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Antrolhos - antolhos - entrolhos
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Antrolhos - antolhos - entrolhos
O dicionário regista-os como sinónimos: "pala com que se resguardam os olhos da luz", "palas que não deixam o animal de tiro olhar para o lado ","maneira de ver limitada ou redutora".
Não é mesmo isto que parece que os nossos protagonistas políticos têm nos olhos, com particular responsabilidade para os que nos governam?
Quem chega de férias, tentou uma escapadela séria da realidade política nacional e procura recuperar com uma leitura integrada do que por aí se prepara, é firmemente convidado a colocar as ditas palas.
Os protagonistas e os temas gastam os dedos de uma mão. Com um bocadinho mais de Jerónimo até acabar a Festa do Avante. Orçamento e CGD garantem o resto até ao Natal.
E no entanto, pegando no Orçamento, era possível sacudir as palas e enriquecer o panorama desta mansa raça asinina em que nos tornamos. Que ideias há para o nosso próximo panorama cultural? Espanha resolveu fazer reviver a ópera. Revestiu-a de tecnologia e tornou-a mais próxima. Talvez não seja a nossa prioridade mas alguém há de ter uma ideia...
E agora que, ao que tudo indica, a estação estival foi um sucesso para o nosso turismo, o que vem por aí como desafio sobre turistas e residentes, interpretação do património, qualidade de serviço, captação organizada de nichos? Será que nos poderíamos dar ao luxo de escolher quem queremos que nos visite preferencialmente? E não, a resposta não é forçosamente quem é mais rico...
Claro que há coisas que nos fazem querer esconder atrás das palas. Saber que em pouco tempo seremos menos cerca de 1 000 000 de portugueses, assusta. Só há uma hipótese: crescer e importar gente. Nós seremos mais e os que vierem se calhar não querem sair. Alguma pista?
E, sim, pela milionésima vez digo que é possível ter mais empresas a trabalhar em Portugal. Das nossas e das outras. O Simplex (pelo menos este é um motor que vamos ouvindo) tem de se virar para a desburocratização dos licenciamentos económicos e ambientais e a AICEP para a promoção rigorosa, assertiva e, sobretudo, persistente, longamente persistente, das nossas zonas industriais e da nossa bolsa de talentos.
Enquanto não houver mais protagonistas e mais temas, pastaremos monotonamente a palha que erradamente nos servem - quem nos governa e quem nos informa. Com mais responsabilidade para os primeiros. O esforço de Marcelo diverte, mas não chega.
* ANALISTA FINANCEIRA
Cristina Azevedo*
Hoje às 00:01
Jornal de Notícias
Não é mesmo isto que parece que os nossos protagonistas políticos têm nos olhos, com particular responsabilidade para os que nos governam?
Quem chega de férias, tentou uma escapadela séria da realidade política nacional e procura recuperar com uma leitura integrada do que por aí se prepara, é firmemente convidado a colocar as ditas palas.
Os protagonistas e os temas gastam os dedos de uma mão. Com um bocadinho mais de Jerónimo até acabar a Festa do Avante. Orçamento e CGD garantem o resto até ao Natal.
E no entanto, pegando no Orçamento, era possível sacudir as palas e enriquecer o panorama desta mansa raça asinina em que nos tornamos. Que ideias há para o nosso próximo panorama cultural? Espanha resolveu fazer reviver a ópera. Revestiu-a de tecnologia e tornou-a mais próxima. Talvez não seja a nossa prioridade mas alguém há de ter uma ideia...
E agora que, ao que tudo indica, a estação estival foi um sucesso para o nosso turismo, o que vem por aí como desafio sobre turistas e residentes, interpretação do património, qualidade de serviço, captação organizada de nichos? Será que nos poderíamos dar ao luxo de escolher quem queremos que nos visite preferencialmente? E não, a resposta não é forçosamente quem é mais rico...
Claro que há coisas que nos fazem querer esconder atrás das palas. Saber que em pouco tempo seremos menos cerca de 1 000 000 de portugueses, assusta. Só há uma hipótese: crescer e importar gente. Nós seremos mais e os que vierem se calhar não querem sair. Alguma pista?
E, sim, pela milionésima vez digo que é possível ter mais empresas a trabalhar em Portugal. Das nossas e das outras. O Simplex (pelo menos este é um motor que vamos ouvindo) tem de se virar para a desburocratização dos licenciamentos económicos e ambientais e a AICEP para a promoção rigorosa, assertiva e, sobretudo, persistente, longamente persistente, das nossas zonas industriais e da nossa bolsa de talentos.
Enquanto não houver mais protagonistas e mais temas, pastaremos monotonamente a palha que erradamente nos servem - quem nos governa e quem nos informa. Com mais responsabilidade para os primeiros. O esforço de Marcelo diverte, mas não chega.
* ANALISTA FINANCEIRA
Cristina Azevedo*
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