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Uma cidade das pessoas
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Uma cidade das pessoas
Está em causa uma visão de futuro para a cidade. Uma cidade das pessoas, pensada e para ser vivida pelas pessoas.
Agora que as principais obras em Lisboa se aproximam do fim, com a conclusão ainda este mês do eixo Entrecampos-Marquês e um pouco depois do Cais do Sodré, começa a ser mais visível a razão deste investimento. Está em causa uma visão de futuro para a cidade. Uma cidade das pessoas, pensada e para ser vivida pelas pessoas.
Na área de Lisboa, vivemos décadas com um modelo de empregos no centro, habitação na periferia e deslocações casa-trabalho feitas de automóvel. Os resultados foram pesados. No centro, foi a desertificação, a falência de parte do comércio tradicional, a decrepitude dos prédios e equipamentos. Nas periferias, foi a construção acelerada, muitas vezes com falta de infraestruturas, como escolas ou centros de saúde, e nasceram as grandes superfícies. Sem bons transportes coletivos, o espaço público foi-se transformando, com as ruas, praças e passeios a cederem lugar ao espaço para o automóvel circular e estacionar.
O que vivemos em Lisboa aconteceu em várias cidades do Mundo, numa dinâmica que se mostrou totalmente insustentável a nível ambiental, económico, social ou demográfico. Por esta razão, vemos lá fora serem tomadas medidas, algumas bem pesadas, como a proibição ou limitação da circulação automóvel em função dos dias (Madrid), a criação de taxas de entrada e limitação à construção de estacionamentos privativos (Londres), ou o anunciado fim dos automóveis a diesel (Paris, Barcelona ou México).
Em Lisboa, temos uma orientação firme, mas assente no gradualismo. Precisamos de mais emprego e habitação na cidade, evitando a armadilha das zonas monofuncionais, por isso revimos o planeamento urbano e criámos a iniciativa da renda acessível. Temos urgência num sistema de transporte público confiável, acessível e de qualidade, que possa servir as necessidades de mobilidade de todos, por isso nos batemos pela passagem da Carris para a CML. E queremos com urgência recuperar o espaço público para as pessoas, dando- -lhe qualidade e segurança para todos, em particular para os mais idosos.
Os passeios mais largos, as mais de 400 passadeiras sem desnível, as mais de 700 novas árvores, as novas esplanadas e quiosques, ou as novas ciclovias não visam sobretudo tornar o eixo Entrecampos-Marquês numa zona mais bonita. É uma nova visão de cidade, mais humana, com melhor qualidade de vida, que ganha força.
Ler mais em: http://www.cmjornal.pt/opiniao/colunistas/fernando-medina/detalhe/uma-cidade-das-pessoas?ref=opiniao_outras
Por Fernando Medina|00:30
Presidente da Câmara Municipal de Lisboa
Correio da Manhã
Agora que as principais obras em Lisboa se aproximam do fim, com a conclusão ainda este mês do eixo Entrecampos-Marquês e um pouco depois do Cais do Sodré, começa a ser mais visível a razão deste investimento. Está em causa uma visão de futuro para a cidade. Uma cidade das pessoas, pensada e para ser vivida pelas pessoas.
Na área de Lisboa, vivemos décadas com um modelo de empregos no centro, habitação na periferia e deslocações casa-trabalho feitas de automóvel. Os resultados foram pesados. No centro, foi a desertificação, a falência de parte do comércio tradicional, a decrepitude dos prédios e equipamentos. Nas periferias, foi a construção acelerada, muitas vezes com falta de infraestruturas, como escolas ou centros de saúde, e nasceram as grandes superfícies. Sem bons transportes coletivos, o espaço público foi-se transformando, com as ruas, praças e passeios a cederem lugar ao espaço para o automóvel circular e estacionar.
O que vivemos em Lisboa aconteceu em várias cidades do Mundo, numa dinâmica que se mostrou totalmente insustentável a nível ambiental, económico, social ou demográfico. Por esta razão, vemos lá fora serem tomadas medidas, algumas bem pesadas, como a proibição ou limitação da circulação automóvel em função dos dias (Madrid), a criação de taxas de entrada e limitação à construção de estacionamentos privativos (Londres), ou o anunciado fim dos automóveis a diesel (Paris, Barcelona ou México).
Em Lisboa, temos uma orientação firme, mas assente no gradualismo. Precisamos de mais emprego e habitação na cidade, evitando a armadilha das zonas monofuncionais, por isso revimos o planeamento urbano e criámos a iniciativa da renda acessível. Temos urgência num sistema de transporte público confiável, acessível e de qualidade, que possa servir as necessidades de mobilidade de todos, por isso nos batemos pela passagem da Carris para a CML. E queremos com urgência recuperar o espaço público para as pessoas, dando- -lhe qualidade e segurança para todos, em particular para os mais idosos.
Os passeios mais largos, as mais de 400 passadeiras sem desnível, as mais de 700 novas árvores, as novas esplanadas e quiosques, ou as novas ciclovias não visam sobretudo tornar o eixo Entrecampos-Marquês numa zona mais bonita. É uma nova visão de cidade, mais humana, com melhor qualidade de vida, que ganha força.
Ler mais em: http://www.cmjornal.pt/opiniao/colunistas/fernando-medina/detalhe/uma-cidade-das-pessoas?ref=opiniao_outras
Por Fernando Medina|00:30
Presidente da Câmara Municipal de Lisboa
Correio da Manhã
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