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Também quero ir para o INSEAD
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Também quero ir para o INSEAD
Economia estagnada, venda do Banif subsidiada pelo Estado, viagens patrocinadas pelo sector privado. Mas o pior de tudo foi mesmo a gestão do processo Caixa Geral de Depósitos.
Poder-se-ia até culpar o anterior Governo e certamente que a Comissão Parlamentar de Inquérito mostrará que também a coligação foi, no mínimo, negligente com o banco público quando adiou uma solução para a equipa de gestão. Mas o que se espera de qualquer executivo é que resolva problemas: criados por si, pelos antecessores ou pelas pastas que tutela, como é o caso da Caixa Geral de Depósitos, ainda que indirectamente pelo facto do Estado ser o único accionista. E aqui a prestação do Executivo de António Costa foi absolutamente desastrosa.
1. Propõe um conselho de administração executivo e não executivo que não encontra par na Europa sob o pretexto de monitorizar o risco do banco público. Neste conselho de administração há de tudo, inclusive gestores altamente competentes e de provas dadas mas que acumulariam funções de gestão nas suas empresas de origem que, por acaso, têm empréstimos avultados na Caixa Geral de Depósitos. Quando é que o tema do conflito de interesses deixou de fazer parte da dimensão de risco de um banco?
2. Deixa que circulem os nomes da nova equipa da Caixa antes de garantir a sua aprovação pelo regulador, embaraçando pessoas cuja reputação é à prova de bala, como o caso de Leonor Beleza. Sim, estas decisões já não são tomadas entre o Ministério das Finanças e o Banco de Portugal: é o BCE que tem a última palavra e já é tempo de percebermos, depois do Banif, que Frankfurt e Bruxelas mandam. E ainda bem porque claramente os reguladores nacionais não foram capazes de evitar o pior na banca nacional.
3. Propõe uma equipa ao BCE que simplesmente não respeita a lei portuguesa e passamos a vergonha de nos lembrarem que são as nossas leis que impedem que as pessoas que o Executivo escolheu ou aprovou para a Caixa simplesmente não estão aptas para desempenharem o cargo. Vergonha alheia.
4. Ainda ouve de Frankfurt que algumas das pessoas que estão para integrar a nova equipa de gestão da Caixa precisa de ir ter formação adequada e aqui uma palavra para o BCE, que ainda decide escolher onde é que essa formação deve ser adquirida: numa escola privada, a mais cara da Europa, passando um atestado de incompetência às restantes escolas de negócios, as portuguesas incluídas. Nunca se viu algo semelhante, ter um regulador a avaliar CVs das escolhas dos accionistas para as suas empresas. Só ainda não decidi se isto é mau porque passa um atestado de incompetência ao Executivo português e podemos questionar o porquê das contratações públicas – se baseadas em mérito e currículo ou qualquer outro critério mais questionável – ou um caso gritante de ingerência do BCE para lá do que seria razoável.
Com tantos casos financeiros a mancharem o país, os políticos ainda não aprenderam o mais essencial sobre finanças e banca. Chama-se confiança. Não brincar com isso. Se quiserem brincar, então contratem-me a mim. Se o BCE questionar a minha falta de CV, não tem problema. Aceito com humildade ir para Paris, para uma das melhores escolas do mundo.
00:05 h
Alexandra de Almeida Ferreira, Consultora
Económico
Poder-se-ia até culpar o anterior Governo e certamente que a Comissão Parlamentar de Inquérito mostrará que também a coligação foi, no mínimo, negligente com o banco público quando adiou uma solução para a equipa de gestão. Mas o que se espera de qualquer executivo é que resolva problemas: criados por si, pelos antecessores ou pelas pastas que tutela, como é o caso da Caixa Geral de Depósitos, ainda que indirectamente pelo facto do Estado ser o único accionista. E aqui a prestação do Executivo de António Costa foi absolutamente desastrosa.
1. Propõe um conselho de administração executivo e não executivo que não encontra par na Europa sob o pretexto de monitorizar o risco do banco público. Neste conselho de administração há de tudo, inclusive gestores altamente competentes e de provas dadas mas que acumulariam funções de gestão nas suas empresas de origem que, por acaso, têm empréstimos avultados na Caixa Geral de Depósitos. Quando é que o tema do conflito de interesses deixou de fazer parte da dimensão de risco de um banco?
2. Deixa que circulem os nomes da nova equipa da Caixa antes de garantir a sua aprovação pelo regulador, embaraçando pessoas cuja reputação é à prova de bala, como o caso de Leonor Beleza. Sim, estas decisões já não são tomadas entre o Ministério das Finanças e o Banco de Portugal: é o BCE que tem a última palavra e já é tempo de percebermos, depois do Banif, que Frankfurt e Bruxelas mandam. E ainda bem porque claramente os reguladores nacionais não foram capazes de evitar o pior na banca nacional.
3. Propõe uma equipa ao BCE que simplesmente não respeita a lei portuguesa e passamos a vergonha de nos lembrarem que são as nossas leis que impedem que as pessoas que o Executivo escolheu ou aprovou para a Caixa simplesmente não estão aptas para desempenharem o cargo. Vergonha alheia.
4. Ainda ouve de Frankfurt que algumas das pessoas que estão para integrar a nova equipa de gestão da Caixa precisa de ir ter formação adequada e aqui uma palavra para o BCE, que ainda decide escolher onde é que essa formação deve ser adquirida: numa escola privada, a mais cara da Europa, passando um atestado de incompetência às restantes escolas de negócios, as portuguesas incluídas. Nunca se viu algo semelhante, ter um regulador a avaliar CVs das escolhas dos accionistas para as suas empresas. Só ainda não decidi se isto é mau porque passa um atestado de incompetência ao Executivo português e podemos questionar o porquê das contratações públicas – se baseadas em mérito e currículo ou qualquer outro critério mais questionável – ou um caso gritante de ingerência do BCE para lá do que seria razoável.
Com tantos casos financeiros a mancharem o país, os políticos ainda não aprenderam o mais essencial sobre finanças e banca. Chama-se confiança. Não brincar com isso. Se quiserem brincar, então contratem-me a mim. Se o BCE questionar a minha falta de CV, não tem problema. Aceito com humildade ir para Paris, para uma das melhores escolas do mundo.
00:05 h
Alexandra de Almeida Ferreira, Consultora
Económico
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