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O pântano
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O pântano
Por muito que Costa diga que a execução orçamental vai bem, algo corre mal quando a receita cai e o PIB não cresce como se esperou na apresentação do OE para 2016.
Com o Orçamento de Estado, o Governo ultrapassa mais um obstáculo à espera que alterações políticas na Alemanha e em França tornem impossível um outro resgate e se salve a face do primeiro-ministro. É isto, não é Dr. Costa?
Porque se não é esta a sua intenção, o seu Governo não passa disso. Que outro futuro pode pretender quando, sem poupança, nem confiança para gastar ou investir, o senhor apostou no consumo como motor económico? Eu digo, já que o senhor não se descose: indo atrás de quem ainda tem alguma coisa. O senhor e a extrema-esquerda que o apoia falam de ricos, mas aqui entre nós sabemos bem que os ricos ou já se acautelaram ou vão embora. Resta dividir os portugueses entre os que pagam e os que recebem.
Para se cumprir o défice inferior a 3% do PIB, uma meta boa há 20 anos mas hoje insuficiente, o senhor ataca as poupanças. Por muito que diga que a execução orçamental vai bem, algo corre mal quando a receita cai e o PIB não cresce como se esperou na apresentação do OE para 2016. As suas contas feitas a martelo visam tirar credibilidade à liderança do PSD, governar sem essa pedra no sapato e pôr o país a pagar os interesses do seu eleitorado. Não há outro plano que não seja uma estagnação pantanosa que evite a catástrofe de outra bancarrota.
Mário Centeno já disse que a sua prioridade é evitar um segundo resgate. A economia não cresce o suficiente para baixar o défice e, mesmo que o fizesse, a acumulação de dívida, mais tarde ou mais cedo, travaria esse crescimento momentâneo. Como o seu Governo não optou por reduzir a despesa pública, e a receita não aumenta na proporção que o senhor precisa, os défices continuarão a rondar os 3% do PIB. Com uns ajustes até podem ficar ligeiramente abaixo e o seu Governo lá vai dizendo que cumpre a meta há muito ultrapassada.
António Guterres largou o pântano para cuja existência nenhum comentador, na altura, teve a coragem de alertar. Como agora. Porque, consigo, ou o Estado entra em bancarrota, ou daqui a uns dez anos estamos na mesma e este artigo ainda será atual. Se considerarmos que o objetivo do seu Governo é sobreviver, então terá conseguido. Parabéns! Só que o que para si é imenso, para o país não é nada. Dependente do BCE e da agência de notação financeira DBRS, a parede contra a qual vamos embater está aí mesmo à nossa frente. Mas o senhor tudo fará para sobreviver. Veremos se, principalmente sem resgate, o país aguenta. É isto, não é Dr. Costa? Pois, se é, deixe-me que lhe diga que é muito pouco.
André Abrantes Amaral, Advogado
02:35
Jornal Económico
Com o Orçamento de Estado, o Governo ultrapassa mais um obstáculo à espera que alterações políticas na Alemanha e em França tornem impossível um outro resgate e se salve a face do primeiro-ministro. É isto, não é Dr. Costa?
Porque se não é esta a sua intenção, o seu Governo não passa disso. Que outro futuro pode pretender quando, sem poupança, nem confiança para gastar ou investir, o senhor apostou no consumo como motor económico? Eu digo, já que o senhor não se descose: indo atrás de quem ainda tem alguma coisa. O senhor e a extrema-esquerda que o apoia falam de ricos, mas aqui entre nós sabemos bem que os ricos ou já se acautelaram ou vão embora. Resta dividir os portugueses entre os que pagam e os que recebem.
Para se cumprir o défice inferior a 3% do PIB, uma meta boa há 20 anos mas hoje insuficiente, o senhor ataca as poupanças. Por muito que diga que a execução orçamental vai bem, algo corre mal quando a receita cai e o PIB não cresce como se esperou na apresentação do OE para 2016. As suas contas feitas a martelo visam tirar credibilidade à liderança do PSD, governar sem essa pedra no sapato e pôr o país a pagar os interesses do seu eleitorado. Não há outro plano que não seja uma estagnação pantanosa que evite a catástrofe de outra bancarrota.
Mário Centeno já disse que a sua prioridade é evitar um segundo resgate. A economia não cresce o suficiente para baixar o défice e, mesmo que o fizesse, a acumulação de dívida, mais tarde ou mais cedo, travaria esse crescimento momentâneo. Como o seu Governo não optou por reduzir a despesa pública, e a receita não aumenta na proporção que o senhor precisa, os défices continuarão a rondar os 3% do PIB. Com uns ajustes até podem ficar ligeiramente abaixo e o seu Governo lá vai dizendo que cumpre a meta há muito ultrapassada.
António Guterres largou o pântano para cuja existência nenhum comentador, na altura, teve a coragem de alertar. Como agora. Porque, consigo, ou o Estado entra em bancarrota, ou daqui a uns dez anos estamos na mesma e este artigo ainda será atual. Se considerarmos que o objetivo do seu Governo é sobreviver, então terá conseguido. Parabéns! Só que o que para si é imenso, para o país não é nada. Dependente do BCE e da agência de notação financeira DBRS, a parede contra a qual vamos embater está aí mesmo à nossa frente. Mas o senhor tudo fará para sobreviver. Veremos se, principalmente sem resgate, o país aguenta. É isto, não é Dr. Costa? Pois, se é, deixe-me que lhe diga que é muito pouco.
André Abrantes Amaral, Advogado
02:35
Jornal Económico
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