Empresa de trabalho do Porto de Lisboa "sem liquidez para os salários de Dezembro"

Num esclarecimento publicado na imprensa esta segunda-feira, 21 de Dezembro, as associações de operadores dizem que “é razoável antever que os sindicalistas se constituem responsáveis pela inevitável perda de empregos”.

A Associação dos Operadores do Porto de Lisboa (AOPL) e a Associação Marítima e Portuária (AOP) voltaram à carga contra o sindicato dos estivadores, num esclarecimento público, em que acusam a estrutura de "chantagem sofisticada sobre as empresas" que está a estrangular a própria empresa de trabalho portuário da estrutura.

Para as sociedades, a estratégia do sindicato dos estivadores, liderado por António Mariano, passa por apresentar "pré-avisos de greve que legitimam a recusa do trabalho apenas quando e se os empregadores tomam decisões legais mas de que eles não gostam".

Numa longa carta, com 20 pontos, a AOPL e a AOP recordam que a nova lei do trabalho portuário foi aprovada e que a direcção sindical passou a conviver "pacificamente" com a nova lei, até às mudanças no sindicato, que passou a ser liderado por António Mariano.

As empresas apontam o impacto "desastroso" da estratégia, referindo que "navios parados ao largo e fundeados em Cascais, atrasos inaceitáveis nas operações portuárias, linhas regulares desactivadas e transferidas para outros portos, o abastecimento das regiões autónomas posto em causa nesta quadra natalícia, clientes sem confiança no serviço prestado" são algumas das consequências.

"Por este andar, é razoável antever que os sindicalistas se constituem responsáveis pela inevitável perda de empregos que resultará do definhamento das empresas e consequente diminuição de proveitos, estando a Empresa de Trabalho Portuário A-EPTL sem liquidez para os salários de Dezembro", adiantaram as associações.

Recorde-se que e Maersk e a Hapag-Lloyd anunciaram recentemente a suspensão de escalas em Lisboa, transferindo-as para Sines e Leixões. As duas empresas representavam 40% do tráfego do porto da capital que está em vias de cair para o quarto lugar a nível nacional.

A AOPL e a AOP concluem o esclarecimento assegurando que "há um potencial de desenvolvimento e modernização implícito na lei do trabalho portuário em vigor, que outros portos estão a aproveitar, gerando riqueza e distribuindo rendimento, e que, no porto da capital só não se realiza por haver no sindicato de estivadores o firme propósito de o impedir".  

21 Dezembro 2015, 09:32 por Alexandra Noronha | anoronha@negocios.pt
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