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“Uma década para Portugal” assim?
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“Uma década para Portugal” assim?
As eleições legislativas mais ou menos ganhas pela esquerda aconteceram há cerca de um ano. O primeiro orçamento da nova maioria de esquerda que suporta o governo minoritário do PS foi o OE de 2016.
Negociado e aprovado já no decorrer do ano a que dizia respeito, viu a sua paternidade e maternidade reclamadas por todos os partidos de esquerda. Os elogios eram tantos e tão fortes que pareciam estar ainda em noite de eleições, onde todos ganharam e foram justos vencedores.
Obviamente que já nessa altura a perspectiva dos partidos agora mais ou menos no governo era diferente da alternativa que sempre tinham defendido na sua história. Até mesmo os então já famosos 12 economistas do PS que iriam revolucionar a economia, trocando a austeridade pelo crescimento.
Tinha então passado apenas um ano desde que impressionaram o país com a apresentação do fantástico documento “Uma década para Portugal” em Abril de 2015 para alimentar a campanha eleitoral das legislativas, com o sucesso que todos conhecem.
Nessa altura previam humildemente para 2017 um crescimento do PIB de 3,1%, do investimento em 8,4%, das exportações em 6,3% e do emprego em 1,9%.
No entanto, apesar de parecer já nessa altura estranho serem os únicos visionários capazes de alcançar tão fantástica conclusão sobre a alternativa macroeconomica, alguns começaram mesmo a acreditar que a repetição de um desejo pudesse mesmo realizá-lo.
Mas afinal, um ano e meio depois do famoso documento elaborado pelos brilhantes economistas, e apesar de metade deles estar do governo e alguns dos outros na Assembleia da República como deputados, a economia está longe da sua visão cor de rosa.
O crescimento do PIB em 2016 era estimado em Abril de 2015 vir a ser de 2,4%. Em Abril deste ano passou a ser estimado em 1,8% no Orçamento do Estado, para agora ser revisto novamente em baixa para apenas 1,2% no máximo. Metade do previsto em campanha eleitoral. Da mesma forma, o crescimento para 2017 foi agora revisto em baixa para 1,5% no OE, novamente metade do previsto no cenário do mar de rosas.
Mas estimativas são isso mesmo: estimativas. O crescimento do PIB é sempre um objectivo e não um meio. Pois resulta da interação de vários factores e depende do cumprimento de outros objectivos intermédios.
No entanto, enquanto uns conseguem crescer a 3% mesmo sem governo em funções, como a Espanha, outros andam a tentar pseudo-cumprir as promessas que estimavam cumprir com o dobro do crescimento, desculpando-se com a conjuntura internacional que não afecta a Espanha..
Embora neste orçamento já alguns destes ex-famosos economistas venham reconhecer que afinal não era assim tão fácil, talvez algum dia reconheçam que a continuar com estes níveis de crescimento não haverá riqueza para distribuir e para cumprir promessas na “Década para Portugal”.
18.10.2016 às 8h16
PAULO BARRADAS
Expresso
Negociado e aprovado já no decorrer do ano a que dizia respeito, viu a sua paternidade e maternidade reclamadas por todos os partidos de esquerda. Os elogios eram tantos e tão fortes que pareciam estar ainda em noite de eleições, onde todos ganharam e foram justos vencedores.
Obviamente que já nessa altura a perspectiva dos partidos agora mais ou menos no governo era diferente da alternativa que sempre tinham defendido na sua história. Até mesmo os então já famosos 12 economistas do PS que iriam revolucionar a economia, trocando a austeridade pelo crescimento.
Tinha então passado apenas um ano desde que impressionaram o país com a apresentação do fantástico documento “Uma década para Portugal” em Abril de 2015 para alimentar a campanha eleitoral das legislativas, com o sucesso que todos conhecem.
Nessa altura previam humildemente para 2017 um crescimento do PIB de 3,1%, do investimento em 8,4%, das exportações em 6,3% e do emprego em 1,9%.
No entanto, apesar de parecer já nessa altura estranho serem os únicos visionários capazes de alcançar tão fantástica conclusão sobre a alternativa macroeconomica, alguns começaram mesmo a acreditar que a repetição de um desejo pudesse mesmo realizá-lo.
Mas afinal, um ano e meio depois do famoso documento elaborado pelos brilhantes economistas, e apesar de metade deles estar do governo e alguns dos outros na Assembleia da República como deputados, a economia está longe da sua visão cor de rosa.
O crescimento do PIB em 2016 era estimado em Abril de 2015 vir a ser de 2,4%. Em Abril deste ano passou a ser estimado em 1,8% no Orçamento do Estado, para agora ser revisto novamente em baixa para apenas 1,2% no máximo. Metade do previsto em campanha eleitoral. Da mesma forma, o crescimento para 2017 foi agora revisto em baixa para 1,5% no OE, novamente metade do previsto no cenário do mar de rosas.
Mas estimativas são isso mesmo: estimativas. O crescimento do PIB é sempre um objectivo e não um meio. Pois resulta da interação de vários factores e depende do cumprimento de outros objectivos intermédios.
No entanto, enquanto uns conseguem crescer a 3% mesmo sem governo em funções, como a Espanha, outros andam a tentar pseudo-cumprir as promessas que estimavam cumprir com o dobro do crescimento, desculpando-se com a conjuntura internacional que não afecta a Espanha..
Embora neste orçamento já alguns destes ex-famosos economistas venham reconhecer que afinal não era assim tão fácil, talvez algum dia reconheçam que a continuar com estes níveis de crescimento não haverá riqueza para distribuir e para cumprir promessas na “Década para Portugal”.
18.10.2016 às 8h16
PAULO BARRADAS
Expresso
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