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Perturbações na linha. Um Metro desalinhado
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Perturbações na linha. Um Metro desalinhado
" Existem perturbações na linha (o leitor escolha qualquer uma das quatro), pedimos desculpa pelo incómodo causado, prometemos ser breves.” Quantos de nós, por diversas vezes, não fomos agraciados com estas palavras? Pois.
O Metropolitano de Lisboa, um dos grandes avanços da tecnologia de transportes, que tarde chegou a Portugal (bem depois do final da Segunda Guerra Mundial), permite uma deslocação cómoda e rápida, pelo perímetro urbano de Lisboa, continua no seu definhamento, por estes dias, fruto de uma admirável conjugação de incompetência e incúria, cujos efeitos adversos são sentidos pelos utentes.
O Metro é essencial para a nossa economia local e também nacional, pelo facto de servir a capital, onde ainda muito se decide, e por ser aqui o maior aeroporto do país (hub da TAP). A forma como se transporta as pessoas para o seu local de trabalho pode fazer de um início de dia um tormento, o que tem efeitos óbvios na motivação, de qualquer um de nós cidadãos activos, com trabalho a desenvolver, que não poderá senão fazer baixar a produtividade e prejudicar a inventividade, muitas vezes precisa para resolver os problemas difíceis, com que nos deparamos.
Andar de Metro, hoje em dia, é esperar entre cinco a oito minutos, quando não 10, pelo próximo comboio, se não houver avaria na linha ou na máquina, isto para quem tem direito a passe mensal (formato Lisboa Viva, mas sofrida poderíamos acrescentar), já que os bilhetes nas máquinas de bilhética estão sob regime de racionamento, por mero azar, fazendo fé nas palavras do ministro do Ambiente.
A gestão dos transportes, nomeadamente os urbanos, tem muito que se lhe diga. A falta de ligação, a falta de lógica multimodal, de visão de conjunto, entre o Metro e a Carris, é uma carência da área metropolitana de Lisboa, pois à Carris acrescentaríamos as empresas privadas de transporte rodoviário, já para não falar dos comboios urbanos, que, muitas vezes, sofrem os efeitos da manutenção espartana. Quando me falam em regionalizações ou áreas metropolitanas, coloco a gestão dos transportes como a pedra basilar de futuras formas de organização. Está em falta, de facto, um olhar integrado entre concelhos da área metropolitana de Lisboa para os transportes. Quem pense além da fronteira entre Lisboa, Amadora ou Sintra. Uma entidade que gira, à séria, os nossos transportes.
A Autoridade Metropolitana de Transportes, recém incorporada na Área Metropolitana de Lisboa, deveria ser o organismo, por excelência, para pensar e delinear planos de transportes com sinergias, por contraponto à lógica, cada um por si, que parece ser a dominante. Posso não ser especialista na matéria, mas ou o trabalho produzido não foi implementando, pois a actual situação não seria o que é, estando perdido algures no limbo burocrático entre gavetas ou pastas da administração central e as da administração local ou os resultados do planeamento e reflexão não foram considerados relevantes o suficiente para sair do papel. Para não falar da necessidade de rigor financeiro, em empresas normalmente deficitárias.
Uma cidade cosmopolita obriga a uma facilidade de acessos e de deslocação que seja não só expedita, mas também eficaz. Nos transportes, autocarros e Metro, o que vemos é um amontoado de pessoas, uma mole humana qual sardinhas em lata, à procura de um mínimo de centímetros quadrados para respirar, enquanto sofre, de forma mais agravada no Verão, com alguns odores menos florais dos vizinhos. Andar de Metro é hoje um exercício que deprime, que nos faz começar mal um dia que nem sabemos que desfecho terá. Como podemos persistir neste permanente desassossego no transporte para o trabalho que começa logo com atrasos e enchentes evitáveis? Para não falar das constantes avarias e atrasos na manutenção das escadas rolantes ou elevadores.
Nas horas de ponta o Metro não pode ter atrasos, tem que ser reforçada a circulação de comboios, sem amputações de carruagens. De manhã, ao almoço e ao final da tarde não podemos ter esperas frustrantes que nos fazem desesperar.
O grande drama, neste momento, é que à superfície temos uma cidade em modo estaleiro de obras e com um trânsito caótico, não existindo alternativas e formas de deslocação com plena funcionalidade e eficientes abaixo do solo. Não existem transportes públicos de qualidade. E o Metro de Lisboa é um cartão de visita para qualquer turista que nos visite. Quando vamos a Londres, Paris ou Madrid, percebemos que os transportes funcionam e que visitamos os locais turísticos de forma organizada e rápida. Em Lisboa, com o fluxo de turistas que sofremos e ainda bem, vivemos entre tuk-tuks, tendo um sol que escasseia na Europa. Sim, a nossa gastronomia é fantástica, as pessoas são pacíficas e o tempo parece tropical, mas o transporte público é essencial para a vida das pessoas, para a imagem de Lisboa e para todas as empresas que aqui operam.
Boa gestão pública, prevenção e planeamento fazem falta neste tema central na vida de todos nós. Felizmente as greves, com este Governo, desapareceram, permitam-nos agora reduzir os tempos de espera e dar alguma dignidade a cada trabalhador que se descola casa-trabalho-casa. Há mínimos a cumprir.
