um processo geográfico de expansão. Por outro lado, estas empresas costumam apresentar estratégias comerciais pouco agressivas e lacunas nas competências em gestão e marketing, essenciais para a penetração em novos mercados. De facto, quando os problemas mais comuns são atrasos de pagamentos, dificuldades de tesouraria e acesso a financiamento, as abordagens estratégicas ficam para segundo plano. Sem "cash flow" não há atividade que resista. Sem estratégia, vai-se aguentando enquanto se pode.
Com efeito, é já um lugar-comum afirmar que o grande problema das empresas em Portugal é a falta de acesso ao financiamento. O setor bancário tem fechado a torneira às empresas, especialmente às de menor dimensão e, para a maior parte dos empresários, o Portugal 2020 não é uma opção elegível. Por mais que sucessivos governos refiram que têm o objetivo de simplificar o processo de candidaturas a fundos europeus, este processo continua a justificar a contratação de consultoras especializadas na maior parte das vezes. Ora, as empresas mais pequenas não têm recursos para esse tipo de investimentos (ou apostas).
Há, no entanto, um recurso que é menos explorado pois não tem a tradição de um empréstimo bancário, nem a máquina publicitária oficial do Portugal 2020: o "factoring" à exportação. Apesar de não ser tão conhecido pelos empresários, o "factoring" pode ajudar a atenuar vários obstáculos à exportação, não apenas a falta de fundos. Além de dar a possibilidade de acesso ao financiamento de uma atividade de exportação, o "factoring" pode agilizar a cobrança dos créditos, pois estes passam a ser cobrados pela empresa de "factoring" localizada no país do cliente (devedor/comprador), tirando assim partido do conhecimento local dessa empresa, eliminando barreiras linguísticas e libertando os escassos recursos humanos e financeiros das PME com vocação exportadora.
Com tantas requisições, seja para conhecer novos serviços, seja para tratar de aspetos burocráticos inerentes à gestão do seu negócio, é natural que um empresário não seja permeável a formas menos tradicionais de alavancagem financeira. Um primeiro olhar, desinformado, pode catalogar o "factoring" como mais um serviço a onerar um balanço já por si "à tona de água". Quando se está aflito não se pensa estrategicamente, e facilmente se criam os ciclos negativos. Os mesmos em que têm afundado muitas empresas portuguesas. É necessário levantar a cabeça para pensar e agir com base nas opções que existem no mercado.
Diretor-geral da Eurofactor Portugal
Este artigo está em conformidade com o novo Acordo Ortográfico
RUI ESTEVES | 25 Julho 2016, 21:08
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