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Cidade não oferece qualidade de vida – reflexões sobre o Barreiro actual
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Cidade não oferece qualidade de vida – reflexões sobre o Barreiro actual
O Barreiro actual continua a ser uma cidade com um espaço público altamente degradado e vandalizado.
Para além de altamente politizada, a cultura da cidade encontra-se fechada em si mesma e ausente de parcerias nas várias vertentes de expressão artística.
O Barreiro actual continua a ser uma cidade com um espaço público altamente degradado e vandalizado. Como consequências de um panorama de deserto empresarial e de um baixo poder de compra, o comércio local, com algumas excepções, não oferece qualidade, e o sentimento de insegurança devido a uma crescente descaracterização e degradação social é elevado. As instalações desportivas estão cada vez mais deslocalizadas do centro e os equipamentos de lazer são diminutos. Tudo isto contribui para uma descaracterização da cidade e para um êxodo igualmente crescente para cidades próximas que garantem melhor qualidade de vida. Os jovens estão cada vez mais ausentes do dia-a-dia da cidade e abandonam-na à primeira oportunidade face ao desinteresse laboral e cultural que aqui se vive. Alguém dizia que o Barreiro não se pode tornar na terra onde vimos visitar os nossos pais e os nossos avós. Infelizmente já o é em parte. A principal razão assenta na pouca oferta empregadora que tem originado uma debandada da classe média, fruto, não só de uma politica nacional castigadora do nosso concelho mas também de factores internos e de uma politica camarária pouco entusiasmante e de desconfiança face ao meio empresarial, especialmente o privado, visto até hoje, ao que parece, como um bem menor. Vamos por partes:
Ausência de politica cultural:
Para além de altamente politizada, a cultura da cidade encontra-se fechada em si mesma e ausente de parcerias nas várias vertentes de expressão artística. A descentralização de eventos da grande capital não chega ao Barreiro, ao contrário do que acontece com cidades vizinhas. Dois exemplos na área do cinema: festa do cinema francês e italiano. A dinâmica da cultura local, com base na atribuição de subsídios, é salva por associações culturais independentes do poder autárquico, que, apesar dos parcos recursos, desempenham o papel de autênticos milagreiros, fruto da competência dos seus impulsionadores. Dois exemplos na área da música: Barreiro Rocks e Outfest. Os espaços de lazer e a vida nocturna, com pequenas excepções, há muito se tornaram decadentes. A oferta de qualidade é escassa. A vida nocturna barreirense há muito que não faz parte dos planos do grosso dos seus habitantes. As famílias sentem uma forte necessidade de procurar nos concelhos vizinhos o que persiste em não existir na cidade. A cidade é cada vez mais um dormitório e cada vez mais desinteressante do ponto de vista cultural e a falta de um grande evento que a coloque no mapa e que atraia novos visitantes impulsionando o comércio e empresários locais continua a não existir. A cidade nem dispõe de um pavilhão multiusos. Veja-se o que aconteceu com Sines através do seu festival Músicas do Mundo. Ou das várias feiras organizadas pela Câmara Municipal de Grândola.
Poluição visual e falta de tratamento do espaço público:
A vandalização de paredes, encontra-se, possivelmente, já fora de controlo. Nem o edifício da câmara escapa, parecendo proporcionar, pelo tempo em que se encontra neste estado, uma convivência harmoniosa com os actuais responsáveis camarários. Veja-se o estado da estação do Barreiro-A ou da passagem desnivelada. Já alguém se terá preocupado em resolver a situação? A actual poluição visual transmitirá conforto e prazer aos seus habitantes? Ou, pelo contrário, identifica a cidade com um sentimento de permanente insegurança?
O mesmo se pode dizer da situação descontrolada, degradante e gravíssima que se vive no Barreiro velho, já bastante descaracterizado, e que não pode ser explicada exclusivamente com a ausência da esquadra no bairro, mas antes, por um abandono total e desinvestimento por parte da autarquia relativamente à zona, nomeadamente através da ausência de zonas pedonais e de incentivos à criação de espaços lúdicos na zona. Já imaginaram as ruas interiores do Barreiro velho floridas, com esplanadas, galerias de arte? Hoje em dia temos ruas que são parques de estacionamento. A cidade vive numa atmosfera sem rei nem roque e de anarquia.
As infra-estruturas desportivas são diminutas e de pouca qualidade. A última grande infra-estrutura desportiva construída na cidade terá sido, imagine-se, a construção do Estádio Alfredo da Silva, já com mais de 50 anos. Até hoje, pouco ou nada de grande dimensão e que responda às necessidades das populações foi feito. A piscina existente data do pré 25 Abril. O que foi feito até agora? Um tanque no Lavradio? Continuamos a não dispor de uma pista de atletismo em condições. Não será este também um meio de cativar populações?
Todos estes factores dão origem a um ciclo vicioso entre a fuga de habitantes e a existência de uma oferta lúdica que os prenda à cidade. Seja qual for a próxima força política a habitar o edifício da câmara municipal a partir da próximas eleições autárquicas, mesmo que perdure a continuidade, deverá ter alguns destes aspectos em conta.
Apesar da importância de alguns dos projectos que estão na calha para os tempos mais próximos, e de poderem proporcionar uma inversão de sentido do que até aqui foi dito, pouco reflexo terão na vida dos habitantes da cidade se não se inverter a actual (falta de) política de cativação empresarial, correndo-se o risco de se governar a câmara para um vazio populacional cada vez mais acentuado.
Resta-nos continuar o perpétuo discurso do potencial desaproveitado e de que a culpa é sempre dos diabos que vêm de fora?... ainda alguém acredita nisto?
Jorge Moniz
Barreiro
11.02.2017 - 15:45
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