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Artes mágicas
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Artes mágicas
Os números deveriam ser exatos, mas em política são tudo menos uma ciência certa. O défice de 2,8% apurado pelo INE para o primeiro semestre é, para os apoiantes do Governo, um progresso extraordinário quando comparado com o período homólogo do ano anterior. E é. Comentado pela Oposição, o mesmo valor é a prova inequívoca de que será impossível fechar 2016 na meta dos 2,2%. Sobram, para lá da gritaria política, muitas dúvidas sobre as equações através das quais se chega ao número final.
O aumento dos pagamentos em atraso são um dos sinais de eventuais estratégias para empurrar com a barriga os problemas nas contas. Outro, mais preocupante, é a quebra de 26% no investimento público. Para compensar o que falta em receitas, o Governo tapa tudo o que pode do lado da despesa. Mas a falta de investimento paga-se a médio prazo do lado do crescimento da economia. Não admira a revisão em baixa do (pouco) que se pode esperar por aí.
Mesmo que a estratégia de apertar os cordões à bolsa resulte, há ainda muita incerteza a pairar sobre o segundo semestre. Da devolução salarial às alterações no IVA da restauração, são vários os fatores de risco acrescidos que podem ter impacto negativo sobre as contas. Já para não falar na reestruturação da CGD, de efeitos ainda difíceis de medir, até na forma como vai ser contabilizada.
Admita-se, contra todos os ventos e marés, que a meta traçada por António Costa é conseguida. A receita de permanente corte não chega e para 2017 vai ser preciso mais do que inventar novos impostos para conseguir que a economia dê sinais de vida.
Sem crescimento económico, a discussão fica-se pelas decisões sobre a quem ir buscar mais umas migalhas para redistribuir, acentuando na sociedade os sentimentos da pequena inveja. Se no Governo anterior se abriram brechas insanáveis entre os trabalhadores da Função Pública e os do privado, agora caçam-se bruxas entre quem tem um bocadinho mais e quem não tem nem um bocadinho menos. Sendo estes mais e os outros muito, mas muito menos.
Sobram argumentos para bicadas e patadas entre BE e PCP. Aumenta o risco de instabilidade de um casamento de conveniência. Não agora. No orçamento. Mas a partir agora. O estado de graça está dependente da devolução de rendimentos e de maior justiça social. Sem crescimento que permita dar com uma mão e esconder a que tira, Costa tem muito ilusionismo a fazer em 2017. Mas o primeiro-ministro tem provado ser um mestre na arte de conseguir o que parece impossível.
DIRETOR EXECUTIVO
Domingos De Andrade
Hoje às 00:09
Jornal de Notícias
O aumento dos pagamentos em atraso são um dos sinais de eventuais estratégias para empurrar com a barriga os problemas nas contas. Outro, mais preocupante, é a quebra de 26% no investimento público. Para compensar o que falta em receitas, o Governo tapa tudo o que pode do lado da despesa. Mas a falta de investimento paga-se a médio prazo do lado do crescimento da economia. Não admira a revisão em baixa do (pouco) que se pode esperar por aí.
Mesmo que a estratégia de apertar os cordões à bolsa resulte, há ainda muita incerteza a pairar sobre o segundo semestre. Da devolução salarial às alterações no IVA da restauração, são vários os fatores de risco acrescidos que podem ter impacto negativo sobre as contas. Já para não falar na reestruturação da CGD, de efeitos ainda difíceis de medir, até na forma como vai ser contabilizada.
Admita-se, contra todos os ventos e marés, que a meta traçada por António Costa é conseguida. A receita de permanente corte não chega e para 2017 vai ser preciso mais do que inventar novos impostos para conseguir que a economia dê sinais de vida.
Sem crescimento económico, a discussão fica-se pelas decisões sobre a quem ir buscar mais umas migalhas para redistribuir, acentuando na sociedade os sentimentos da pequena inveja. Se no Governo anterior se abriram brechas insanáveis entre os trabalhadores da Função Pública e os do privado, agora caçam-se bruxas entre quem tem um bocadinho mais e quem não tem nem um bocadinho menos. Sendo estes mais e os outros muito, mas muito menos.
Sobram argumentos para bicadas e patadas entre BE e PCP. Aumenta o risco de instabilidade de um casamento de conveniência. Não agora. No orçamento. Mas a partir agora. O estado de graça está dependente da devolução de rendimentos e de maior justiça social. Sem crescimento que permita dar com uma mão e esconder a que tira, Costa tem muito ilusionismo a fazer em 2017. Mas o primeiro-ministro tem provado ser um mestre na arte de conseguir o que parece impossível.
DIRETOR EXECUTIVO
Domingos De Andrade
Hoje às 00:09
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