Lisboa – 19 de dezembro de 2016 – Simpósio “Ecologia das Ferrovias" (por exemplo de Sines)

As sociedades encontram-se, hoje, numa encruzilhada que as obriga a repensar hábitos que anteriormente eram dados por adquiridos e vantajosos. A forma de transporte de pessoas e bens é um deles, pois não podemos escamotear os diversos impactos, nomeadamente ambientais, que lhe estão associados.

Neste âmbito, uma área de estudo emergente é a da “ecologia das ferrovias” dado o caminho-de-ferro ser um meio de transporte de grande capacidade, ecológico, rápido e fiável, que tem vindo a assumir, novamente, principalmente nos países desenvolvidos, um papel cada vez mais estruturante dos sistemas de transporte de passageiros e mercadorias e na reorganização das cidades.

Paralelamente, os decisores começam a considerar uma visão sistémica e integrada deste meio de transporte com outros existentes, no sentido de reduzir a pegada de carbono e aumentar a eficiência e sustentabilidade do transporte de pessoas e bens; por exemplo, o alargamento do canal do Panamá permitiu que cargueiros de maior calibre cheguem ao Porto de Sines, donde se torna fundamental repensar uma linha de caminho-de-ferro que distribua as mercadorias que aí cheguem, tendo em conta, nomeadamente, que irá passar por áreas ecologicamente sensíveis, cuja biodiversidade é necessário preservar.

Neste sentido, a Rede de Investigação em Biodiversidade e Biologia Evolutiva (InBIO), da qual são associados o Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO), da Universidade do Porto, e o Centro de Ecologia Aplicada Professor Baeta Neves (CEABN), da Universidade de Lisboa/ISA, e com a organização da Cátedra da Infraestruturas de Portugal, I.P. (empresa pública que resulta da fusão entre a Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P.E. e a EP – Estradas de Portugal, S.A.), organizam, no próximo dia 19 de dezembro

de 2016, no Instituto Superior de Agronomia, o Simpósio “Ecologia das Ferrovias”, que reunirá diversos cientistas e decisores que partilharão resultados de estudos recentes e refletirão sobre estas novas exigências aplicadas à (re)visão do futuro do caminho-de-ferro.

Dar-se-á a conhecer o trabalho desenvolvido, em Portugal, na área da “ecologia das ferrovias”, identificando os principais problemas ambientais inerentes e formas de os mitigar, acautelando não apenas as questões económicas e sociais, mas também as ambientais e de segurança, que por vezes nos passam despercebidas.

Por exemplo, para além do custo ambiental, o custo, para as empresas e para os cidadãos, do choque de um comboio com um animal de médio ou grande porte é bem conhecido na India, onde é comum o choque com elefantes, ou na Suécia, em que é comum o choque com alces. E em Portugal?

Os resultados deste Symposium serão publicados no livro “Railway Ecology”, que será lançado em 2017, em inglês (com a chancela da Springer) e em português.

15 de Dezembro de 2016
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