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A dispensa do cheque
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A dispensa do cheque
O anúncio de que o Governo abdica da última tranche do empréstimo da troika pode ser abordado de perspetivas distintas. A primeira, e é aquela que é mais favorável ao Executivo, é a de que, com as reservas aprovisionadas e com a credibilidade externa restaurada - a confiança dos mercados está hoje de volta a mínimos de 2005 -, o preço do dinheiro dos credores institucionais pode, a breve prazo, ser mais caro do que o financiamento conseguido em emissões de dívida como aquela que se fez esta semana.
Mas há uma outra abordagem sobre esta decisão que vale a pena fazer. Até aqui, a estratégia de cumprimento escrupuloso do programa de ajustamento era o alfa e o ómega da ação governativa. Porém, essa estratégia mudou. O Governo já pensa manifestamente em eleições. E, por isso, tratou de arranjar um "inimigo externo" - o Tribunal Constitucional - a quem responsabilizar por eventuais novas medidas de austeridade que diz não querer aplicar. O problema é que a troika já tinha avisado que a última parcela do empréstimo só seria libertada quando o Governo apresentasse medidas de consolidação alternativas às que foram chumbadas. Daí que a decisão agora anunciada também possa ser lida em como, em função do calendário eleitoral, o Governo optou por aproveitar a "almofada financeira" sem ter de se comprometer com novas medidas que hostilizassem ainda mais os eleitores.
Em função destas duas leituras, uma coisa parece certa. Mais do que optar pela dispensa do cheque de 2,6 mil milhões, Portugal foi "obrigado" a seguir esta via - distinta do tão elogiado caminho trilhado pela Irlanda -, tal como já havia sido obrigado a escolher a saída limpa do programa de ajustamento. Num primeiro olhar, até podemos ver aqui a medida do êxito do Governo. Mas numa análise mais fina, que só o tempo permitirá, veremos se os riscos que este caminho comporta compensam.
Iraque à beira do colapso
Dois anos e meio após ter sido declarado pelos Estados Unidos como um país "soberano e estável", o Iraque vive um dos momentos mais críticos da sua existência com o avanço dos jihadistas no terreno. Mossul, a segunda cidade do país, caiu já nas mãos das forças do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (ISIL, grupo próximo da Al-Qaeda), que se preparam para avançar sobre Bagdad. O ISIL não tenciona ficar apenas no Iraque, mas está apostado em criar um califado que inclua também a vizinha Síria.
As forças iraquianas, exaustas de meses de luta, optaram por despir a farda e fugir, falhando na defesa de um Estado fraco porque gerido por um Governo que não soube trabalhar em prol da unidade do país. E o Iraque, que deveria ter recuperado de uma guerra sem sentido que lhe foi movida pelos EUA de George W. Bush, corre o risco de soçobrar e transformar-se no centro de uma violência que ameaça a região e pode atingir a Europa. A não ser que a comunidade internacional ataque de frente o problema.
13-06-2014
DN
Mas há uma outra abordagem sobre esta decisão que vale a pena fazer. Até aqui, a estratégia de cumprimento escrupuloso do programa de ajustamento era o alfa e o ómega da ação governativa. Porém, essa estratégia mudou. O Governo já pensa manifestamente em eleições. E, por isso, tratou de arranjar um "inimigo externo" - o Tribunal Constitucional - a quem responsabilizar por eventuais novas medidas de austeridade que diz não querer aplicar. O problema é que a troika já tinha avisado que a última parcela do empréstimo só seria libertada quando o Governo apresentasse medidas de consolidação alternativas às que foram chumbadas. Daí que a decisão agora anunciada também possa ser lida em como, em função do calendário eleitoral, o Governo optou por aproveitar a "almofada financeira" sem ter de se comprometer com novas medidas que hostilizassem ainda mais os eleitores.
Em função destas duas leituras, uma coisa parece certa. Mais do que optar pela dispensa do cheque de 2,6 mil milhões, Portugal foi "obrigado" a seguir esta via - distinta do tão elogiado caminho trilhado pela Irlanda -, tal como já havia sido obrigado a escolher a saída limpa do programa de ajustamento. Num primeiro olhar, até podemos ver aqui a medida do êxito do Governo. Mas numa análise mais fina, que só o tempo permitirá, veremos se os riscos que este caminho comporta compensam.
Iraque à beira do colapso
Dois anos e meio após ter sido declarado pelos Estados Unidos como um país "soberano e estável", o Iraque vive um dos momentos mais críticos da sua existência com o avanço dos jihadistas no terreno. Mossul, a segunda cidade do país, caiu já nas mãos das forças do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (ISIL, grupo próximo da Al-Qaeda), que se preparam para avançar sobre Bagdad. O ISIL não tenciona ficar apenas no Iraque, mas está apostado em criar um califado que inclua também a vizinha Síria.
As forças iraquianas, exaustas de meses de luta, optaram por despir a farda e fugir, falhando na defesa de um Estado fraco porque gerido por um Governo que não soube trabalhar em prol da unidade do país. E o Iraque, que deveria ter recuperado de uma guerra sem sentido que lhe foi movida pelos EUA de George W. Bush, corre o risco de soçobrar e transformar-se no centro de uma violência que ameaça a região e pode atingir a Europa. A não ser que a comunidade internacional ataque de frente o problema.
13-06-2014
DN
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