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A cegueira eleitoral
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A cegueira eleitoral
Antes de mais, um ponto de ordem: nunca pautei a minha vida política ao sabor de calendários eleitorais. Para mim, estar num cargo político é corresponder a um capital de confiança que nos é emprestado pelo voto, e este capital deve ser gerido com responsabilidade e, sobretudo, em benefício dos que em nós depositaram expetativas para bem gerir a coisa pública.
Este ponto de ordem é essencial para esfriar algumas recentes manobras, cujos contornos políticos surgem mal disfarçados, e que só se explicam com a proximidade de eleições autárquicas já no próximo ano.
De repente, no concelho de Santa Cruz, iniciativas que se fizeram nos últimos dois anos sem o apoio camarário, são canceladas precisamente porque, pasme-se, não existe apoio financeiro por parte da autarquia, apesar de existirem outros tipos de apoio que no passado foram suficientes para a realização de tais eventos.
Os que assim agem, sabem perfeitamente das razões porque está a Câmara de Santa Cruz impedida de protocolar apoios financeiros com clubes e instituições culturais. Sabem, mas na verdade não querem saber, como não querem saber do prejuízo que causam à população e às localidades que dizem defender de alma e coração. Falsos profetas de causas que verdadeiramente não lhes assistem, já que o único propósito que os move é conquistar o poder a qualquer preço.
Mas este não é o único pecado dos que assim atuam. O pecado é muito anterior, porque muitos deles foram cúmplices e responsáveis pela ruína financeira atual do Município.
Foi um ‘modus operandi’ cultivado ao longo de muitas décadas que criou a dívida descomunal de que somos hoje herdeiros. Foi a lógica de que se faz a festa, a jantarada, a corrida de carrinhos e carrões e depois é só apresentar a fatura para a Câmara pagar que nos levou a todos à ruína.
Esquecem-se, na ganância, de que o dinheiro da Câmara não cai do céu, e, sobretudo, não é dinheiro da Câmara, nem do presidente, nem dos vereadores e muito menos de quem o reclama para festanças e afins. O dinheiro da Câmara é dinheiro do povo e não deve servir para alimentar caprichos, vaidades e outras coisas que tais.
Gerir o dinheiro da Câmara exige responsabilidade mas, acima de tudo, respeito pelo que é do povo. Não sou contra apoiar iniciativas desportivas e culturais, mas a responsabilidade e, sobretudo, a transparência devem ser palavras de ordem.
Sim, o Município de Santa Cruz está a recuperar financeiramente, mas o regresso à normalidade não será nunca um regresso ao passado, ao pagamento de faturas de olhos fechados, ao pagamento de todos os caprichos de quem sempre se banqueteou à mesa da autarquia. E não será a proximidade de eleições que me fará arrepiar caminho ou ceder a chantagens. Podem chorar ‘baba e ranho’ e continuar a produzir comunicados mirabolantes com dedos apontados à autarquia porque não se realizou este ou aquele evento. O caminho de responsabilidade não pode, não deve, nem vai ser abalado por cegueiras eleitorais.
Filipe Sousa
Diário de Notícias da Madeira
Sexta, 26 de Agosto de 2016
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