Procurar
Tópicos semelhantes
Entrar
Últimos assuntos
Tópicos mais visitados
Quem está conectado?
Há 328 usuários online :: 0 registrados, 0 invisíveis e 328 visitantes :: 1 motor de buscaNenhum
O recorde de usuários online foi de 864 em Sex Fev 03, 2017 11:03 pm
Virados para o mar
Página 1 de 1
Virados para o mar
Aprendi desde pequeno que há muitos anos conquistámos o mundo, há quem diga até que o ‘descobrimos’. Sempre fui um entusiasta dessas histórias dos Descobrimentos em que fomos pelo mar afora contra ventos e marés. Diziam-me que isso era o nosso passado glorioso, mas que representava também o futuro, o que há de vir e nos glorificará outra vez. Porque o nosso país está virado para ele, literalmente dentro de água. Oiço com atenção gerações de políticos referirem-se como o nosso maior tesouro.
O que é certo é que pouco ou nada tem sido feito para aproveitar a imensa costa marítima que nos foi reservada no mapa, e se somos um país pequeno, em que a nossa maior fronteira é com a água, se não tiramos proveito dela como poderemos aspirar a ser grandes novamente? Como é possível em pleno século XXI – era do digital, do espaço e da inovação – nem uma ligação profunda de comércio, de hotelaria e de serviços ter sido já estabelecida entre Lisboa e a margem sul do rio Tejo?
Existe todo um admirável mundo novo por explorar, esse mundo Atlântico que nos une a diversas cidades e povos com quem podemos e devemos estabelecer relações, estreitar os laços existentes por esta cultura marítima tantas vezes usada para unir povos. Nós, o país das autoestradas, tivemos desde sempre a maior autoestrada construída pela lei da natureza diante nós e virámo-nos para dentro, não aprendendo com os nossos antepassados nem aproveitando uma das maiores riquezas (talvez a maior) do planeta: a água. Para tudo.
Se fizermos uma linha imaginária no oceano Atlântico e olharmos com atenção para o potencial estratégico dos Açores, Madeira, Cabo Verde, Canárias e São Tomé, bem como os espaços insulares da Guiné Bissau ou Equatorial e outros países como o Brasil ou Angola facilmente constatamos que aquilo que nos une é muito mais forte do que nos pode separar. Este novo reposicionamento estratégico assente na língua, na cultura, nas artes e no entretenimento é um bem que devemos rentabilizar, se queremos de facto ter um futuro risonho. E mais cedo do que pensamos teremos hotéis dentro de água, transportes mais eficientes e mais rápidos que nos levarão em minutos aos nossos destinos, casinos em forma de barcos, eventos em plataformas marítimas.
Frederico Morais, com a entrada no Circuito Mundial de Surf, pode ter dado o mote para que nos lembremos novamente que temos um novo caminho marítimo para percorrer: o do desporto da cultura transatlântica, da relação entre os povos que comungam desta sorte, comercial, económica, social. O mundo atlântico está a chegar e será a terra das oportunidades do próximo século e nós somos uns afortunados porque estamos rodeados dele. Está na altura de criar essas pontes, fazendo confluir interesses conjuntos, criar uma identidade própria que nos faça crescer em conjunto e apostar, de uma vez por todas, numa aliança cultural e, porque não, até criativa, que nos permita construir com todos aqueles com quem fazemos fronteira marítima uma nova história. Estes serão os ‘marinheiros’ do futuro.
16/12/2016
José Paulo do Carmo
opiniao@newsplex.pt
Jornal i
O que é certo é que pouco ou nada tem sido feito para aproveitar a imensa costa marítima que nos foi reservada no mapa, e se somos um país pequeno, em que a nossa maior fronteira é com a água, se não tiramos proveito dela como poderemos aspirar a ser grandes novamente? Como é possível em pleno século XXI – era do digital, do espaço e da inovação – nem uma ligação profunda de comércio, de hotelaria e de serviços ter sido já estabelecida entre Lisboa e a margem sul do rio Tejo?
Existe todo um admirável mundo novo por explorar, esse mundo Atlântico que nos une a diversas cidades e povos com quem podemos e devemos estabelecer relações, estreitar os laços existentes por esta cultura marítima tantas vezes usada para unir povos. Nós, o país das autoestradas, tivemos desde sempre a maior autoestrada construída pela lei da natureza diante nós e virámo-nos para dentro, não aprendendo com os nossos antepassados nem aproveitando uma das maiores riquezas (talvez a maior) do planeta: a água. Para tudo.
Se fizermos uma linha imaginária no oceano Atlântico e olharmos com atenção para o potencial estratégico dos Açores, Madeira, Cabo Verde, Canárias e São Tomé, bem como os espaços insulares da Guiné Bissau ou Equatorial e outros países como o Brasil ou Angola facilmente constatamos que aquilo que nos une é muito mais forte do que nos pode separar. Este novo reposicionamento estratégico assente na língua, na cultura, nas artes e no entretenimento é um bem que devemos rentabilizar, se queremos de facto ter um futuro risonho. E mais cedo do que pensamos teremos hotéis dentro de água, transportes mais eficientes e mais rápidos que nos levarão em minutos aos nossos destinos, casinos em forma de barcos, eventos em plataformas marítimas.
Frederico Morais, com a entrada no Circuito Mundial de Surf, pode ter dado o mote para que nos lembremos novamente que temos um novo caminho marítimo para percorrer: o do desporto da cultura transatlântica, da relação entre os povos que comungam desta sorte, comercial, económica, social. O mundo atlântico está a chegar e será a terra das oportunidades do próximo século e nós somos uns afortunados porque estamos rodeados dele. Está na altura de criar essas pontes, fazendo confluir interesses conjuntos, criar uma identidade própria que nos faça crescer em conjunto e apostar, de uma vez por todas, numa aliança cultural e, porque não, até criativa, que nos permita construir com todos aqueles com quem fazemos fronteira marítima uma nova história. Estes serão os ‘marinheiros’ do futuro.
16/12/2016
José Paulo do Carmo
opiniao@newsplex.pt
Jornal i
Tópicos semelhantes
» Melhores trilhos para as mercadorias e mais mobilidade para todos. As apostas do Governo para os comboios
» Vai para sul ou para norte (as férias, as férias...)? Guia para fugir ao trânsito
» Perdas de swaps que Governo transferiu para Parpública sobem para 153 milhões
» Vai para sul ou para norte (as férias, as férias...)? Guia para fugir ao trânsito
» Perdas de swaps que Governo transferiu para Parpública sobem para 153 milhões
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos
Qui Dez 28, 2017 3:16 pm por Admin
» Apanhar o comboio
Seg Abr 17, 2017 11:24 am por Admin
» O que pode Lisboa aprender com Berlim
Seg Abr 17, 2017 11:20 am por Admin
» A outra austeridade
Seg Abr 17, 2017 11:16 am por Admin
» Artigo de opinião de Maria Otília de Souza: «O papel dos custos na economia das empresas»
Seg Abr 17, 2017 10:57 am por Admin
» Recorde de maior porta-contentores volta a 'cair' com entrega do Maersk Madrid de 20.568 TEU
Seg Abr 17, 2017 10:50 am por Admin
» Siemens instalou software de controlo avançado para movimentações no porto de Sines
Seg Abr 17, 2017 10:49 am por Admin
» Pelos caminhos
Seg Abr 17, 2017 10:45 am por Admin
» Alta velocidade: o grande assunto pendente
Seg Abr 17, 2017 10:41 am por Admin