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Há espaço para todos
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Há espaço para todos
O fenómeno do crescimento do mercado de alojamento local tem sido um dos grandes focos de discussão, gerando amores, ódios e invejas, num enredo que poderia até ser digno de novela de prime time.
De um lado estão os que acusam este mercado de estar desregulado, de fugir aos impostos, de existir em excesso, de fazer concorrência desleal ao setor hoteleiro e até de aumentar o valor das rendas e do imobiliário nacional.
Do outro, o reconhecimento de que este mercado ajudou a recuperar os centros das cidades com obras de reabilitação, aumentando por esta via o número de empregos no setor da construção (que estava há muito estagnado e acabou também por absorver os emigrantes que estavam em países como Angola e se viram obrigados a retornar ao seu país), estimulando a criação do próprio emprego, ajudando a recuperar o mercado imobiliário e a dinâmica do turismo no país.
Reconheço que existem verdades de parte a parte, mas há umas que são mais verdades que outras.
Não tenho dúvidas de que o alojamento local foi um dos grandes impulsionadores da retoma do setor imobiliário, lado a lado com o investimento estrangeiro.
A reabilitação urbana de edifícios que estavam devolutos e degradados há décadas é um facto inegável e um fenómeno que se verifica maioritariamente à custa do investimento privado. E não sejamos hipócritas: beneficia todos - construção, imobiliário, setor hoteleiro e setor de serviços. Se hoje as cidades estão renovadas, reabilitadas e de cara lavada, muito o devem ao alojamento local.
Não há dúvida de que o aumento de ativos dirigidos para este mercado faz com que estes não estejam no chamado “arrendamento normal”. Mas este é um problema que não vem de agora, e o alojamento local não pode nem deve ser o bode expiatório do arrendamento. Há anos que se fala na ausência de dinâmica do mercado de arrendamento, da inexistente oferta de ativos a rendas que as famílias possam pagar, da necessidade da criação de mecanismos que protejam os senhorios em caso de incumprimento e da excessiva carga fiscal sobre este mercado. Claro está que, perante este cenário, e havendo alternativas mais seguras e rentáveis, os proprietários têm o direito de optar pelo que é mais atrativo.
Vivemos num país onde sempre houve alojamento local, tradicionalmente mais fixado na região do Algarve, que sempre coexistiu de forma saudável com o setor hoteleiro. Recordo, aliás, um encontro que tive este verão com representantes dos setores da segurança, turismo, hotelaria e até autarquias, entre outros, da região algarvia, e que confirmou a convergência de pensamento de diferentes setores sobre a importância para o nosso país do turismo quando conjugado com o imobiliário.
Felizmente, podemos neste momento dar-nos ao luxo de dizer que há espaço para todos. Desde que todos ajamos de boa-fé.
Presidente da APEMIP
12/12/2016
Luís Lima
opiniao@newsplex.pt
Jornal i
De um lado estão os que acusam este mercado de estar desregulado, de fugir aos impostos, de existir em excesso, de fazer concorrência desleal ao setor hoteleiro e até de aumentar o valor das rendas e do imobiliário nacional.
Do outro, o reconhecimento de que este mercado ajudou a recuperar os centros das cidades com obras de reabilitação, aumentando por esta via o número de empregos no setor da construção (que estava há muito estagnado e acabou também por absorver os emigrantes que estavam em países como Angola e se viram obrigados a retornar ao seu país), estimulando a criação do próprio emprego, ajudando a recuperar o mercado imobiliário e a dinâmica do turismo no país.
Reconheço que existem verdades de parte a parte, mas há umas que são mais verdades que outras.
Não tenho dúvidas de que o alojamento local foi um dos grandes impulsionadores da retoma do setor imobiliário, lado a lado com o investimento estrangeiro.
A reabilitação urbana de edifícios que estavam devolutos e degradados há décadas é um facto inegável e um fenómeno que se verifica maioritariamente à custa do investimento privado. E não sejamos hipócritas: beneficia todos - construção, imobiliário, setor hoteleiro e setor de serviços. Se hoje as cidades estão renovadas, reabilitadas e de cara lavada, muito o devem ao alojamento local.
Não há dúvida de que o aumento de ativos dirigidos para este mercado faz com que estes não estejam no chamado “arrendamento normal”. Mas este é um problema que não vem de agora, e o alojamento local não pode nem deve ser o bode expiatório do arrendamento. Há anos que se fala na ausência de dinâmica do mercado de arrendamento, da inexistente oferta de ativos a rendas que as famílias possam pagar, da necessidade da criação de mecanismos que protejam os senhorios em caso de incumprimento e da excessiva carga fiscal sobre este mercado. Claro está que, perante este cenário, e havendo alternativas mais seguras e rentáveis, os proprietários têm o direito de optar pelo que é mais atrativo.
Vivemos num país onde sempre houve alojamento local, tradicionalmente mais fixado na região do Algarve, que sempre coexistiu de forma saudável com o setor hoteleiro. Recordo, aliás, um encontro que tive este verão com representantes dos setores da segurança, turismo, hotelaria e até autarquias, entre outros, da região algarvia, e que confirmou a convergência de pensamento de diferentes setores sobre a importância para o nosso país do turismo quando conjugado com o imobiliário.
Felizmente, podemos neste momento dar-nos ao luxo de dizer que há espaço para todos. Desde que todos ajamos de boa-fé.
Presidente da APEMIP
12/12/2016
Luís Lima
opiniao@newsplex.pt
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