APFF: Comemoração dos 50 anos dos molhes contou com discurso ambicioso de Braga da Cruz

No passado domingo, comemoraram-se os 50 anos da inauguração dos molhes do Porto da Figueira da Foz, num evento que contou com a presença da Ministra do Mar, Ana Paula Vitorino. O grande destaque da comemoração vai para o discurso de Braga da Cruz - nas suas palavras, o presidente da APFF sublinhou «a data marcante na história» do porto, afirmando que a inauguração dos molhes «representou uma conquista para o Homem no estabelecimento de uma entrada mais segura para o porto».

Explicou Braga da Cruz que «os novos molhes permitiram rasgar outros horizontes à atividade portuária e industrial», ficando a empreitada «da construção dos molhes na foz do Mondego a dever-se à persistência e à ação de muitas instituições e pessoas», para as quais reservou, através das suas palavras, uma homenagem sincera. Nesse momento da intervenção, foi também evocada a memória do então Diretor do Porto, o Senhor Engenheiro Fernando Muñoz de Oliveira.

O discurso desembocou, de seguida, no tema da ambição do Porto da Figueira da Foz, com destaque para a elencagem da rede de atividades oferecidas pela infra-estrutura portuária e pelas suas relações diretas com o meio envolvente (desde a relação entre o porto comercial e a «fileira florestal», o porto de pesca, a construção e reparação naval, a aquicultura e a «náutica de recreio»). Tudo isto, numa dinâmica relacional, que terá de «processar-se num relacionamento respeitoso com a cidade envolvente».

Braga da Cruz relevou ainda a envelhecida rede ferroviária que serve o porto, apontando a falta de investimento como um factor prejudicial para a competitividade da circulação de mercadorias. No entanto, «a maior preocupação» centra-se, segundo as palavras do presidente da AFPP, no acesso marítimo, que precisará de melhorias. De acordo com Braga da Cruz, a AFPP e a Câmara Municipal da Figueira da Foz promoveram já «a realização de um estudo de viabilidade da melhoria do acesso marítimo». A estimativa do aprofundamento do canal poderá atingir os 71 milhões de euros, mais 1 milhão de euros anuais em custos de manutenção.

O investimento poderá, quando terminado o projeto, «oferecer condições que permitem a entrada a navios até 140 metros de comprimento e calado inferior a 8 metros, o que colocaria a Figueira da Foz numa posição mais confortável para fazer face à tendência que se verifica para o progressivo desaparecimento dos navios com comprimento abaixo de cem metros». 

03/11/2016
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