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Antigamente é que era?
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Antigamente é que era?
Um dos argumentos mais estapafúrdios entre aqueles que renegam a vocação cosmopolita e internacional da cidade do Porto é o de que antigamente é que era, porque podia andar-se à vontade nas ruas. Tão, mas tão à vontade, que o mais certo era sermos assaltados, acaso cometêssemos a ousadia de ir espreitar as montras à Baixa ao fim da tarde de um dia escuro. E quando digo espreitar é no sentido literal do termo, porque muitos dos estabelecimentos fechavam cedo, padecendo desse mal generalizado que funciona como certidão de óbito em qualquer urbe de médio porte: para quê estar aberto, se não há pessoas, se não há quem compre?
Ora, no Porto, o problema deve ser analisado de duas formas: a das pessoas que habitam na cidade e a das que dela fruem ou nela trabalham. Quanto à fixação de população, não há dados recentes que atestem da inversão no esvaziamento da urbe verificado na década de 2001-2011 (o Censos apontava para um pouco menos do que 238 mil habitantes há cinco anos). Aliás, é admissível que o trajeto continue na vertical e que a sangria de moradores permaneça. Depois, há os fruidores e os trabalhadores. Os primeiros são os turistas/visitantes e os segundos os cidadãos que habitam na periferia e só vêm ao Porto cumprir as suas obrigações profissionais. Em relação a estes, não há dúvidas: o Censos mostra que as boas infraestruturas rodoviárias, aliadas ao baixo preço da habitação, atraíram multidões para os anéis que se formam em torno da Invicta, contribuindo para o seu galopante envelhecimento e desertificação.
Mas vamos aos turistas, que é por "culpa" deles que a cidade está assim, proclamam os velhos do Restelo, que foram ler à Wikipédia o significado da palavra gentrificação; que é graças a eles que a cidade está assim, exultam, por seu turno, os que gostam verdadeiramente deste espaço urbano.
O Porto é, em larga medida, as suas memórias e as suas gentes, mas o futuro da cidade, da minha cidade, não pode ficar refém do saudosismo de quem quer continuar a baloiçar no galho das tradições e não é capaz de aceitar que percorrer qualquer ruela do centro a qualquer hora do dia nos faz sentir pertença de uma urbe completa, interclassista, jovem, moderna, vibrante na animação e diversa na oferta cultural.
Agora, é a reputada editora de guias de viagens Lonely Planet a dizê-lo: o Porto, que nos faz "tremer dos joelhos de centenas de formas diferentes", é a terceira melhor cidade do Mundo na relação qualidade-preço. Só falta quem queira e possa nela viver. De forma permanente. Não de passagem e em férias. Quem não gostaria de morar no melhor de dois mundos?
EDITOR-EXECUTIVO-ADJUNTO
Pedro Ivo Carvalho
Hoje às 00:04
Jornal de Notícias
Ora, no Porto, o problema deve ser analisado de duas formas: a das pessoas que habitam na cidade e a das que dela fruem ou nela trabalham. Quanto à fixação de população, não há dados recentes que atestem da inversão no esvaziamento da urbe verificado na década de 2001-2011 (o Censos apontava para um pouco menos do que 238 mil habitantes há cinco anos). Aliás, é admissível que o trajeto continue na vertical e que a sangria de moradores permaneça. Depois, há os fruidores e os trabalhadores. Os primeiros são os turistas/visitantes e os segundos os cidadãos que habitam na periferia e só vêm ao Porto cumprir as suas obrigações profissionais. Em relação a estes, não há dúvidas: o Censos mostra que as boas infraestruturas rodoviárias, aliadas ao baixo preço da habitação, atraíram multidões para os anéis que se formam em torno da Invicta, contribuindo para o seu galopante envelhecimento e desertificação.
Mas vamos aos turistas, que é por "culpa" deles que a cidade está assim, proclamam os velhos do Restelo, que foram ler à Wikipédia o significado da palavra gentrificação; que é graças a eles que a cidade está assim, exultam, por seu turno, os que gostam verdadeiramente deste espaço urbano.
O Porto é, em larga medida, as suas memórias e as suas gentes, mas o futuro da cidade, da minha cidade, não pode ficar refém do saudosismo de quem quer continuar a baloiçar no galho das tradições e não é capaz de aceitar que percorrer qualquer ruela do centro a qualquer hora do dia nos faz sentir pertença de uma urbe completa, interclassista, jovem, moderna, vibrante na animação e diversa na oferta cultural.
Agora, é a reputada editora de guias de viagens Lonely Planet a dizê-lo: o Porto, que nos faz "tremer dos joelhos de centenas de formas diferentes", é a terceira melhor cidade do Mundo na relação qualidade-preço. Só falta quem queira e possa nela viver. De forma permanente. Não de passagem e em férias. Quem não gostaria de morar no melhor de dois mundos?
EDITOR-EXECUTIVO-ADJUNTO
Pedro Ivo Carvalho
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