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Quanto vale uma estrela?
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Quanto vale uma estrela?
A conquista de nove novas estrelas e de sete novos restaurantes Michelin, recentemente conhecida, já quase não foi notícia, tal a naturalidade com que a recebemos. Mas é pena. A restauração portuguesa continua a elevar-nos a um patamar de excelência. E isso, nos negócios do turismo, traduz-se em mais clientes, novos mercados e mais riqueza.
Estando, como estou, ligado aos setores do vinho e da gastronomia e tendo apoiado, como apoiei, o arranque de tantos projetos e o início de carreira de tantos chefs, só posso ficar orgulhoso do sucesso obtido e consolidado por grandes profissionais como Vítor Matos, Ricardo Costa, Pedro Lemos ou Rui Paula.
Em simultâneo, verificar que entre o Porto, Amarante, Gaia e Matosinhos, o Norte conta agora com cinco escolhas Michelin só pode ser motivo de satisfação para uma região que - convém por vezes recuar uns anos para termos uma noção exata do ponto de partida -, está ainda a dar os primeiros passos em matéria de internacionalização do destino. Sendo este fenómeno muito recente entre nós, é por ter vindo a ser praticamente tudo bastante bem feito que começamos a recolher o esperado retorno e muitos apreciáveis dividendos em termos de procura, de prestígio e de reputação.
A verdade é que o reconhecimento e o estatuto conferidos pela atribuição de estrelas de uma marca (e uma máquina, no plano promocional) como a Michelin têm consequências económicas consideráveis. Há dias, aquando da sua visita ao Porto, pude ouvir do rei Felipe VI de Espanha relatos impressionantes em torno do impacto turístico regional diretamente induzido por alguns restaurantes bascos premiados. Sendo que, como sabemos, a vocação e o investimento turístico espanhol leva umas décadas largas de avanço sobre o português. O certo, porém, é que Portugal já tem mais estrelas Michelin do que países da dimensão do Brasil ou com o nível de vida da Suécia ou da Dinamarca.
O trabalho continuado de qualificação dos recursos, a regulamentação e a multiplicação das denominações de origem controlada, o envolvimento dos pequenos produtores locais - na verdade, todas as principais variáveis económicas do negócio -, apontam para a qualidade e para a excelência. É também por isso que cada estrela Michelin que o país conquiste, para além das repercussões diretas nos restaurantes que as recebem, tem um valor incomensurável. Mais até, pelo que representa em termos de expectativa de futuro. Temos, pois, de agradecer e dar os parabéns aos grandes chefs portugueses.
EMPRESÁRIO E PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DO PORTO
Nuno Botelho *
Hoje às 00:33, atualizado às 01:11
Jornal de Notícias
Estando, como estou, ligado aos setores do vinho e da gastronomia e tendo apoiado, como apoiei, o arranque de tantos projetos e o início de carreira de tantos chefs, só posso ficar orgulhoso do sucesso obtido e consolidado por grandes profissionais como Vítor Matos, Ricardo Costa, Pedro Lemos ou Rui Paula.
Em simultâneo, verificar que entre o Porto, Amarante, Gaia e Matosinhos, o Norte conta agora com cinco escolhas Michelin só pode ser motivo de satisfação para uma região que - convém por vezes recuar uns anos para termos uma noção exata do ponto de partida -, está ainda a dar os primeiros passos em matéria de internacionalização do destino. Sendo este fenómeno muito recente entre nós, é por ter vindo a ser praticamente tudo bastante bem feito que começamos a recolher o esperado retorno e muitos apreciáveis dividendos em termos de procura, de prestígio e de reputação.
A verdade é que o reconhecimento e o estatuto conferidos pela atribuição de estrelas de uma marca (e uma máquina, no plano promocional) como a Michelin têm consequências económicas consideráveis. Há dias, aquando da sua visita ao Porto, pude ouvir do rei Felipe VI de Espanha relatos impressionantes em torno do impacto turístico regional diretamente induzido por alguns restaurantes bascos premiados. Sendo que, como sabemos, a vocação e o investimento turístico espanhol leva umas décadas largas de avanço sobre o português. O certo, porém, é que Portugal já tem mais estrelas Michelin do que países da dimensão do Brasil ou com o nível de vida da Suécia ou da Dinamarca.
O trabalho continuado de qualificação dos recursos, a regulamentação e a multiplicação das denominações de origem controlada, o envolvimento dos pequenos produtores locais - na verdade, todas as principais variáveis económicas do negócio -, apontam para a qualidade e para a excelência. É também por isso que cada estrela Michelin que o país conquiste, para além das repercussões diretas nos restaurantes que as recebem, tem um valor incomensurável. Mais até, pelo que representa em termos de expectativa de futuro. Temos, pois, de agradecer e dar os parabéns aos grandes chefs portugueses.
EMPRESÁRIO E PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DO PORTO
Nuno Botelho *
Hoje às 00:33, atualizado às 01:11
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