Procurar
Entrar
Últimos assuntos
Tópicos mais visitados
Quem está conectado?
Há 246 usuários online :: 0 registrados, 0 invisíveis e 246 visitantes :: 1 motor de buscaNenhum
O recorde de usuários online foi de 864 em Sex Fev 03, 2017 11:03 pm
O GPS
Página 1 de 1
O GPS
O meu pior receio é que nada aconteça, que nada se faça para reduzir a despesa estrutural e que, como em tantos casos anteriores, se atire para cima do problema uma bomba fiscal que corrija as décimas em excesso que for necessário corrigir.
Com a ‘silly season’ chega normalmente uma onda de optimismo dolente e – reconheço – até contagiante, próprio do calor que convida ao lazer e a algumas espécies de preguiça, nomeadamente a que reveste a forma de défice de atenção. Não pretendo destoar, contrastar, nem tão-pouco arvorar-me em “estraga-prazeres”, especialmente numa altura em que todos nos comprazemos ainda com a conquista do Euro 2016, o campeonato de hóquei em patins, outras distinções importantes obtidas no atletismo e o cancelamento das “sanções” comunitárias ao nosso país por incumprimentos das metas orçamentais.
Simplesmente, o défice de atenção é uma das formas de preguiça de que não padeço e sinto, por isso, o dever para com os leitores – mesmo os estivais – de destacar uma ou duas circunstâncias que me preocupam e que deveriam, na minha opinião modesta, preocupar todos os cidadãos. E a mais importante de todas é justamente, a meu ver, a que diz respeito ao sobredito cancelamento de “sanções”. Escrevi aqui, há duas semanas, e repito-o agora, “que os partidos não querem sanções, ninguém quer sanções e eu também não quero sanções. Mas fugir com o rabo à seringa não chega”.
O perigo que antevejo, que me perturba seriamente nesta época de distendimento natural (como a apelidou o Presidente da República), e que começa já a materializar-se, é o de que a chama inflamada da vitória da justiça e do triunfo da razão entorpeçam a capacidade de acção e toldem a energia para romper com a inércia e arrepiar caminho no sentido inevitável.
Diz-se que a Comissão recomendou o cancelamento das “sanções”, mas na verdade o que fez foi algo bem diferente. Recomendou a suspensão da aplicação de quaisquer sanções com sujeição a um período de prova em que o Governo terá de demonstrar o comprometimento com as metas de redução do défice que tem propalado e, mais importante do que isso, terá de obter resultados, já em 2016. Falhando isso, abater-se-á, sem nenhuma dúvida, sobre o nosso país a inevitabilidade das famosas “sanções”, seja sob a forma de multas, seja através da restrição do acesso a fundos.
E isso sucederá, então, parece-me, com justiça redobrada, sem margem para discussões partidárias internas acerca da responsabilidade sobre o passado e sobre o presente e com severidade agravada.
Dizem-me: “é difícil, temos de confiar, temos de acreditar, temos de contribuir”. Estou de acordo, mas as declarações triunfalistas de Santos Silva, no seu simplismo maniqueísta e desresponsabilizador fazem-me temer o pior. E o pior é que nada aconteça, que nada se faça para reduzir a despesa estrutural e que, como em tantos casos anteriores, se atire para cima do problema uma bomba fiscal que corrija as décimas em excesso que for necessário corrigir.
Quando se fizer a conta ao efeito de arrasto do Bloco e do PCP sobre o Governo e sobre o país, recalcular-se-á então, qual GPS (Governo do Partido Socialista?), a rota que o nosso barco irá ser forçado a empreender.
00:05 h
Luís Reis, Professor Universitário
Económico
Com a ‘silly season’ chega normalmente uma onda de optimismo dolente e – reconheço – até contagiante, próprio do calor que convida ao lazer e a algumas espécies de preguiça, nomeadamente a que reveste a forma de défice de atenção. Não pretendo destoar, contrastar, nem tão-pouco arvorar-me em “estraga-prazeres”, especialmente numa altura em que todos nos comprazemos ainda com a conquista do Euro 2016, o campeonato de hóquei em patins, outras distinções importantes obtidas no atletismo e o cancelamento das “sanções” comunitárias ao nosso país por incumprimentos das metas orçamentais.
Simplesmente, o défice de atenção é uma das formas de preguiça de que não padeço e sinto, por isso, o dever para com os leitores – mesmo os estivais – de destacar uma ou duas circunstâncias que me preocupam e que deveriam, na minha opinião modesta, preocupar todos os cidadãos. E a mais importante de todas é justamente, a meu ver, a que diz respeito ao sobredito cancelamento de “sanções”. Escrevi aqui, há duas semanas, e repito-o agora, “que os partidos não querem sanções, ninguém quer sanções e eu também não quero sanções. Mas fugir com o rabo à seringa não chega”.
O perigo que antevejo, que me perturba seriamente nesta época de distendimento natural (como a apelidou o Presidente da República), e que começa já a materializar-se, é o de que a chama inflamada da vitória da justiça e do triunfo da razão entorpeçam a capacidade de acção e toldem a energia para romper com a inércia e arrepiar caminho no sentido inevitável.
Diz-se que a Comissão recomendou o cancelamento das “sanções”, mas na verdade o que fez foi algo bem diferente. Recomendou a suspensão da aplicação de quaisquer sanções com sujeição a um período de prova em que o Governo terá de demonstrar o comprometimento com as metas de redução do défice que tem propalado e, mais importante do que isso, terá de obter resultados, já em 2016. Falhando isso, abater-se-á, sem nenhuma dúvida, sobre o nosso país a inevitabilidade das famosas “sanções”, seja sob a forma de multas, seja através da restrição do acesso a fundos.
E isso sucederá, então, parece-me, com justiça redobrada, sem margem para discussões partidárias internas acerca da responsabilidade sobre o passado e sobre o presente e com severidade agravada.
Dizem-me: “é difícil, temos de confiar, temos de acreditar, temos de contribuir”. Estou de acordo, mas as declarações triunfalistas de Santos Silva, no seu simplismo maniqueísta e desresponsabilizador fazem-me temer o pior. E o pior é que nada aconteça, que nada se faça para reduzir a despesa estrutural e que, como em tantos casos anteriores, se atire para cima do problema uma bomba fiscal que corrija as décimas em excesso que for necessário corrigir.
Quando se fizer a conta ao efeito de arrasto do Bloco e do PCP sobre o Governo e sobre o país, recalcular-se-á então, qual GPS (Governo do Partido Socialista?), a rota que o nosso barco irá ser forçado a empreender.
00:05 h
Luís Reis, Professor Universitário
Económico
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos
Qui Dez 28, 2017 3:16 pm por Admin
» Apanhar o comboio
Seg Abr 17, 2017 11:24 am por Admin
» O que pode Lisboa aprender com Berlim
Seg Abr 17, 2017 11:20 am por Admin
» A outra austeridade
Seg Abr 17, 2017 11:16 am por Admin
» Artigo de opinião de Maria Otília de Souza: «O papel dos custos na economia das empresas»
Seg Abr 17, 2017 10:57 am por Admin
» Recorde de maior porta-contentores volta a 'cair' com entrega do Maersk Madrid de 20.568 TEU
Seg Abr 17, 2017 10:50 am por Admin
» Siemens instalou software de controlo avançado para movimentações no porto de Sines
Seg Abr 17, 2017 10:49 am por Admin
» Pelos caminhos
Seg Abr 17, 2017 10:45 am por Admin
» Alta velocidade: o grande assunto pendente
Seg Abr 17, 2017 10:41 am por Admin