Terminal do Barreiro não será de águas profundas e avançará caso haja «privados interessados»

Durante uma entrevista concedida ao jornal 'Público', a Ministra do Mar, Ana Paula Vitorino dissertou sobre o tema do investimento no sector portuário, previsto no plano estratégico gizado para aumentar a competitividade dos portos portugueses no futuro próximo, não deixando de parte a questão da construção de um novo terminal de contentores no Barreiro, que, caso haja interesse real de investidores, deverá avançar.

Dos 2,5 mil milhões de euros de investimento previsto no sector portuário, 1,6 serão destinados a novos terminais de contentores, um dado que acaba por reflectir a orientação global do plano de aumento da competitividade portuária, com a Ministra do Mar a reforçar esse entendimento: «a carga que está a crescer mais a nível mundial é a contentorização», comentou, colocando no topo das prioridades a preparação dos portos «para as perspectivas de crescimento do trafego e para as alterações das frotas dos navios».

«Os investimentos são para resolver problemas de capacidade imediata, como é o caso de Sines e de Leixões, mas também para [os portos] se prepararem para receber esses navios maiores, como é urgente em Leixões, mas também em Setúbal e em Viana do Castelo» afirmou Ana Paula Vitorino à jornalista Luísa Pinto, passando depois a elencar as actuais insuficiências estruturais a serem atacadas: «Leixões é um porto muito competitivo e eficiente mas não pode receber os navios maiores (...) teremos de fazer novo terminal com fundos a -14 metros», explicou, adicionando Setúbal à lista, com «o mesmo problema dos fundos».

Terminal do Barreiro como Alcântara, e nunca como porto de águas profundas

«O projecto para o Barreiro não é para um porto de águas profundas. Isso não é viável. O que é tecnicamente viável é fazer no Barreiro um terminal como o que existe em Alcântara, por exemplo. Se cumprir os critérios ambientais e houver privados interessados o terminal avança», declarou Ana Paula Vitorino, descartando a pertinência do estudo da Associação Comercial do Porto, por este reflectir sobre a construção de um porto de águas profundas no Barreiro, algo que não está em equação. 

30/01/2017
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