24.10.2016 às 8h001
DIOGO AGOSTINHO
Expresso
O Metropolitano de Lisboa, um dos grandes avanços da tecnologia de transportes, que tarde chegou a Portugal (bem depois do final da Segunda Guerra Mundial), permite uma deslocação cómoda e rápida, pelo perímetro urbano de Lisboa, continua no seu definhamento, por estes dias, fruto de uma admirável conjugação de incompetência e incúria, cujos efeitos adversos são sentidos pelos utentes.
O Metro é essencial para a nossa economia local e também nacional, pelo facto de servir a capital, onde ainda muito se decide, e por ser aqui o maior aeroporto do país (hub da TAP). A forma como se transporta as pessoas para o seu local de trabalho pode fazer de um início de dia um tormento, o que tem efeitos óbvios na motivação, de qualquer um de nós cidadãos activos, com trabalho a desenvolver, que não poderá senão fazer baixar a produtividade e prejudicar a inventividade, muitas vezes precisa para resolver os problemas difíceis, com que nos deparamos.
Andar de Metro, hoje em dia, é esperar entre cinco a oito minutos, quando não 10, pelo próximo comboio, se não houver avaria na linha ou na máquina, isto para quem tem direito a passe mensal (formato Lisboa Viva, mas sofrida poderíamos acrescentar), já que os bilhetes nas máquinas de bilhética estão sob regime de racionamento, por mero azar, fazendo fé nas palavras do ministro do Ambiente.
A gestão dos transportes, nomeadamente os urbanos, tem muito que se lhe diga. A falta de ligação, a falta de lógica multimodal, de visão de conjunto, entre o Metro e a Carris, é uma carência da área metropolitana de Lisboa, pois à Carris acrescentaríamos as empresas privadas de transporte rodoviário, já para não falar dos comboios urbanos, que, muitas vezes, sofrem os efeitos da manutenção espartana. Quando me falam em regionalizações ou áreas metropolitanas, coloco a gestão dos transportes como a pedra basilar de futuras formas de organização. Está em falta, de facto, um olhar integrado entre concelhos da área metropolitana de Lisboa para os transportes. Quem pense além da fronteira entre Lisboa, Amadora ou Sintra. Uma entidade que gira, à séria, os nossos transportes.
A Autoridade Metropolitana de Transportes, recém incorporada na Área Metropolitana de Lisboa, deveria ser o organismo, por excelência, para pensar e delinear planos de transportes com sinergias, por contraponto à lógica, cada um por si, que parece ser a dominante. Posso não ser especialista na matéria, mas ou o trabalho produzido não foi implementando, pois a actual situação não seria o que é, estando perdido algures no limbo burocrático entre gavetas ou pastas da administração central e as da administração local ou os resultados do planeamento e reflexão não foram considerados relevantes o suficiente para sair do papel. Para não falar da necessidade de rigor financeiro, em empresas normalmente deficitárias.
Uma cidade cosmopolita obriga a uma facilidade de acessos e de deslocação que seja não só expedita, mas também eficaz. Nos transportes, autocarros e Metro, o que vemos é um amontoado de pessoas, uma mole humana qual sardinhas em lata, à procura de um mínimo de centímetros quadrados para respirar, enquanto sofre, de forma mais agravada no Verão, com alguns odores menos florais dos vizinhos. Andar de Metro é hoje um exercício que deprime, que nos faz começar mal um dia que nem sabemos que desfecho terá. Como podemos persistir neste permanente desassossego no transporte para o trabalho que começa logo com atrasos e enchentes evitáveis? Para não falar das constantes avarias e atrasos na manutenção das escadas rolantes ou elevadores.
Nas horas de ponta o Metro não pode ter atrasos, tem que ser reforçada a circulação de comboios, sem amputações de carruagens. De manhã, ao almoço e ao final da tarde não podemos ter esperas frustrantes que nos fazem desesperar.
O grande drama, neste momento, é que à superfície temos uma cidade em modo estaleiro de obras e com um trânsito caótico, não existindo alternativas e formas de deslocação com plena funcionalidade e eficientes abaixo do solo. Não existem transportes públicos de qualidade. E o Metro de Lisboa é um cartão de visita para qualquer turista que nos visite. Quando vamos a Londres, Paris ou Madrid, percebemos que os transportes funcionam e que visitamos os locais turísticos de forma organizada e rápida. Em Lisboa, com o fluxo de turistas que sofremos e ainda bem, vivemos entre tuk-tuks, tendo um sol que escasseia na Europa. Sim, a nossa gastronomia é fantástica, as pessoas são pacíficas e o tempo parece tropical, mas o transporte público é essencial para a vida das pessoas, para a imagem de Lisboa e para todas as empresas que aqui operam.
Boa gestão pública, prevenção e planeamento fazem falta neste tema central na vida de todos nós. Felizmente as greves, com este Governo, desapareceram, permitam-nos agora reduzir os tempos de espera e dar alguma dignidade a cada trabalhador que se descola casa-trabalho-casa. Há mínimos a cumprir.
24.10.2016 às 8h001
DIOGO AGOSTINHO
Expresso
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