AOP e AOPL comunicam falta de liquidez para pagar salários e culpam paralisação dos estivadores

Através de um comunicado divulgado hoje, a Associação dos Operadores Portuários de Lisboa (AOPL) e a Associação Marítima e Portuária (AOP) avisaram que a Empresa de Trabalho Portuário A-ETPL, que opera no Porto de Lisboa, se encontra numa situação grave de falta de liquidez que não permitirá o pagamento o pagamento do salário do mês de Dezembro aos estivadores, devido à instabilidade portuária causada pela paralisação decretada pelo Sindicato dos Estivadores do Centro e Sul de Portugal.

A AOPL e a AOP conectam, directamente, o actual estado da Empresa de Trabalho Portuário A-ETPL com a paralisação decretada, em Novembro, pelo Sindicato dos Estivadores do Centro e Sul de Portugal, que terá novos capítulos, entre os dias 31 de Dezembro e Janeiro de 2016. "O impacto desta destemperada e incompreensível acção sindical no tecido económico da Grande Lisboa e, em particular, no desempenho das empresas concessionárias do porto da capital é verdadeiramente desastroso", explicam.

De recordar que a cisão que se arrasta entre os estivadores afectos ao Sindicato do Centro e Sul de Portugal e as empresas/operadores portuários tem estado no centro de um antagonismo que tem merecido críticas e análises por parte de vários agentes do sector, tendo, após a instabilidade que se vive no Porto de Lisboa, existido duas saídas do porto da capital - primeiro a germânica Hapag-Lloyd e depois o maior armardor do mundo, a dinamarquesa Maersk Line.

Como consequência da paralisação dos estivadores, a AOP e a AOPL retratam o cenário de crise no Porto de Lisboa: "navios parados ao largo e fundeados em Cascais, atrasos inaceitáveis nas operações portuárias, linhas regulares desactivadas e transferidas para outros portos, o abastecimento das Regiões Autónomas posto em causa nesta quadra natalícia, clientes sem confiança no serviço prestado, enfim, um porto em crise e sem cumprir o seu potencial de crescimento".

"Os operadores do porto de Lisboa continuam a assegurar que há um potencial de desenvolvimento e modernização implícito na Lei do Trabalho Portuário em vigor, que outros portos estão a aproveitar, gerando riqueza e distribuindo rendimento, e que no porto da capital só não se realiza por haver no sindicato de estivadores o firme propósito de o impedir", reafirmam as duas associações, focando as culpas na atitude da força sindical.

22/12/2015
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