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Vassallo, desculpe maçá-lo...
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Vassallo, desculpe maçá-lo...
Provador no corpo e na alma dos males do centralismo, hoje acordei uma espécie de provedor de centralistas. Tudo por causa dessa lufada de ar fresco lisboeta chamada Nuno Vassallo e Silva, que a partir daqui tratarei carinhosamente apenas por Vassallo, assim mesmo com dois ss e dois ll, que eu também sou Serrão com dois rr e sei a falta que faz a dupla consoante. Serão... minudências da língua portuguesa, mas não temos outra.
Vassallo, desculpe maçá-lo, mas quero agradecer-lhe. Muito. Não o facto de existir, que isso até seria capaz de dispensar, mas o facto de ser a prova viva de que ainda há gente assim em Lisboa, a quem o resto do país, com o Porto à frente, devia prestar vassalagem. Em tempos feudais que já lá vão, os senhores a quem a plebe prestava vassalagem também viviam em castelos e palácios, torres de marfim... mas estavam mais espalhados pelo país.
Vassallo, desculpe maçá-lo, mas quero ajoelhar-me perante a sua infinita sapiência, que ajuda Portugal e os portugueses a terem mais mundo, mesmo sem porem o pé fora do chinelo, onde V. Exa. imagina que a grande maioria gosta de enfiar. Descobri por estes dias que era Vassallo diretor-geral do Património Cultural, em 2014, a trabalhar certamente por amor à pátria, quando confiou à Agência Lusa a douta opinião de que as obras de Miró do ex-BPN tinham uma importância relativa. Tenho a certeza de que uma opinião mais desprendida, menos voluntariosa, teria impedido a vinda desse conjunto mal-amanhado de quadros e afins, para a Casa de Serralves, em função da cobiça que desde logo existiria nos meios culturais da capital. O facto de agora ter vindo a terreiro dizer o contrário do que então dissera só nos deve tornar mais agradecidos, porque confirma que a primeira opinião não era nenhum ensaio sobre a cegueira.
Vassallo, desculpe maçá-lo, mas explode dentro de mim uma irreprimível vontade de lhe suplicar que aceite os meus elogios e as desculpas pela minha ignorância, por não ter na devida conta os trabalhos de Hércules que seguramente marcaram a sua passagem pelo Governo de Portugal, como secretário de Estado da Cultura. Consta que esse Governo de Passos Coelho, aquele em que praticamente só conseguiu brilho e evidência o seu colega titular da Administração Interna, não foi dos mais longos da nossa democracia, mas sabendo o que sei hoje de si e do que é capaz, não duvido um segundo, que se não me lembro de nada que tenha feito é pura incompetência minha. De que quero hoje e aqui penitenciar-me.
Vassallo, desculpe maçá-lo, mas não aguento viver sem que me deixe dizer-lhe como a Fundação Calouste Gulbenkian tem sorte em o conservar. No resto de Portugal, que os turistas de todo o Mundo não conhecem nem querem conhecer, usam-se os museus que vão sobrevivendo para guardar e expor o melhor que conseguem, mesmo que sejam obras de importância relativa e duvidosa. Sabendo que depois de terminar as suas espinhosas missões de serviço à pátria, a Gulbenkian faz sempre questão de o conservar, Vassallo, desculpe maçá-lo, mas nunca volte a trocar a Fundação, que lhe reconhece essa importância absoluta, por mais nada. Muito menos por Portugal. Um país que dispensou os seus serviços por só lhes dar importância... digamos, relativa, não o merece.
* EMPRESÁRIO
Manuel Serrão *
Hoje às 00:14, atualizado às 00:15
Jornal de Notícias
Vassallo, desculpe maçá-lo, mas quero agradecer-lhe. Muito. Não o facto de existir, que isso até seria capaz de dispensar, mas o facto de ser a prova viva de que ainda há gente assim em Lisboa, a quem o resto do país, com o Porto à frente, devia prestar vassalagem. Em tempos feudais que já lá vão, os senhores a quem a plebe prestava vassalagem também viviam em castelos e palácios, torres de marfim... mas estavam mais espalhados pelo país.
Vassallo, desculpe maçá-lo, mas quero ajoelhar-me perante a sua infinita sapiência, que ajuda Portugal e os portugueses a terem mais mundo, mesmo sem porem o pé fora do chinelo, onde V. Exa. imagina que a grande maioria gosta de enfiar. Descobri por estes dias que era Vassallo diretor-geral do Património Cultural, em 2014, a trabalhar certamente por amor à pátria, quando confiou à Agência Lusa a douta opinião de que as obras de Miró do ex-BPN tinham uma importância relativa. Tenho a certeza de que uma opinião mais desprendida, menos voluntariosa, teria impedido a vinda desse conjunto mal-amanhado de quadros e afins, para a Casa de Serralves, em função da cobiça que desde logo existiria nos meios culturais da capital. O facto de agora ter vindo a terreiro dizer o contrário do que então dissera só nos deve tornar mais agradecidos, porque confirma que a primeira opinião não era nenhum ensaio sobre a cegueira.
Vassallo, desculpe maçá-lo, mas explode dentro de mim uma irreprimível vontade de lhe suplicar que aceite os meus elogios e as desculpas pela minha ignorância, por não ter na devida conta os trabalhos de Hércules que seguramente marcaram a sua passagem pelo Governo de Portugal, como secretário de Estado da Cultura. Consta que esse Governo de Passos Coelho, aquele em que praticamente só conseguiu brilho e evidência o seu colega titular da Administração Interna, não foi dos mais longos da nossa democracia, mas sabendo o que sei hoje de si e do que é capaz, não duvido um segundo, que se não me lembro de nada que tenha feito é pura incompetência minha. De que quero hoje e aqui penitenciar-me.
Vassallo, desculpe maçá-lo, mas não aguento viver sem que me deixe dizer-lhe como a Fundação Calouste Gulbenkian tem sorte em o conservar. No resto de Portugal, que os turistas de todo o Mundo não conhecem nem querem conhecer, usam-se os museus que vão sobrevivendo para guardar e expor o melhor que conseguem, mesmo que sejam obras de importância relativa e duvidosa. Sabendo que depois de terminar as suas espinhosas missões de serviço à pátria, a Gulbenkian faz sempre questão de o conservar, Vassallo, desculpe maçá-lo, mas nunca volte a trocar a Fundação, que lhe reconhece essa importância absoluta, por mais nada. Muito menos por Portugal. Um país que dispensou os seus serviços por só lhes dar importância... digamos, relativa, não o merece.
* EMPRESÁRIO
Manuel Serrão *
Hoje às 00:14, atualizado às 00:15
Jornal de Notícias
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