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Mensagem por Admin Ter Fev 07, 2017 4:58 pm

São várias as consequências dos fluxos migratórios, como o desequilíbrio demográfico.

As causas poderão atenuar-se quando as condições de vida nos diferentes territórios se forem equiparando. Quando houver uma ação concertada no sentido do diálogo, aceitação da diferença, pacificação, justiça social.

O Homem sempre foi intrinsecamente nómada. Tornou-se sedentário quando quis constituir família.

A sua sede de descoberta e conquista não o deixou apenas sobreviver.

E a sua natureza gregária tem-no feito multiplicar-se e ganhar raízes na sua terra. Tornou-se um ser de hábitos e de afetos. Até nas condições mais adversas, ele forma um lar acolhedor (perto de vulcões, à beira-mar, nos desertos e gelos …).

Nunca teremos neste planeta todas as regiões com o mesmo tipo de riqueza. Nem o mesmo grau de riqueza em todos os continentes. O clima e os fenómenos naturais hão-de sempre ser favoráveis a uns e prejudiciais a outros. Naturalmente. Ciclicamente.

A ideia utópica de termos todos o mesmo e atingirmos a mesma felicidade, é coisa de outro mundo desconhecido diferente deste.

Mas sabemos que há direitos universais do Homem, validados pelo discernimento, independentemente da condição social de cada um, da raça, da idade, do género, da religião, da nacionalidade.

As palavras são convencionadas, mas estas estão consagradas num papel oficial, subscritas pelos representantes de todas as nações unidas. Palavras que podem andar quando lhes damos pernas para isso e significados audíveis quando os queremos dignificar e preservar.

A palavra ‘direitos’. Direito à vida. Direito à habitação. Direito à família. Direito a ter direitos.

Qualquer cenário de conflito ou guerra viola todos esses direitos, que cada ser humano se comprometeu a dignificar e preservar. Direitos já muitos conquistados…

Faltam imensos ainda. Ora se ganham mais, ora se perdem os existentes. Nada está garantido. Não há paraísos na Terra.

Quem pede ajuda, merece ser ajudado.

Trata-se apenas de saber ajudar. Quem, de facto, precisa.

Vivemos na mesma casa, este planeta; as acomodações é que são várias.

A liberdade de escolhermos o nosso cantinho e o nosso percurso de vida é determinante para a saúde do indivíduo e da sociedade das nações.

Não podemos escolher a casa. Nem a família. Nem as nossas raízes.

Mas podemos escrever o resto da nossa História. Porque não com palavras bonitas e promissoras?

A liberdade é o outro braço da vontade que não pode ser amputado por ignorância, medo ou ódio. E o amor ao próximo protege-a.

Resta-nos construir o futuro. Os jovens exigem-no.

Rosa Duarte
Mestre em Estudos Portugueses
07/02/2017
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