«Mais um terminal porque é preciso alterar a dinâmica desta região e a dinâmica portuária de Lisboa» - Lídia Sequeira

E uma das principais justificações prende-se com a falta de dinamismo portuário identificada no Porto de Lisboa - como de resto os números dos últimos anos mostram. O ano que agora terminou não fugiu a essa regra e a presidente do Porto de Lisboa admitiu mesmo que «o ano de 2016 foi um péssimo ano para o Porto de Lisboa e para os seus terminais».

Embora admita que «existe uma recuperação que tem vindo a ser feita a partir do segundo semestre do ano passado» e adiante mesmo que, apesar de ainda não serem conhecidos os números exactos de Janeiro, o primeiro mês de 2017 trouxe «um incremento de actividade» bastante interessante, Lídia Sequeira encara este projecto como fundamental para a revitalização do Porto de Lisboa.

A presidente da APL deixou ainda claro que um projecto como o Barreiro deve ser enquadrado numa dinâmica global e não nacional, salientando que «os terminais de carga não podem hoje ser associados apenas à situação económica dos países onde estão localizados» - algo que, recorda, ficou provado em Portugal onde «em plena crise, todo o movimento portuário cresceu significativamente».

«Só não cresceu – e até decresceu! – no Porto de Lisboa mas não por razões de falta de dinamismo», acrescentou Lídia Sequeira, defendendo que o Porto da capital não soube evoluir como outros Portos – uma realidade que, no seu entender, este futuro terminal no Barreiro também pode inverter.

«É preciso mais um terminal porque é preciso alterar a dinâmica desta região e a dinâmica portuária de Lisboa», acrescenta a máxima responsável do Porto de Lisboa.

Também a localização geográfica estratégica de Portugal é apontada como favorável à criação de um novo terminal, assim como as especificidades encontradas no Barreiro – onde foram identificadas as condições ideais para a procura estimada.

Modo fluvial e terminal de Castanheira do Ribatejo como solução para colocar carga na margem Norte

Uma das grandes questões que tem sido colocada em relação a este projecto localizado na Margem Sul está relacionado com a necessária colocação da carga (ou de grande parte da mesma) na Margem Norte. Neste âmbito, a Terceira Travessia do Tejo é vista com especial entusiasmo mas é um projecto que está longe de ser consensual e que, a concretizar-se, levará o seu tempo. 

Lídia Sequeira prefere apontar para o modo fluvial como uma alternativa viável a curto prazo. «O transporte fluvial e o terminal de Castanheira do Ribatejo podem dar uma resposta para a colocação das mercadorias na margem Norte», admite Lídia Sequeira.

O modo fluvial e o projecto em Castanheira do Ribatejo, recorde-se, são apostas fortes do Grupo ETE que recebeu recentemente ‘luz verde’ para avançar com o terminal fluvial. Lídia Sequeira admite que essa pode assim constituir-se não só como uma opção para os terminais já existentes na Margem Norte como também para o futuro terminal (lá está, multimodal!) do Barreiro.

03/02/2017
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