Europa do sul quer combate ao populismo (Principalmente em Portugal)

Num contexto de redesenho do mapa da União Europeia em função do Brexit, os sete países mediterrânicos que entram na entidade - Chipre, Espanha, França, Grécia, Itália, Malta e Portugal - reuniram-se em Atenas, por iniciativa de Alexis Tsipras, com o objectivo de que fossem definidas várias prioridades entre as quais uma gestão migratória com melhor qualidade e um impulso do crescimento como soluções contra o populismo, de acordo com o diário "El País". Duplicar o plano Juncker dedicado ao investimento na Europa é uma sugestão, assim como a aplicação de "reformas estruturais orientadas para o crescimento" e o combate a evasão fiscal, conforme figura no comunicado final.

Em discurso que parece à medida para apoiar as palavras de Angela Merkel no Bundestag após a ascensão da extrema-direita nas eleições de Mecklemburgo-Pomerânia e, em simultâneo, para contrariar o que chega do grupo de Visegrado (Eslováquia, Hungria, Polónia e República Checa), o qual recusa a migração e as indicações de Bruxelas, François Hollande serviu como uma espécie de porta-voz. "Precisamos de um programa de crescimento e é importante ouvir uma mensagem de coesão num momento de Brexit e do aumento dos populismos na Europa", sintetizou. 

Reforço da segurança nas fronteiras, gestão mais partilhada da migração, englobando a subida da ajuda ao desenvolvimento em África e um impulso económico que ajude o Velho Continente a deixar o fosso de onde não tem conseguido sair na última década, são ideias-fortes do grupo mediterrânico, cujo segundo encontro ficou decidido para Lisboa. 

"A Europa não pode limitar-se a simples regras e tecnicismos da austeridade", comentou Matteo Renzi, primeiro-ministro italiano, reforçando a ideia do regresso a uma "Europa dos ideais". E as conclusões do grupo dos sete devem ser transmitidas na próxima cimeira de chefes de Estado de de Governo em Bratislava, agendada para dia 27. Um segundo encontro dos sete está marcado para a capital portuguesa.

"Não aspiramos a ser outra iniciativa que divida a Europa", argumentou Tsipras, anfitrião do encontro. "Temos a obrigação de oferecer uma visão própria e ultrapassar os desafios que enfrentamos, ripostando a forças nacionalistas e xenófobas", destacou o grego.

Mas logo o Partido Popular Europeu, tendo os membros germânicos a liderar, fez avaliação de que esta é mais uma tentativa das esquerdas para rebater a senda da austeridade que foi característica europeia nos últimos 10 anos.

01:09 h
Económico com agências
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