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Mensagem por Admin Qui Set 01, 2016 10:10 am

Final do mês de agosto, princípio do de setembro. Como sempre os partidos aquecem os motores e aceleram para o novo ano político. O Bloco de Esquerda foi o primeiro. No Fórum Socialismo do passado fim de semana, a líder bloquista sinalizou o Orçamento do Estado para 2017, que daqui a um mês e meio será o foco de toda a política nacional. Catarina Martins pôs a coisa assim: está garantida a estabilidade, leia-se a aprovação do OE, se "não houver nenhum passo atrás". Além do combate às rendas na saúde e na energia, o BE quer, entre outras coisas, o aumento do salário mínimo nacional e a atualização das pensões e prestações sociais. Catarina fala para o seu eleitorado, já que o PS sabe perfeitamente quais são as balizas da negociação com este parceiro parlamentar.

O mesmo vai fazer o PCP no próximo domingo na Festa do Avante!. Jerónimo vai repetir os "avisos" que já fez ao executivo de que o seu partido votará contra as "medidas de empobrecimento". Os comunistas também irão aprovar as finanças do país para o próximo ano, mas querem ter espaço de manobra para as suas propostas e ganhos de causa. Mas e de crescimento, ninguém fala? No anterior governo, o de coligação PSD-CDS, havia uma verdadeira corrida à conferência de imprensa por parte da oposição sempre que qualquer instância pública revelava os dados económicos. Aliás, na segunda metade de 2015, quando o crescimento económico (em particular as exportações) começou a desacelerar, os partidos da oposição, praticamente dia sim dia não, brindavam o país com uma dissertação sobre a incompetência governativa.

Ontem perante os dados económicos do segundo trimestre do ano, publicados pelo INE, PCP e BE assobiaram para o lado. Deixaram o primeiro-ministro, o ministro da Economia e o PS a defenderem o programa do governo. Tão afoitos no combate político, porque não se pronunciaram o BE e o PCP? Será porque o crescimento continua a ser muito "poucochinho", para usar uma palavra cara ao primeiro-ministro?

O empobrecimento do país que Catarina Martins e Jerónimo de Sousa rejeitam não passa só pela reposição de rendimentos - que até parece não estar a alimentar o crescimento pela via do consumo, como prometia o ministro das Finanças, Mário Centeno. Para o país sair da pobreza é preciso que cresça bastante mais do que está a crescer. De outro modo, a taxa de desemprego, mais décima menos décima, teimará em manter-se em níveis inaceitáveis e a economia não conseguirá criar resistências a toda a instabilidade externa. Costa veio ontem dizer que "é preciso acelerar os fatores que contribuam para o crescimento". É bom que acelere porque prometeu muito mais ao país do que o poucochinho.

01 DE SETEMBRO DE 2016
00:00
Paula Sá
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