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Pobre país, pobre Porto
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Pobre país, pobre Porto
1. Um país falido e sob intervenção externa, desemprego em massa, cortes salariais e precarização do emprego, aumentos brutais de impostos sobre os rendimentos, cortes devastadores nos apoios sociais. A soma destas catástrofes resultou, como já se sabia, na multiplicação do número de pobres. Mas nada como um estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos, ou seja, uma instituição patrocinada por um capitalista, para calar até os mais empedernidos defensores das virtudes curativas da austeridade cega, surda e muda.
O balanço dos efeitos da crise ao longo do período entre 2009 e 2014, no estudo coordenado por Carlos Farinha Rodrigues, é demolidor. Quer ao nível da desigualdade: o rendimento dos 10% mais ricos diminuiu 13%, mas o dos 10% mais pobres diminuiu 25%. Quer ao nível da pobreza: corrigindo as distorções estatísticas à linha de pobreza, os investigadores concluem que há em Portugal 2,5 milhões de pobres. Ou seja, um em cada quatro portugueses foi arrastado para (ou forçado a manter) uma vida de miséria. A situação é ainda mais grave entre as crianças e os jovens, uma vez que, mesmo sem a análise corrigida, a taxa de pobreza chega aos 25%.
2. E se de repente nos dissessem que há uma cidade deste país em que mais de metade dos habitantes são pobres? Não um em cada quatro, como reclama o estudo da referida Fundação, nem sequer um em cada três, mas um em cada dois. É difícil de acreditar, mas não é de Rabo de Peixe (Ribeira Grande), no Açores, que estamos a falar. Nem sequer de um dos vários concelhos do interior Norte que habitualmente lideram este tipo de estatísticas negras.
A cidade de que nos fala Agostinho Jardim Moreira, pároco das freguesias da Vitória e S. Nicolau, é o Porto. O também presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza dizia-o ontem, nas páginas do JN, e sustentava a sua afirmação na análise que fez aos dados de organismos oficiais como o INE e aos números relativos ao desemprego, ao rendimento social de inserção ou ao complemento solidário para idosos, lamentando a ilusão de prosperidade que se vive na cidade. "Com esta avalancha de turistas, parece que o Porto está melhor, mas para quem e em quê? Não para os mais pobres que vivem em bairros sociais, os reformados ou os desempregados".
Segundo as últimas projeções, vivem no Porto 216 mil pessoas. Se as contas de Jardim Moreira estão corretas, há pelo menos 108 mil pobres. Se a isto acrescentarmos o facto do Porto ser um dos concelhos com maior índice de poder de compra (a seguir a Lisboa e a Oeiras), acrescentamos, a um retrato de miséria, um quadro de desigualdade mais agudo que o do conjunto do país. Porque o elevado poder de compra médio dos portuenses não está de certeza do lado dos pobres.
* EDITOR EXECUTIVO
Rafael Barbosa*
Hoje às 00:04
Jornal de Notícias
O balanço dos efeitos da crise ao longo do período entre 2009 e 2014, no estudo coordenado por Carlos Farinha Rodrigues, é demolidor. Quer ao nível da desigualdade: o rendimento dos 10% mais ricos diminuiu 13%, mas o dos 10% mais pobres diminuiu 25%. Quer ao nível da pobreza: corrigindo as distorções estatísticas à linha de pobreza, os investigadores concluem que há em Portugal 2,5 milhões de pobres. Ou seja, um em cada quatro portugueses foi arrastado para (ou forçado a manter) uma vida de miséria. A situação é ainda mais grave entre as crianças e os jovens, uma vez que, mesmo sem a análise corrigida, a taxa de pobreza chega aos 25%.
2. E se de repente nos dissessem que há uma cidade deste país em que mais de metade dos habitantes são pobres? Não um em cada quatro, como reclama o estudo da referida Fundação, nem sequer um em cada três, mas um em cada dois. É difícil de acreditar, mas não é de Rabo de Peixe (Ribeira Grande), no Açores, que estamos a falar. Nem sequer de um dos vários concelhos do interior Norte que habitualmente lideram este tipo de estatísticas negras.
A cidade de que nos fala Agostinho Jardim Moreira, pároco das freguesias da Vitória e S. Nicolau, é o Porto. O também presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza dizia-o ontem, nas páginas do JN, e sustentava a sua afirmação na análise que fez aos dados de organismos oficiais como o INE e aos números relativos ao desemprego, ao rendimento social de inserção ou ao complemento solidário para idosos, lamentando a ilusão de prosperidade que se vive na cidade. "Com esta avalancha de turistas, parece que o Porto está melhor, mas para quem e em quê? Não para os mais pobres que vivem em bairros sociais, os reformados ou os desempregados".
Segundo as últimas projeções, vivem no Porto 216 mil pessoas. Se as contas de Jardim Moreira estão corretas, há pelo menos 108 mil pobres. Se a isto acrescentarmos o facto do Porto ser um dos concelhos com maior índice de poder de compra (a seguir a Lisboa e a Oeiras), acrescentamos, a um retrato de miséria, um quadro de desigualdade mais agudo que o do conjunto do país. Porque o elevado poder de compra médio dos portuenses não está de certeza do lado dos pobres.
* EDITOR EXECUTIVO
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