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É o que é
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É o que é
A política na sua exposição pública tornou-se o exemplo da má comunicação
O que se passa na Assembleia da República e que a comunicação social transmite em tempo de audiência privilegiada é a antítese dos objetivos educativos integrados no ensino em Portugal o que me faz pensar onde estudaram estas pessoas e qual a avaliação qualitativa que lhes permitiu evoluir ao longo do seu percurso educativo.
Todos os dias chegam às consultas de psicologia, crianças e adolescentes encaminhados pelas escolas, comissões de proteção de jovens e famílias com queixas de comportamento no espaço escola. As queixas situam-se essencialmente no comportamento em sala de aula que entre a tão chamada hiperatividade e/ou deficit de atenção surgem as questões relacionadas com o desrespeito pela autoridade, as conversas laterais entre alunos, o uso de palavras desrespeitosas, o cinismo e a ironia em situações de crítica por parte dos professores, o uso de telemóveis durante as aulas e outros comportamentos considerados graves que muitas vezes levam a participações disciplinares e mesmo suspensões temporárias. Nas situações consideradas menos graves os alunos “mal-educados” são penalizados na avaliação final podendo mesmo não atingir nota positiva ainda que os seus resultados quantitativos possam revelar conhecimento das matérias lecionadas.
O que se passa na Assembleia da República e que todos podemos confirmar é que as pessoas que se encontram responsáveis por tomar decisões fundamentais para o país comportam-se ao nível das crianças e jovens “mal-educados”. Relembremos aqueles momentos em que os políticos em Assembleia têm conversas laterais enquanto os seus parceiros apresentam ou debatem ideias, outros em que o diálogo de discussão de ideias surge carregado de cinismo, ironia e insultos, ainda que por vezes de forma camuflada mas sempre percetível a qualquer observador.
Esta aproximação ao mau comportamento em sala de aula por adultos, funcionários públicos, com responsabilidades na governação e orientação do país, revela ainda sérias e graves dificuldades ao nível das regras da comunicação. Estas pessoas, maioritariamente com uma carreira política, não conseguem debater uma ideia sem usar um discurso agressivo e arrogante não tolerando a crítica nem conseguindo debatê-la ou transformá-la naturalmente numa ideia alternativa, o que é espantoso.
Este estilo que se tornou viral surge tantas vezes no ecrã em circunstâncias de clima familiar. Como explicar aos mais novos, qualquer que seja o contexto educativo, que uma coisa é ser bem-educado e respeitador na escola e outra é ser adulto e político. Como se ser político desse a possibilidade de voltar ao ambiente escolar, ter mau comportamento e não ser avaliado por isso. Aliás, ainda mais interessante é que quando surgem na Assembleia representantes que se preocupam em ser bem-educados e controlados na expressão das suas zangas são muitas vezes criticados e apelidados de hipócritas e falsos, isto é: quem não rosna não é verdadeiro.
Como em muitas outras coisas falta coerência entre a teoria e a prática. Saber comunicar é fundamental e aprende-se, não é como muitos dizem, “uma questão de berço”. A política na sua exposição pública tornou-se o exemplo da má comunicação e a comunicação social o berço dos maus exemplos. É o que é.
MANUELA PARENTE / 04 FEV 2017 / 02:00 H.
Diário de Notícias da Madeira
O que se passa na Assembleia da República e que a comunicação social transmite em tempo de audiência privilegiada é a antítese dos objetivos educativos integrados no ensino em Portugal o que me faz pensar onde estudaram estas pessoas e qual a avaliação qualitativa que lhes permitiu evoluir ao longo do seu percurso educativo.
Todos os dias chegam às consultas de psicologia, crianças e adolescentes encaminhados pelas escolas, comissões de proteção de jovens e famílias com queixas de comportamento no espaço escola. As queixas situam-se essencialmente no comportamento em sala de aula que entre a tão chamada hiperatividade e/ou deficit de atenção surgem as questões relacionadas com o desrespeito pela autoridade, as conversas laterais entre alunos, o uso de palavras desrespeitosas, o cinismo e a ironia em situações de crítica por parte dos professores, o uso de telemóveis durante as aulas e outros comportamentos considerados graves que muitas vezes levam a participações disciplinares e mesmo suspensões temporárias. Nas situações consideradas menos graves os alunos “mal-educados” são penalizados na avaliação final podendo mesmo não atingir nota positiva ainda que os seus resultados quantitativos possam revelar conhecimento das matérias lecionadas.
O que se passa na Assembleia da República e que todos podemos confirmar é que as pessoas que se encontram responsáveis por tomar decisões fundamentais para o país comportam-se ao nível das crianças e jovens “mal-educados”. Relembremos aqueles momentos em que os políticos em Assembleia têm conversas laterais enquanto os seus parceiros apresentam ou debatem ideias, outros em que o diálogo de discussão de ideias surge carregado de cinismo, ironia e insultos, ainda que por vezes de forma camuflada mas sempre percetível a qualquer observador.
Esta aproximação ao mau comportamento em sala de aula por adultos, funcionários públicos, com responsabilidades na governação e orientação do país, revela ainda sérias e graves dificuldades ao nível das regras da comunicação. Estas pessoas, maioritariamente com uma carreira política, não conseguem debater uma ideia sem usar um discurso agressivo e arrogante não tolerando a crítica nem conseguindo debatê-la ou transformá-la naturalmente numa ideia alternativa, o que é espantoso.
Este estilo que se tornou viral surge tantas vezes no ecrã em circunstâncias de clima familiar. Como explicar aos mais novos, qualquer que seja o contexto educativo, que uma coisa é ser bem-educado e respeitador na escola e outra é ser adulto e político. Como se ser político desse a possibilidade de voltar ao ambiente escolar, ter mau comportamento e não ser avaliado por isso. Aliás, ainda mais interessante é que quando surgem na Assembleia representantes que se preocupam em ser bem-educados e controlados na expressão das suas zangas são muitas vezes criticados e apelidados de hipócritas e falsos, isto é: quem não rosna não é verdadeiro.
Como em muitas outras coisas falta coerência entre a teoria e a prática. Saber comunicar é fundamental e aprende-se, não é como muitos dizem, “uma questão de berço”. A política na sua exposição pública tornou-se o exemplo da má comunicação e a comunicação social o berço dos maus exemplos. É o que é.
MANUELA PARENTE / 04 FEV 2017 / 02:00 H.
Diário de Notícias da Madeira
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