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A virtude está no “centro”
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A virtude está no “centro”
A bem do interesse nacional e do futuro dos portugueses, é dever do PS e do CDS chegar, a seu tempo, a um entendimento fecundo.
A Irlanda, mesmo resgatada entre 2010 e 2013, foi o país que, no ano passado, teve a mais alta taxa de crescimento da União Europeia. Tendo-lhe sido aplicada a mesma fórmula que a Portugal – aumento de impostos, cortes na despesa pública e nos apoios sociais –, teve, contudo, resultados incomparavelmente melhores. E porquê? Porque o equilíbrio do seu governo, constituído pela aliança entre democratas-cristãos e socialistas, provou a dinâmica certa na gestão prudente da sua crise económica.
Depois dos respetivos resgates, a Irlanda está mais rica e Portugal está mais pobre. Isto porque os programas de assistência não mudam a essência dos países e das economias. Saber aproveitar valências das forças que no espetro convergem ao centro foi, sem dúvida, o segredo do sucesso irlandês a que nós, por preconceitos ideológicos e orgulhos atávicos, teimamos em resistir. Em Portugal, PS e CDS, para lá das diferenças naturais que decorrem de programas próprios, comungam do projeto europeu, da defesa do Estado social e de uma democracia pluralista.
Foi em 1978, no governo de coligação PS/CDS, que se criou a regulamentação da inspeção do trabalho, que sustenta ainda hoje o equilíbrio na dialética laboral. Aliás, em questões estruturais, o PS tem votado amiúde propostas do CDS contra as esquerdas radicais. Tem-no feito, sobretudo, na defesa dos compromissos europeus e nas orientações fundamentais da nossa política externa. Na equiparação entre o setor público e privado, permitindo o trabalho depois dos 70 anos a quem o solicitar. E, há poucos meses, o PS uniu-se ao CDS contra uma proposta de alteração ao OE para 2016 do Bloco, que pugnava pela isenção de portagens no Algarve. Por paradoxal que pareça, não há, aliás, memória de uma proposta do PCP ter vencimento pelo PS, tirando a reposição dos feriados.
Cada vez mais destacados dirigentes socialistas se têm aproximado do CDS. Maria do Rosário Gama, da Comissão Política do PS e presidente da Associação Portuguesa de Pensionistas e Reformados, defendeu fervorosamente, há pouco tempo, as propostas do CDS em matéria de envelhecimento ativo. Também Porfírio Silva, estratega e ideólogo da ala esquerda do PS e um dos mais influentes conselheiros de António Costa, declarou que “temos de tentar convergências alargadas com o CDS”. E Ascenso Simões, do PS moderado, considera que “há um avançar do CDS e desnorte do PSD”. No início do ano passado, o líder dos socialistas da Madeira propôs uma coligação eleitoral com o CDS. E, também, nas autárquicas do próximo ano o PS irá aliar-se ao CDS no apoio ao mesmo candidato à segunda Câmara do país. De destacar nos Açores, as alianças, nos últimos anos, entre PS e CDS, levando a resultados de sucesso como o cheque ensino.
Da parte do CDS esta aproximação tem sido menos assumida, embora a formação dos futuros quadros centristas contasse, este ano, com a presença de uma das socialistas mais contestadas do governo de Sócrates, Maria de Lurdes Rodrigues.
A bem do interesse nacional e do futuro dos portugueses, é dever do PS e do CDS, num exercício de humildade e responsabilidade democráticas chegar, a seu tempo, a um entendimento fecundo.
Pode Portugal contar com isso?
Pedro Borges de Lemos, Advogado
00:10
Jornal Económico
A Irlanda, mesmo resgatada entre 2010 e 2013, foi o país que, no ano passado, teve a mais alta taxa de crescimento da União Europeia. Tendo-lhe sido aplicada a mesma fórmula que a Portugal – aumento de impostos, cortes na despesa pública e nos apoios sociais –, teve, contudo, resultados incomparavelmente melhores. E porquê? Porque o equilíbrio do seu governo, constituído pela aliança entre democratas-cristãos e socialistas, provou a dinâmica certa na gestão prudente da sua crise económica.
Depois dos respetivos resgates, a Irlanda está mais rica e Portugal está mais pobre. Isto porque os programas de assistência não mudam a essência dos países e das economias. Saber aproveitar valências das forças que no espetro convergem ao centro foi, sem dúvida, o segredo do sucesso irlandês a que nós, por preconceitos ideológicos e orgulhos atávicos, teimamos em resistir. Em Portugal, PS e CDS, para lá das diferenças naturais que decorrem de programas próprios, comungam do projeto europeu, da defesa do Estado social e de uma democracia pluralista.
Foi em 1978, no governo de coligação PS/CDS, que se criou a regulamentação da inspeção do trabalho, que sustenta ainda hoje o equilíbrio na dialética laboral. Aliás, em questões estruturais, o PS tem votado amiúde propostas do CDS contra as esquerdas radicais. Tem-no feito, sobretudo, na defesa dos compromissos europeus e nas orientações fundamentais da nossa política externa. Na equiparação entre o setor público e privado, permitindo o trabalho depois dos 70 anos a quem o solicitar. E, há poucos meses, o PS uniu-se ao CDS contra uma proposta de alteração ao OE para 2016 do Bloco, que pugnava pela isenção de portagens no Algarve. Por paradoxal que pareça, não há, aliás, memória de uma proposta do PCP ter vencimento pelo PS, tirando a reposição dos feriados.
Cada vez mais destacados dirigentes socialistas se têm aproximado do CDS. Maria do Rosário Gama, da Comissão Política do PS e presidente da Associação Portuguesa de Pensionistas e Reformados, defendeu fervorosamente, há pouco tempo, as propostas do CDS em matéria de envelhecimento ativo. Também Porfírio Silva, estratega e ideólogo da ala esquerda do PS e um dos mais influentes conselheiros de António Costa, declarou que “temos de tentar convergências alargadas com o CDS”. E Ascenso Simões, do PS moderado, considera que “há um avançar do CDS e desnorte do PSD”. No início do ano passado, o líder dos socialistas da Madeira propôs uma coligação eleitoral com o CDS. E, também, nas autárquicas do próximo ano o PS irá aliar-se ao CDS no apoio ao mesmo candidato à segunda Câmara do país. De destacar nos Açores, as alianças, nos últimos anos, entre PS e CDS, levando a resultados de sucesso como o cheque ensino.
Da parte do CDS esta aproximação tem sido menos assumida, embora a formação dos futuros quadros centristas contasse, este ano, com a presença de uma das socialistas mais contestadas do governo de Sócrates, Maria de Lurdes Rodrigues.
A bem do interesse nacional e do futuro dos portugueses, é dever do PS e do CDS, num exercício de humildade e responsabilidade democráticas chegar, a seu tempo, a um entendimento fecundo.
Pode Portugal contar com isso?
Pedro Borges de Lemos, Advogado
00:10
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