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Mensagem por Admin Sex Ago 26, 2016 10:26 am

A Mercadona é a principal cadeia de distribuição comercial em Espanha e está entre as mais importantes do mundo. Agora anunciou que vai abrir um centro em Portugal e fico contente porque vocês vão comprovar que é uma empresa muito eficiente, que oferece a melhor qualidade ao menor preço possível e, além disso, tem padrões quanto a salários e a condições de trabalho dos seus empregados que estão entre os mais elevados do mundo. Mas não quero falar das coisas boas da Mercadona, que são sobejamente conhecidas, mas fazer uns reparos sobre algumas decisões fabulosas do seu presidente, Juan Roig, que é um dos homens mais ricos de Espanha, que estão apoiadas em teses que me parecem erradas.

Juan Roig é um dos grandes filantropos de Espanha. O presidente da Mercadona contribuiu, desde 2013, com mais de 147 milhões do seu dinheiro pessoal para estimular o desporto e o empreendedorismo. E tem uma incubadora de startups onde acolhe grande parte do talento do meu país. Toda esta grande obra é maravilhosa, mas não suporto que quando fala dela diga que o que a inspira é devolver à sociedade o que recebeu dela. Este parece-me um conceito errado, que abunda na escassa consideração social dos empresários.

Na minha opinião, os empresários, mesmo os bem-sucedidos, não devem nada à sociedade. Não estão obrigados a recompensá-la. Pelo contrário, triunfam porque satisfazem as necessidades dos indivíduos. Naturalmente, isto não quer dizer que se despreocupem da comunidade em que vivem, para a qual desejam contribuir com a sua benevolência com o objetivo de procurar a felicidade geral.

Poucas instituições da sociedade aberta suscitam tantas críticas como o mercado livre. Acusam-no, e muitas vezes com razão, de gerar desigualdade, de ser darwiniano e de que o seu individualismo gera solidão. Um mercado sem benevolência, por isso, seria uma instituição inviável. Mas a benevolência sem o livre intercâmbio seria - sempre o foi quando se tentou - a pior solução possível, porque é precisamente a liberdade de mercado a única maneira de criar riqueza e conservá-la. A riqueza surge do intercâmbio livre porque é a diferente apreciação que os indivíduos têm das coisas que faz crescer o seu valor no momento de trocá--las, e por isso aumenta a criatividade e as criações ousadas (as empresas): porque confiamos que a valorização futura que outros façam delas nos favorecerá. Mas o mercado é algo mais do que um gerador de riqueza: é quase a única forma que temos de os outros nos ajudarem. Precisamos do intercâmbio com os outros desde que nascemos, mas os outros dão-nos a sua ajuda porque recebem em troca a nossa.

Lembrava-nos Adam Smith no início de A Riqueza das Nações há dois séculos e meio: "Não é da benevolência do talhante, do fabricante de cerveja ou do padeiro que esperamos o nosso jantar, mas da preocupação que estes têm pelo seu interesse próprio." No mercado, portanto, a ajuda é concedida porque se recebe em troca a dos outros, e aí esgota-se o dever moral que temos com os outros na transação. Não restam mais dívidas por saldar e, portanto, não há culpados nem vítimas. Se o intercâmbio é livre e voluntário e a informação acessível a ambas as partes, a transação não deixa nenhuma das duas em dívida com a outra. Por isso é surpreendente que a filantropia empresarial se explique com frequência com o sentido da culpabilidade e não pela simpatia, a benevolência e a generosidade.

A herança cultural contra o mercado generalizou a ideia da natureza perversa e assimétrica do intercâmbio: um só ganha se o outro perder. O que enriquece com este jogo de soma zero, portanto, ficaria com uma dívida moral para com o resto da comunidade. E isto faz que alguns pensem que os empresários de sucesso têm de "devolver à sociedade" parte do que esta lhes deu. Nada mais errado. Os empresários não devem nada à sociedade e, quando se comportam de forma caridosa e generosa, a sua benevolência e filantropia obedecem a outras causas.

O instinto de partilhar sentimentos - o sentir com o outro - leva a que Smith comece o seu outro livro Teoria dos Sentimentos Morais (1759) com a ideia de que por muito autointeresse que tenham, os indivíduos não podem evitar sentir felicidade com a mera contemplação da felicidade alheia. Esta ideia não é incompatível com a perseguição do interesse próprio. Desde há algum tempo - veja-se por exemplo Kenneth Arrow em Gifts and Exchanges(1972) ou Gary Becker em Social Interactions (1974) -, muitos intelectuais abordaram o altruísmo do ponto de vista económico e as análises modernas incluem funções de utilidade dos indivíduos em que, dependendo dos contextos, a generosidade e a benevolência partilham o protagonismo com a procura do interesse próprio. Contudo, o hábito altruísta e filantrópico, sobretudo dos empresários, continua a ser analisado por muitos como um comportamento estratégico que responde a incentivos fiscais dos governos, ou a estratégias comerciais orientadas para fidelizar consumidores quando não há muita informação sobre o produto ou um sentido de culpabilidade que induz as empresas a devolver o que devem e conseguiram de forma alegadamente indevida. Estudos mais detalhados - veja-se por exemplo Susan Rose-Ackerman, "Altruism, nonprofits, and economic theory" (1996) - mostram um panorama mais complexo, em que os empresários procuram misturar a maximização dos benefícios com o bem-estar emocional que lhes dá a pertença a um grupo, a afirmação de uma certa identidade ou o apoio a uma certa ideologia.

Como no resto da ação humana, o comportamento empresarial é complexo e em boa parte imprevisível, e não se devia cometer o erro de descartar a benevolência dos motivos que explicam a filantropia. Não é uma questão de culpa - não deveriam sentir-se culpados os que criam riqueza - mas de solidariedade. Numa sociedade aberta não podemos esquecer que o mercado é a área em que os cidadãos enfrentam o fenómeno inevitável da escassez, ao qual todos fazemos frente com talentos e capacidades distintas, e que é ali, portanto, onde descobrimos as nossas limitações e inferioridade em comparação com os outros. Não é o sentido de culpa mas a benevolência, a velha sympathy de Adam Smith, a única fórmula para construir uma sociedade decente.

É muito bom o que faz Juan Roig e o mesmo se pode dizer, até mais alto, de Bill e de Melinda Gates com a sua fundação, de Mark Zuckerberg ao doar 99% das suas ações do Facebook, até de outro espanhol como Amancio Ortega, o dono da Zara, um dos homens mais ricos do mundo muito comprometido na luta contra o cancro. Mas explicar estas grandes obras como a devolução do que se recebeu é um erro de conceito monumental e, além do mais, perigoso. Simplesmente são obras produto da generosidade, da benevolência, da solidariedade. É uma contribuição adicional dos empresários, que fazem muito diariamente satisfazendo as necessidades dos cidadãos.

26 DE AGOSTO DE 2016
00:02
Miguel Angel Belloso
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